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sexta-feira, 15 de abril de 2016

HÉRCULES: Arte hercúlea

Por ser talvez o heroi da mitologia clássica mais conhecido universalmente, Hércules é um dos que teve mais sorte entre os artistas desde a Antiguidade. Seus trabalhos, assim como outras lendas ligadas ao herói, são figurados já desde o começo do séc. VII a.C., quando surge na cerâmica grega a técnica da decoração em negro. As divindades e os herois eram representados em figuras negras e contornos entalhados contra o fundo alaranjado da argila, em composições inspiradas em obras pictóricas (madeira e afrescos) que se perderam, mas cuja existência é atestada por fontes literárias. Entre os muitos exemplos, destacam-se uma ânfora ática do século VI a.C. com a Disputa pela Corça da Cerineia entre Héracles, Apolo e Ártemis, sob o olhar de Atena (Museu do Vaticano) e duas ânforas do início do século V a.C. (Museu do Louvre) que mostram Hércules golpeando a Hidra de Lerna com um machado e Hércules luta contra as aves estinfálidas. Nestes dois exemplos, são bem visíveis os atributos tradicionais do heroi: a pele do Leão da Nemeia e a clava. Às vezes, o semideus também é representado com uma espada (presente de Hermes) ou com arco e flechas (dados por Apolo).

Na segunda metade do século VI a.C., aparecem também os primeiros vasos com decoração invertida, ou seja, de figuras vermelhas que tem contornos negros no interior e se recortam sobre fundo negro. Durante cerca de um século os ceramistas usaram essa técnica não só para realizar o escorço das figuras, mas também mostram a profundidade espacial e a expressão psicológica dos personagens. Entre os exemplos mais importantes desse estilo aplicado à figura de Hércules, está vaso de grandes dimensões (cratera em cálice) de c. 510 a.C., do ceramista Eufrônio, com a representação da luta entre Hércules e Anteu, e o vaso de boca larga (canjirão) com a cena de O jovem Hércules estrangulando as serpentes, de c. 480 a.C.


Também são muitas as representações do heroi na estatuária antiga. Entre os exemplos mais interessantes, há dois: o Hércules Lansdowne e o Hércules de Farnese, ambos do século IV a.C. Não faltam os exemplos de mosaicos greco-romanos ou de arte etrusca que tem como tema as gestas dele.

A figura de Hércules se mantém como um tema preferido pelos artistas e pelos respectivos clientes até os primeiros séculos da era cristã, para depois desaparecer do horizonte artístico, junto com outros temas mitológicos, no decorrer dos séculos seguintes. Uma de suas representações tardias na arte antiga é a da pintura parietal (mural) do século I d.C. proveniente de Herculano, com Hércules estrangulando as serpentes.

Outros herois e deuses da mitologia clássica reapareceram na arte durante o século XV, no Renascimento italiano. Já então visto como encarnação do bem que triunfa sobre o mal, segundo a interpretação neoplatônica da lenda, Hércules se torna mais uma vez um assunto popular, destinado a perdurar. O escultor e pintor Antonio del Pollaiolo foi um dos primeiros a utilizar temas exclusivamente mitológicos. Por volta de 1460 pintou, a pedido de Lourenço o Magnífico, três grandes telas sobre os trabalhos de Hércules, que infelizmente se perderam. Duas madeirinhas de Pollaiolo com Hércules e a Hidra e Hércules e Anteu (Galleria degli Uffizi) são consideradas evocações dessas obras. Nelas, já não vemos o linearismo* e a bicromia das representações dos vasos antigos, mas uma restituição clássica da anatomia unida às poderosas figuras masculinas da estatuária antiga, que estava sendo redescoberta no decorrer do século XV pelos artistas humanistas. As cenas são impregnadas de energia, graças as nervosas linhas de contorno que compõe a figura de Hércules e as dos seus adversários. Em Hércules e a Hidra, a pele de leão se infla com o enérgico salto do heroi para a frente e a ponta do manto descreve uma curva, assim como os longos pescoços da Hidra e sua cauda que se enrola a uma perna de Hércules. Além disso, as cenas não se recortam mais sobre o fundo monocromático, abstrato, mas sobre um paisagem a perder de vista, conquista da pintura flamenga e dos estudos sobre a perspectiva.
* Linearismo se baseia na consistência mais expressiva e física da linha de cor e do chiaoscuro para uma definição mais clara e limpa da forma às custas da sensação de profundidade. Essa tendência artística se desenvolveu por volta do século XV e teve em Botticelli um de seus expoentes.
O mesmo Pollaiolo representa Hércules e Anteu num pequeno bronze de c. 1475. Vicenzo de Rossi, escultor florentino do século XVI, dá sua versão do tema num grupo escultórico que hoje se encontra no Palazzo Vecchio, em Florença; em 1599, Giambologna realiza o grupo marmóreo com Hércules e o centauro Nesso. Alguns anos mais tarde, Rubens pinta Héracles estrangulando o leão da Nemeia (várias versões) e Héracles no jardim das Hespérides (Galleria Sabauda, Turim); o pintor espanhol Francisco de Zurbarán fornece suas versões para os trabalhos de Hércules em telas (veja aqui sua tela de Hércules e Cérbero).

Mais tarde, nos primeiros anos neoclássicos do século XIX, o escultor Antonio Canova explorou o tema da cólera de Héracles executando um grupo escultórico de grande dramaticidade, no qual mostra o herói arremessando no ar seu amigo Licas (veja aqui). Uma versão entre o fantástico e o fantasmagórico de um episódio da vida do herói nos é dada por Héracles e a Hidra de Lerna, de Gustave Moreau. Seria errôneo, contudo, atribuir a popularidade do heroi entre os artistas exclusivamente ao aspecto simbólico do bem que triunfa sobre o mal. Talvez, mais do que qualquer outra coisa, os artistas sejam atraídos pelo caráter dramático e exasperado de suas aventuras.



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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

HÉRCULES: Livro virtual

Finalizo a saga de Hércules com um presente a todos: resolvi diagramar uma publicação virtual para que toda a informação pesquisa e postada por aqui estivesse disponível em um único lugar em forma de revista.

Creio que ainda encontrarei muita coisa interessante e farei as devidas atualizações (tanto no blog quanto na publicação) caso isso aconteça.

Espero que todos tenham curtido como eu e continuem a se aventurar.


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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

HÉRCULES: Inspiração

Como havia dito no início da saga, meu sobrinho de quatro anos me inspirou a percorrer a mitologia grega em busca da história de Hércules. E nesse ínterim, sentei com ele para desenhar os famosos trabalhos. O que você vê a seguir, pra mim, é absolutamente incrível.

O Leão da Nemeia.
A Hidra de Lerna.
A Corça da Cerineia.
O Javali do Erimanto.
As Cavalariças de Augias.
As Aves do Lago Estínfale.
O Touro de Creta.
As Éguas de Diomedes.
O Cinturão de Hipólita.
Os Bois de Gerião.
Os Pomos das Hespérides.
Cérbero.

Quatro anos.


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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

HÉRCULES: Outras mídias

Inúmeros romances, contos, filmes, histórias em quadrinhos, minisséries de TV e desenhos animados que envolvem seres superpoderosos se inspiraram nas façanhas de Hércules.

O herói tornou-se muito popular na Idade Média e no Renascimento, sendo referência, por exemplo, para o romance em prosa poética Le fatiche d’Ercole, de Pietro Bassi (1475), para o texto em prosa Los doze trabajos de Hercules, de Don Enrique de Villena (1483-1499), para o romance anônimo Les prouesses et vaillances du preux Hercules (1500), para o poema Dodeci travagli di Ercole, de J. Perillos (1544) e uma coleção de adágios e alegorias chamada Trabajos y afanes de Hercules, de Fernandez de Heredia (1682).

A romancista Agatha Christie inspirou-se no herói não só para nomear um de seus principais personagens (Hercule Poirot) como também para nomear uma coletânea de doze contos policiais do detetive belga (The labours of Hercule).

A seguir, uma lista significativa da presença do herói em várias mídias:

CINEMA
  • Hércules (Le fatiche de Ercole, 1958, 104’), primeiro filme italiano do americano Steeve Reeves como o herói. O ator ficou tão conhecido como o herói que muitos dos seus filmes receberam o nome de Hércules sem serem sobre o tema.
  • Hércules e a Rainha da Lídia (Ercole e la Regina di Lidia / Hercules unchained, 1959, 98’), novamente com Steeve Reeves.
  • Hércules na Conquista de Atlântida (Ercole alla Conquista de Atlantide / Hercules and the Captive Women, 1961, 101’), com Reg Park fazendo o herói.
  • Hércules no Centro da Terra (Ercole al Centro della Terra / Hercules in the Haunted World, 1961, 91’), segundo filme de Reg Park com Christopher Lee sendo o vilão Rei Licos.
  • A Fúria de Hércules (La Furia de Ercole, 1962, 97’), protagonizado por Brad Harris.
  • Hércules e o Império dos Elefantes (Ercole l’invincibile, 1964, 85’), protagonizado por Dan Vadis.
  • Os Tiranos da Babilônia (Ercole contro i Tiranni di Babilonia, 1964, 96’), protagonizado por Peter Lupus (Rock Stevens).
  • Maciste e a Rainha de Samar (Maciste e la Regina di Samar / Hercules against the Moon men, 1964, 90’), protagonizado por Sergio Ciani (Alan Steel).*
* Maciste é um dos personagens mais recorrentes do cinema italiano do gênero gladiador (peplum), precursor dos personagens de aventuras falsamente mitológicas (Conan), interpretados por atores com hipertrofia muscular, que apareceu pela primeira vez no filme italiano épico Cabíria, de 1914. Representa um homem mitológico muito similar a Hércules, que utilizava sua descomunal força para realizar feitos heroicos. Por essa razão, muitos filmes italianos de Maciste foram traduzidos para Hércules no mercado americano.
  • O Desafio dos Gigantes (La Sfida dei Giganti / Hercules the Avenger, 1965), com o retorno de Reg Park ao herói.
  • Hércules em Nova York (Hercules in New York, 1970, 75’), protagonizado por Arnold Schwarzenegger).
  • Hércules (1987, 98’), filme clássico protagonizado por Lou Ferrigno, o antigo Hulk.
  • Hércules e as Amazonas (The legendary journeys: Hercules and the Amazon Women, 1994, 91’), primeiro filme protagonizado por Kevin Sorbo.
  • Hércules em busca do Reino Perdido (The legendary journeys: Hercules and the Lost Kingdom, 1994, 91’), segundo filme protagonizado por Kevin Sorbo.
  • Hércules e o Círculo de Fogo (The legendary journeys: Hercules and the Circle of Fire, 1994, 91’), terceiro filme protagonizado por Kevin Sorbo.
  • Hércules no Mundo dos Mortos (The legendary journeys: Hercules in the Underworld, 1994, 90’), quarto filme protagonizado por Kevin Sorbo.
  • Hércules e o Labirinto do Minotauro (The legendary journeys: Hercules in the Maze of the Minotaur, 1994, 90’), quinto e último filme protagonizado por Kevin Sorbo antes da série de TV.
  • Steve Byers faz o deus Hércules no filme controverso Imortais (Immortals, 2011). Já falei aqui.
  • O Jovem Hércules (Young Hercules, 1998, 86’), prequel dos filmes e seriados de Kevin Sorbo, protagonizado por Ian Bohen.
  • Hércules (2014, 98’), com Dwayne “The Rock” Johnson protagonizando. Já falei sobre esse filme aqui.
  • Hércules (The legend of Hercules, 2014, 99’), com Kellan Lutz protagonizando. Já falei sobre esse filme aqui.
  • Hercules reborn (2014, 95’), protagonizado pelo lutador de wrestle John Hennigan.


TV
  • Hércules (Hercules: The legendary journeys, 1995-9), seriado de TV com Kevin Sorbo na esteira do sucesso dos filmes que protagonizou. Teve 6 temporadas e deu no spin-ff de Xena: A princesa guerreira, onde Kevin fez dois episódios como o herói.
  • O filme O Jovem Hércules também gerou uma temporada de um seriado (1998-1999, 49 episódios) protagonizado por Ryan Gosling.
  • Brian Thompson fez o herói em A vingança do gladiador (Jason and the Argonauts, 2000, 90’ cada), filme para TV em duas partes.
  • Daniel Pierce e Jonathan Whitesell interpretam Hércules no seriado Once upon a Time.


ANIMAÇÃO
  • The Mighty Hercules (1963-65), animação que teve três temporadas com Jimmy Tap fazendo a voz do herói. Já falei aqui.
  • Hércules faz uma participação na animação de Thor, da Marvel em 1966.
  • Hércules (1995), animação feita numa parceria entre Japão e EUA.
  • Hércules, da Disney (1997, 93’), com Tate Donovan dublando o herói. Já falei sobre esse filme aqui.
  • Na esteira do sucesso do filme, a Disney lançou um seriado animado (Hercules - Zero to hero, 1998-9). Em 1999, a Disney lançou o filme desse seriado.
  • Logo depois que a Disney faz sucesso com algum filme, costumam aparecer inúmeras animações de mesmo tema porém qualidade inferior. É o caso de Hercules: Enchanted Tales (1997, 50’, da Sony Wonder) e Hercules (1997, 50’, Marvista).
  • Hércules e Xena - A Batalha pelo Monte Olimpo (Hercules & Xena - The Animated Movie: the Battle for Mount Olympus, 1998, 80’) uniu Kevin Sorbo e Lucy Lawless nas vozes de seus personagens de sucesso da TV.
  • Mythic Warriors: Guardians of the Legend (1998-2000) foi uma animação com duas temporadas que contava a história de vários heróis gregos. Lawrence Bayne fez a voz de Hércules.
  • Class of Titans (2006-7), animação sobre descendentes dos deuses que teve quatro temporadas, com Garry Chalk fazendo a voz do herói.


QUADRINHOS
  • A Marvel possui um Hércules entre seus personagens com características praticamente iguais às do herói mitológico. A DC Comics também tem seu Hércules, ligado às histórias da Mulher-Maravilha.
  • O filme com Dwayne “The Rock” Johnson foi baseado na HQ The Tracian Wars, the Steve Moore.


VIDEOGAME
  • Hércules, jogo do filme da Disney.
  • O herói é um dos chefes/inimigos de fase do God of War 3.


MÚSICA
  • George Frideric Haendel compôs em 1744 a ópera Hércules em três atos. Foi apresentada pela primeira vez no King’s Theatre em Londres em janeiro de 1745. Teve, pelo menos, outras cinco montagens.
  • O herói é citado na música Holding out for a hero, de Bonnie Tyler, que postei aqui.


Esta postagem será atualizada sempre que encontrar novas informações. Se você tiver alguma, deixe nos comentários ou mande para mitographos@gmail.com.

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

HÉRCULES: Referências e associações mitológicas

As mais antigas menções às lendas de Hércules estão na Ilíada e na Teogonia de Hesíodo, mas são breves. De modo geral, a maioria das referências textuais antigas se perdeu, restando um resumo tardio escrito pelo Pseudo-Apolodoro no século II. Três tragédias gregas chegaram até os dias de hoje em forma de literatura: duas de Eurípedes (Héracles e Os heráclidas) e uma de Sófocles (As traquinianas). Os documentos iconográficos fornecem mais informações e algumas representam, até mesmo, episódios não relatados em fontes literárias.

Uni amamenta Hercle. Detalhe em espelho etrusco.
Volterra, séc. III a.C.
O culto ao herói existia em quase toda a Grécia* e em diversas partes da Eurásia. No panteão etrusco, Uni é a deusa suprema - identificada posteriormente com a grega Hera - e mãe do herói Hercle, possivelmente a origem de todos os mitos greco-romanos.
* Mesmo que escritores helenísticos do mito de Ícaro tenham dito que Hércules construiu um túmulo para o rapaz na ilha de Creta, o herói não era reverenciado por lá.
Antigas fontes romanas indicam que o herói grego veio substituir um antigo pastor mitológico chamado pelos povos da Itália de Garanus (Recaranus), que era famoso por sua força. Enquanto o mito de Hércules incorporou muito da iconografia e da própria mitologia do personagem grego (como a morte de Caco), ele também tinha um número de características e lendas que eram marcadamente romanas. Chegou a ser considerado padroeiro das famílias por tudo que passou com as suas e diz-se que Carmenta (Carmentis), uma divindade romana e uma ninfa da Arcádia, filha do rio Lado, previu o futuro glorioso do herói.

Na Gália, Segomo ("vitorioso, único poderoso") era cultuado como um deus da guerra que, em tempos de religião gálico-romana, foi igualado a Marte e Hércules. O líder mítico Gálates, que constituiu parte da antiga população da Gália central, seria um heráclida.

Detalhe numa porta de bronze,
por Lee Lawrie, 1939, EUA.
Já os gauleses associavam Ogmios a um Hércules mais velho (ou Hermes). Essa divindade era descrita como um homem calvo com um arco e uma clava liderando um bando de homens aparentemente felizes ostentando correntes presas na língua e nas orelhas. Alguns estudiosos encaram isto como uma metáfora para eloquência, possivelmente relacionadas à práticas dos bardos e à capacidade de persuasão de Hércules.

Os celtas na Irlanda acreditavam que seu ancestral Celto seria filho de Hércules. Acreditavam em Ogma, o campeão dos Tuatha de Dannan, que usava sua maça para defender o povo e teria inventado a linguagem rúnica dos druidas, o ogham.

O historiador romano Tácito registra uma afinidade especial dos povos germânicos por Hércules associado a Thunaraz. Ele afirma que existia a memória do herói em celebrações antes de combates com cânticos que acendiam os ânimos. Maças de ouro com inscrições “ao deus Hércules” espalharam-se no período romano. Essas maças foram comparadas à clava de Donar e ao martelo de Thor como amuletos.

A lenda de Hércules também avançou pela Ásia. Megástenes, um enviado grego à Índia, comparou a saga do herói aos feitos descritos no Mahabarata. Cites, personagem mitológico ancestral dos persas, seria um heráclida. Estudiosos das primeiras civilizações associam o herói mesopotâmico Gilgamesh e a divindade fenícia Melqart ao herói grego.


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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

HÉRCULES: Os heráclidas

Hércules e Télefo. Estátua romana
em mármore, séc. I.
Ao longo das histórias, é possível perceber que Hércules teve várias mulheres e não somente as conhecidas Megara e Dejanira*. Com praticamente todas teve filhos, os quais recebem o nome de Heráclidas ou Heráclides. Alguns deles são (em alguma ordem cronológica):
  • Os Tespíadas, filhos do herói com as cinquenta filhas de Téspio (Alópio, Améstrio, Antíades, Ântifo, Antíleon, Antímaco, Arquédico, Arquêmaco, Astíanax, Astíbies, Átromo, Búcolo, Buleu, Cápilo, Celeustanor, Cleolau, Creonte, Dinastes, Erasipo, Estrobles, Êumenes, Eurícapis, Euríopes, Eurípilo, Euritras, Eutélides, Falias, Halócrates, Hipeu, Hipódromo, Hipózigo, Homolipo, Iobes, Laomedonte, Laômenes, Leucipo, Lêucones, Liceu, Licurgo, Mentor, Nefos, Nicódromo, Olimpo, Onesipo, Pátroclo, Polilao, Teles, Teleutágoras, Tígasis e Trepsipas).
  • Terímaco, Deicoon e Creontíades, filhos de Megara.
  • Tleptólemo, filho de Astíoque (Astiquéia).
  • Everes, filho de Partenope do Estínfale.
  • Palêmon, filho de Ifínoe, esposa do gigante Anteu, violentada pelo herói.
  • Téstalo, filho de Epicasta do Egeu.
  • Téssalo, filho de Calciopeia da ilha de Kós.
  • Télefo, filho de Auge da Arcádia.
  • Hilo, Ctesipo, Gleno, Onites (Hodites) e Macária, filhos de Dejanira.
  • Agelau e Tirseno, filhos de Ônfale (ou somente Lâmon).
  • Ctesipo e Lépreas, filhos de Astidâmia de Ormínion.
  • Antíoco, filho de Meda.
  • Alexíares e Aniceto, filhos de Hebe.
  • Na mitologia romana, Aca Larência foi a amante de Hércules, sem registro de filiação, porém, ele teria tido Zagreu com Coré (Perséfone).

A tradição mitológica conta que os descendentes de Hércules foram exilados após a morte do herói. Encontraram refúgio em Atenas, onde enfrentaram um ataque dos exércitos de Euristeu e acabaram finalmente matando o covarde rei. Liderados pelo primogênito Hilo e Iolau, os heráclidas invadiram o Peloponeso, mas uma pestilência obrigou-os a desistir.

Eles retrocederam até a Tessália, onde Egímio não só os recebeu como cumpriu sua promessa com Hércules e deu ⅓ de seu reino a Hilo. Após a morte do rei, os príncipes Pâniflo e Dimas se submeteram a Hilo, tornando-o regente dos Dórios. Em consulta ao Oráculo de Delfos, Hilo soube que deveria esperar até “o terceiro fruto” para retornar à Grécia a fim de recuperar o domínio que seu famoso antepassado estabeleceu. Três anos e três colheitas depois, os heráclidas marcharam contra Micenas, mas Hilo foi morto em combate. Duas outras tentativas foram mal sucedidas, até que Temeno, bisneto de Hilo, ficou sabendo que “o terceiro fruto” era, na verdade, “a terceira geração” e, portanto, responsabilidade dele liderar os heráclidas rumo à conquista do Peloponeso. Acabaram conquistando e destruindo a Civilização Micênica, o que corresponde às Invasões Dóricas.
* É interessante dizer que esse lado infiel de Hércules é bastante contestado. Muitos estudiosos não acreditam que um herói que passou pela vida se punindo por seus atos em autorrenúncia seria capaz de tais violências. Acreditam que, por ser uma figura extremamente admirada, muitos quiseram reivindicá-lo como familiar e pai de seus filhos do sexo masculino. O número de filhos é, inclusive, um fator de medição da popularidade de um deus e, neste quesito, dizem que Hércules superou o próprio Zeus (cerca de 90 filhos).


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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

HÉRCULES: O fim trágico e a ascensão divina

A morte terrena de Hércules foi extremamente dramática. Novamente livre e purificado de seus atos, o herói decidira erguer um altar em agradecimento a seu pai Zeus. Mandou, então, que o escravo Licas buscasse com Dejanira uma túnica nova que seria usada na consagração solene como praxe. O mensageiro, induzido por Hera, disse que Hércules pedira roupas para seu casamento com Iole e, assim, Dejanira lembrou do conselho de Nesso e enviou uma túnica com a mistura de sangue e sêmen do centauro.

A morte de Hércules. Óleo de Francisco de Zubarán, 1634.

Hércules atira Licas. Estátua de Antonio Canova.
É possível ver as dobras da túnica grudada no herói.
Ao vestir a roupa, o veneno da Hidra penetrou na sua pele e ele tombou em terrível agonia. Alucinado de dor, pegou Licas pelos pés e lançou-o ao mar. Cada tentativa de tirar a túnica, arrancava pedaços de pele, pois o tecido estava grudado em seu corpo. Pediu que fosse levado a Tráquis. Ao ver todo o sofrimento de seu marido, Dejanira se apunhalou de culpa na frente de Hércules que, aos prantos, nada pode fazer. Após entregar Iole a seu filho Hilo, pedindo que com ela se casasse logo tivesse idade para tal, mandou erguer uma pira no Monte Eta para ser cremado. Escalou cambaleante ao seu destino final, porém, ninguém teve coragem de acender a fogueira. Somente o relutante jovem Filoctetes* se disponibilizou e ganhou o arco e as flechas como presente.
* Mestre de armas e amigo pessoal de Hércules, Filoctetes jurou solenemente nunca revelar o paradeiro das cinzas do herói. Foi convidado a navegar até Troia com Menelau para buscar Helena, porém foi deixado por Ulisses em Lemnos por causa de uma ferida infectada no pé, que possui duas versões: em uma, Hera enviou uma serpente para atacá-lo por ter ajudado Hércules; em outra, gregos o forçaram a falar o local das cinzas e, para não quebrar sua palavra, apontou a direção com pé, que foi ferido quando uma das flechas envenenadas da Hidra caiu da aljava.
Hércules na fogueira e Filoctetes aos prantos. Ilustração de E. H. Montagny.
Filoctetes na Ilha de Lemnos. Gravura de James Barry.

Compadecido pelas dores do herói da humanidade, seu pai Zeus assegurou sua imortalidade: em meio às chamas*, ouviu-se um trovão e um raio arrebatou Hércules para o Monte Olimpo, onde foi recebido por Atena. Assumiu seu lugar entre os olimpianos como Deus da Força, desposando Hebe, a deusa da juventude e copeira dos deuses, filha de Zeus e Hera, como acordo final de paz. A deusa rainha passou até mesmo a aceitar o epíteto do bastardo Alcides em seu nome.
* Os poetas mais românticos dizem que o raio de Zeus iluminou toda a Terra e ninfas apagaram as chamas. Da pira surge um Hércules curado que é levado ao Olimpo por Atena e Hermes em um carro puxado por quatro cavalos alados. No entanto, existe uma variante nada poética dessa morte flamejante. Diz-se que o herói teria entrado em combustão em um ataque de Helios a ele. Para extinguir as chamas, lançou-se em um rio caudaloso e acabou se afogando. O rio passou a ter águas quentes, denominando Termópilas (águas termais) a região entre a Tessália e a Fócida.
A morte de Hércules. Gravura de Bernard Picart, 1731.
Casamento de Hércules e Hebe no Monte Olimpo.

A saga de Hércules é a perfeita personificação da ideia grega do pathos, a experiência do sofrimento virtuoso que leva à glória e, no caso do herói, à imortalidade. Era fundamental que sua saga terminasse em fogo, o único elemento simbolicamente capaz de purificá-lo por inteiro. Melpômene, musa da tragédia, passou a carregar a clava de Hércules em razão de toda essa luta. O herói, inclusive, teve um altar em Roma ao lado das musas, colocando-o como um musagete, ou seja, um líder das damas.

Hércules e as musas. Óleo de Alessandro Allori, 1568.

Sua ascensão ao Olimpo é a simbologia para a nomeação da Constelação de Hércules (Herculis, a quinta maior das 88 constelações modernas e uma das 48 constelações clássicas descritas por Ptolomeu), que está a mais de 25 anos-luz de distância da Terra. As representações o colocam segurando seja um ramo com os pomos dourados das Hespérides sejam serpentes que podem ser cabeças da Hidra ou aquelas que ele matou na infância.



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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

HÉRCULES: Uma nova escravidão

O Rei Êurito da Ecália, mestre-arqueiro de Hércules, resolveu desafiar toda a Grécia a vencê-lo numa disputa de arco. O prêmio era sua filha Iole. O herói acabou por fazê-lo, mas o rei não quis que ele desposasse a princesa, porque, pessoalmente, ou por conselho de de seus filhos (exceto Ífito), temesse que Hércules viesse novamente a enlouquecer e matasse Iole. Acabou o próprio rei sendo morto e Iole levada.

Pouco tempo depois, Autólico, filho de Hermes e considerado o maior ladrão da mitologia heroica, roubou o rebanho real da Ecália. Usando de astúcia, pintou os animais para que não fossem reconhecidos e, em Tirinto, vendeu-os a Hércules como se fora o dono. Os filhos do falecido Êurito se convenceram que fora Hércules em vingança que roubara o rebanho e novamente Ífito se colocou contrário, decidindo provar sozinho a inocência do herói. O príncipe seguiu as marcas dos cascos e encontrou Hércules em um estábulo onde, sem acusá-lo, perguntou se ele havia visto o ladrão de gado. O herói disse que seria mais fácil encontrar os animais do que o ladrão e subiram até o alto da muralha de um castelo em Tirinto para ver ao longe. Lá em cima, avistaram o gado da Ecália, mas como estavam de outra cor, Ífito não os reconheceu e se deu por convencido de que Hércules era inocente. Porém, naquele momento, Hera novamente enviou Lyssa e Anoia para enlouquecer o herói e, sentindo-se acuado, jogou Ífito muralha abaixo.

Apolo enfrenta Hércules que rouba a trípode.
Pintura em cerâmica.
Recuperada a razão, procurou novamente o Oráculo de Delfos para se purificar, porém, a pitonisa recusou-se a ajudar um homem que havia matado um inocente de forma covarde. Irado, o herói arrancou a trípode consagrada a Apolo e levou-a embora para fundar seu próprio templo. O próprio deus desceu furioso do Olimpo para enfrentá-lo e recuperar a trípode, mas Zeus interveio com seus raios e acalmou os ânimos. A resposta da pitonisa para o herói mais uma vez o colocou como escravo: devia ser vendido como escravo e o dinheiro de sua venda dado aos irmãos de Ífito como compensação mínima.

Hermes se encarregou de vendê-lo a Ônfale, rainha da Lídia. Por dois anos, Hércules realizou tarefas servis de forma humilde, até que a rainha decidiu dar tarefas heroicas assim como fez Euristeu:

Relevo em Templo de Paestum.
  1. OS CÉRCOPES: Os Cércopes eram Silo e Tribalo, dois altos e fortes salteadores de estrada, filhos da oceânida Teia, que assaltavam e matavam os viajantes. Sua mãe alertava para não cair na mão de um certo “Melampigio” (melampygos, homem de nádegas cobertas por pelos escuros, sinal de força para os antigos gregos). Certa vez, encontraram Hércules dormindo embaixo de uma árvore. Insultaram-no e o atacaram, mas foram facilmente dominados, ficando amarrados com os pés juntos de cabeça para baixo. Começaram a chorar, berrando que Hércules era tal homem de nádegas escuras. O herói se pôs a rir e os libertou com a promessa de não voltarem ao banditismo. Entretanto, o juramento não durou e ambos pilharam e mataram novamente. Só que dessa vez, irritaram Zeus e acabaram transformados em macacos.

  2. SILEU: Filho de Poseidon, Sileu obrigava aqueles que passassem por suas terra a trabalhar até à morte em suas vinícolas. Hércules colocou-se a seu serviço, mas, ao invés de cultivar as videiras, arrancou todas e matou Sileu com um golpe de enxada. Seu irmão, Diceu, hospedou Hércules, que ainda desposou sua filha. Esta mulher se apaixonou de tal forma pelo heroi que, em uma de suas ausências, morreu de amor.

  3. LITIERSES: Assim, como Sileu, Litierses (filho de Midas) era conhecido como Ceifeiro Maldito, uma vez que obrigava todo estrangeiro a debulhar o trigo de suas terra e os decapitava ao final. Hércules novamente se colocou à altura do desafio e matou o gigante vilão. O pastor Dafnis ficou com as terras de Litierses.

  4. OS ITONEUS: Para livrar a Lídia dos Itoneus, Hércules contou com o exército de Ônfale. Em guerra sangrenta, o herói apoderou-se de Itona, cidade dos saqueadores e, após destruí-la, levou os sobreviventes como escravos.

Face a tanta coragem e vitórias gloriosas, Ônfale mandou investigar as origens de seu escravo. Ao saber que era filho de Zeus e da princesa Alcmena, libertou-o e se casou com ele, dando-lhe um filho, Lâmon, ou, segundo outras fontes, dois filhos, Agelau e Tirseno. Após esse período de servidão, Hércules viveu no ócio e na luxúria. Durante este tempo, Ônfale usava a pele do Leão da Nemeia, enquanto o herói trajava suas roupas reais femininas, fiando o linho aos seus pés.

Hércules e Ônfale. Óleo de François Lemoyne, 1724.
Hércules e Ônfale. Óleo de Johann Heinrich Tischbein, 1754.

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Gigantomaquia

A queda dos gigantes. Óleo de Francisco Bayeu, 1764. Museu do Prado.

Os Gigantes foram gerados por Gaia (a partir do sangue de Urano que caiu sobre ela após o castramento de Cronos) para vingar os Titãs, que Zeus havia lançado no Tártaro após a Titanomaquia. Eram seres imensos, prodigiosamente fortes, de espessa cabeleira e barba hirsuta, o corpo horrendo, cujas pernas tinham a forma de serpente. Mesmo tendo origem divina, eram mortais, porém só pereciam se fossem atacados simultaneamente por um deus e um mortal.

Tão logo nasceram, começaram a jogar para o céu árvores inflamadas e rochedos imensos. os deuses prepararam-se, então, para o combate. Como Gaia havia produzido uma erva mágica capaz de curar os gigantes (pharmakon), Zeus pediu que Helio, Selene e Eos parassem de brilhar para dificultar a busca pela planta e colheu todas as mudas. O primeiro ataque partiu dos raios de Zeus e da lança de Atena. Porém, sabendo da impossibilidade de matá-los, os deuses convocaram Hércules para auxiliá-los.


Os mitógrafos destacam catorze gigantes neste combate, mas seu número foi bem maior (entre quarenta e mais de cem):
  1. ÁGRIO: Foi criado com Toas para se oporem às Moiras. Acabou morto pelas maças de bronze das três irmãs.

  2. ALCIONEU: Atena aconselhou Hércules a empurrar o poderoso Alcioneu para longe de sua cidade natal, porque ele recobrava as forças por tocar a terra de onde nascera (assim como Anteu). Em seguida, um ataque conjunto dos meio-irmãos, derrubou o gigante que fora criado para se opor a Hades. Seu corpo foi enterrado sob o Monte Vesúvio. Se vencesse os deuses, receberia Ártemis como esposa. Alguns mitógrafos colocam Alcioneu em um encontro anterior com Hércules. Diz-se que o gigante teria tentado roubar do herói o rebanho de Gerião. Outros dizem que o gigante começou a guerra ao atacar Helio e levar seu gado solar.

  3. Hécate contra Clítio. Detalhe do Altar de Pergamo.
  4. CLÍTIO: Criado para drenar a energia de Hécate, terminou massacrado pela deusa com golpes de tocha.

  5. EFIALTES: Esse gigante afugentou Ares, mas foi morto por um flecha de Apolo no olho esquerdo uma de Hércules no olhos direito.

  6. Fonte de Encélado. Versailles, França.
  7. ENCÉLADO: Era o menor e mais fraco dos gigantes, porém o mais inteligente. Usava três lanças e deveria governar o mar e desposar Atena se a vitória fosse sua. Chegou a ser queimado por Dioniso e eletrocutado por Zeus, mas nada o derrubava, até que enfrentou a própria Atena. Ao ver que não seria capaz de vencer seu nêmese, tentou fugir, mas a deusa jogou sobre ele a ilha de Sicília, aprisionando-o. Diz-se que, enterrado sob a ilha, o Encélado ainda se contorce e estremece causando terremotos.

  8. ÊURITO: Foi empalado pelo tirso de Dioniso com ajuda de seus sátiros.

  9. GRÁTION: Opunha-se a Selene e terminou flechado por Ártemis e Hércules.

  10. HIPÓLITO: Foi apunhalado por seu nêmese Hermes, que usava o capacete de invisibilidade de Hades.

  11. PALAS: Foi esfolado por Atena que se serviu da pele do gigante como armadura (possivelmente daí vem o epíteto Palas Atena). O resto de seu corpo foi transformado em pedra pela cabeça da medusa presa no escudo da deusa.

  12. PERIBEIA: Giganta criada para derrotar Afrodite, mas a deusa desferiu um golpe mortal com seu espelho.

  13. Poseidon ataca Polibotes com seu tridente
    e a ilha no ombro. Pintura em cerâmica.
  14. POLIBOTES: Após ser acertado por um raio de Zeus, Polibotes correu para a ilha de Kós. Poseidon atirou seu tridente mas errou o alvo, cortando um pedaço da ilha. O deus continuou perseguindo o gigante criado para se opor a ele, até pegar o pedaço da ilha e esmagá-lo (nascendo a ilha de Nísiro).

  15. PORFÍRIO: Criado como um rei entre seus pares para se opor a Zeus, desposaria Hebe se vencesse os deuses. No entanto, Porfírio atacou Hera, uma vez que Zeus causou-lhe desejo ardente pela deusa. Enquanto rasgava-lhe as vestes para estuprá-la, Zeus o fulminou com um raio ao mesmo tempo que Hércules disparava suas flechas envenenadas. Nem mesmo essa ajuda fez com que Hera desistisse de perseguir o herói: pelo contrário, a deusa se sentiu humilhada e fortaleceu seu desejo de vingança.

  16. MIMAS: Criado para se opor a Hefesto foi queimado com uma saraivada de ferro em brasa. Alguns mitógrafos dizem que foi incinerado por um raio de Zeus, e outros dizem que foi morto por Ares ou até mesmo Afrodite. Foi enterrado na Prócida.

  17. TOAS (TOON): Foi criado com Ágrio para se oporem às Moiras. Acabou morto pelas maças de bronze das três irmãs.
Hermes ainda derrubou quatro gigantes e Hefesto, dois. Sete outros que cercaram Afrodite foram mortos por Hércules. Percebendo que a derrota era iminente por causa da presença do herói, dez gigantes atiraram-se em sua direção, mas foram todos mortos pelos raios de Zeus combinados às flechas de Hércules. A Gigantomaquia é o ápice da glória de Hércules no imaginário dos homens, que transformou o herói mortal no salvador de deuses.