O
unicórnio ("um chifre" em latim) é um cavalo forte, veloz e pode apresentar um temperamento hostil. Sua característica particular é um único chifre espiralado no meio da testa de aproximadamente 45 cm. Em algumas espécies esse chifre é branco na base, preto no meio e vermelho-vivo na ponta. Alguns unicórnios podiam emitir ruídos graves. Algumas lendas ainda descrevem o animal com cavanhaque de bode, pernas de corça e rabo de leão.
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Gravura do século XVII. |
No chifre reside toda história e pensamentos do unicórnio. Várias lendas dizem que seu chifre possui incríveis poderes mágicos. Um cálice feito a partir dele propiciaria proteção para qualquer um que bebesse nele, além de prevenir contra convulsões, epilepsias e agir contra venenos. Em horas de perigo ou de concentração prolongada o chifre pode apresentar brilho ou esplendor suave. Para a proteção do unicórnio, não podemos ver seu chifre e, por isso, é confundido com um simples cavalo.
Quando adulto, o unicórnio apresentava pelagem branca, mas dourado em sua fase de potro, e prateado durante a adolescência. Alguns podiam apresentar a pelagem da cabeça ou só a crina com coloração vermelha escura. Seus alimentos favoritos eram frutas, grãos maduros, água corrente e folhas tenras de árvores.
O unicórnio representa a força, o poder e a pureza. Ama tudo o que é puro e por esse motivo se conta que quando um unicórnio encontra uma donzela, ele deita-se sobre o colo dela e adormece. Tornou-se símbolo recorrente da virgindade, principalmente, nas artes medievais e cristãs.
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A virgem e o unicórnio, afresco de Domenico (1605) |
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O unicórnio capturado, tapeçaria do séc. XV. |
A origem do tema do unicórnio (ou
licórnio) é incerta e se perde nos tempos: está presente nos pavilhões de imperadores chineses e na narrativa da vida de Confúcio; faz parte do grande número animais fantásticos conhecidos e compilados na era de Alexandre e nas bibliotecas e obras helenísticas; e foi descrito pelo médico grego Ctésias, em 400 a.C., como sendo um animal nativo de terras indianas.
É bem possível que o mamífero pré-histórico chamada Elasmotério (ancestral do rinoceronte) seja a inspiração. Um
ancestral asiático do antílope (oryx) também pode ser a referência. Estudiosos creem que o dente do
narval era vendido por antigos mercadores nórdicos como chifre de um animal fantástico como o unicórnio.
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Elasmotério em pintura de Heinrich Harder |
É frequentemente utilizado em livros e filmes de fantasia (
Harry Potter, por exemplo) e acaba ganhando diversos atributos que diferem dos relatos originais. A Constelação de Monoceros é atribuída ao unicórnio.