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terça-feira, 5 de setembro de 2017

Njörd

Njörd, o belo deus do mar, era um dos vanires mais preocupado em trazer vida e poder ao mundo do que propriamente em lidar com justiça e paz. Mas, durante uma batalha contra os aesires, foi capturado e chegou a representar uma trégua entre as duas raças. Pode-se perceber sua origem vanir nos papéis que desempenha como deus benévolo, protetor dos marinheiros e pescadores, que colhe no mar o alimento, que dá vida aos seres humanos, e, ocasionalmente, com um deus menos pacífico, que controla o poder do vento e das tempestades.

Njörd amava Skadi, uma deusa da montanha do longínquo norte, filha de um gigante que viajava de esquis e caçava com arco e flecha, e casou-se com ela. Mas, embora tivessem dois filhos – as divindades gêmeas da fertilidade, Frey e Freya –, a união deles não durou muito: Njörd não conseguia viver longe do mar e Skadi não suportava a vida longe de suas montanhas. Um mito diz que as tempestades são o resultado da tristeza de Njörd com a perda de Skadi.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Aegir

O deus do mar. Tem nove filhas, as senhoras que movem as ondas. Às vezes, dizem que ele carrega uma lança, mas, mais freqüentemente, ele e sua esposa Ran estão armados com uma rede para pegar marinheiros, que são levados para a sala de banquetes no reino de subaquático de Aegir.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Ryujin

Rei dragão do mar, Ryujin era uma das divindades marítimas mais importantes, e pode ser reconhecido por sua imensa boca. Ryujin usava jóias mágicas para controlar o fluxo das marés. Quando sua filha casou-se com o príncipe Hoori, ela se tornou uma das ancestrais da família real japonesa.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Nammu

Nos mitos sumérios, o mar primevo (abzu ou engur) é representado por Nammu (ou Namma). Ela é uma deusa sem cônjuge, o ventre de auto-procriação do universo, a matéria primordial, a grande mãe de todas as fontes de vida e fertilidade e de todos os deuses, que deu à luz An (o céu) e Ki (a terra). É a deusa que nutre e preserva. Seu nome tem o mesmo símbolo que os sumérios usavam para a palavra "mar", e era também chamada de A Deusa do Mar Doce.

Poderosa e afável, alguns diziam que ela foi à inspiração criativa para a humanidade. Exorcistas recorriam a ela para livrar possuídos do domínio de demônios. Sua representação era de uma mulher nua com cabeça de serpente, amamentando um de seus filhos divinos. Seus ombros largos significavam proteção e um triângulo púbico aludia à fertilidade, à vida.

É importante destacar como era comum encontrar esse tipo de divindade feminina (a força da Grande Deusa) nas mitologias das primeiras civilizações. Por exemplo, Nammu corresponde (e até se confunde em alguns pontos) a Tiamat na mitologia babilônica.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Tangaroa

Filho mais velho de Rangi (Céu) e Papa (Terra), Tangaroa era o deus dos mares de personalidade agressiva que, junto com seus meio-irmãos (Rongo, Tane, Haumia, Tawhiri e Tümatauenga) forçou a separação de seus pais. Diz-se que seu corpo tinha tanta água que ele explodiu e formou os oceanos. Seus filhos são Ikatere, rei dos peixes, e Tu-te-wehiwehi, ancestral dos répteis.

Alguns mitos dizem que, após a separação, foi atacado por seu irmão Tawhiri, deus das tempestades, e se escondeu no fundo do mar. Vivia sozinho na concha escura de um mexilhão primordial.

Tangaroa tinha uma rixa com seu irmão Tane, deus das florestas, porque ele acolheu Tu-te-wehiwehi depois dele ter sido banido dos mares por sua violência. Tane, com suas canoas de madeira, suas iscas de pesca e suas redes tecidas com fibras de madeira, era responsável pela morte das criaturas marinhas. Então, Tangaroa ordenava que o mar, com suas fortes ondas, engolisse as canoas, as árvores, as florestas, as casas de madeira e até as praias. Por essa razão, os povos maoris colocavam mar e terra como esferas opostas e precisavam honrar Tangaroa sempre que iam pescar, pois estavam entrando no reino do inimigo de onde eles moravam.

Pode aparecer como um enorme peixe que gera as criaturas do mar, inclusive seres fantásticos como sereias, ou um lagarto verde que traz bons ventos. As marés são sua respiração. Marinheiros polinésios e micronésios costumam navegar com um pedaço de coral para honrar o deus.

Seus mitos se espalham pelas ilhas do Pacífico de formas diferentes. No Havaí, tem ligações com Kanaloa. Nas Ilhas Cook, Tangaroa é filho da luz solar e tem associações com o fogo. No Taiti, recebe o nome de Ta'aroa, o caos criador. Como criador, saiu de sua concha para cobrir o mundo depois que céu e terra se separaram. Fez os deuses e todos os seres vivos, sendo representado com um corpo oco cheio de pequenas esculturas que simbolizam suas criações.

Por mais incrível que pareça, nas lendas havaianas - contradizendo toda a mitologia da Polinésia -, Tangaroa era um deus maléfico, associado à feitiçaria e ao submundo: sua maldição teria criado a morte no mundo.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mama Cocha

Deusa associada a todas as formas de água, Mama Cocha (ou Mama Qocha) era figura importante na religião inca. Era irmã e mulher do supremo Viracocha. Era mãe de Inti e Mama Quilla, deuses do sol e da lua. A "Mãe do Mar" protegia pescadores e navegantes, garantindo pesca farta, afastando tempestades marítimas e acalmando os oceanos. Portanto, seu controle das águas se estendia ao clima. Alguns a colocavam como a representação total do feminino.

O Lago Titicaca, no Peru, é chamado por muitos de Mama Cocha, e seria ou uma representação da deusa na terra, ou o seu lar.


Na capital do Peru, Lima, existem duas enormes huacas - templos de adoração - que provavelmente foram para Mama Cocha, uma vez que a cidade é litorânea.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sedna

Sedna, por Susan Boulet 
O mito da deusa inuíte Sedna começa com uma bela jovem que não se interessava pelos homens da tribo que seu pai viúvo lhe apresentava. Um dia, um homem se apresentou oferecendo o melhor a ela. Ela aceitou se casar e se mudar com ele para sua ilha. Lá, ele se transformou em um albatroz e a escravizou, fazendo-a se alimentar somente de peixes e viver num sujo ninho. Em visita à filha, o pai de Sedna viu as péssimas condições em que ela estava e decidiu salvá-la. Ele matou o albatroz e partiu em seu caiaque com Sedna. Os amigos albatrozes viram o ocorrido e foram atrás dos dois. Com suas asas, criaram uma tempestade e atacaram o caiaque.

Temendo por sua vida, o pai de Sedna a jogou no mar na esperança de acalmar as aves. Quando Sedna tentou subir novamente no barco, seu pai cortou seus dedos. Ela ainda tentou subir mesmo com as mãos mutiladas, mas seu pai a cortou novamente e jogou seus pedaços no mar. Assim que seus pedaços afundavam, iam se transformando em peixes, focas, golfinhos, morsas e outras criaturas marinhas. Seu corpo atingiu chão do oceano e ganhou um cauda de peixe, tornando-se um espírito do mar tão poderoso que passou a governar o Adlivum, o mundo subterrâneo inuíte. Lá, foi responsável por enviar animais para a caça inuíte. Como a caça é o ritual mais importante para eles, Sedna se tornou Senhora da Vida e da Morte.

Mas em um outro mito, Sedna era a horrenda filha do deus criador Anguta. Ela devorou tudo que tinha na casa de seu pai e se casou com um cão. Furioso, Anguta a jogou no mar de seu barco. Ela tentou subir, mas o deus cortou seus dedos um a um até que ela afundasse. No fundo do mar, Sedna teria se tornado Rainha dos Monstros das Profundezas.

Também existem mitos que juntam as duas histórias: Sedna seria a tal moça que não quer casar, mas, com raiva das propostas initerruptas, teria se casado com um cão. O povo achou que isso traria azar, de modo que ela foi levada num barco para ser atirada na água. O resto segue igual. Existem outras variações como Sedna sendo uma mulher vaidosa que se achava muito bela para casar com qualquer um, ou trocando os albatrozes por corvos.

Quando está irritada, Sedna envia tempestades e esconde os animais. Cada animal morto na caça, precisa de um copo de água doce. Para garantir que Sedna continue abençoando a caça, xamãs precisam se transformar em peixes para descer ao Adlivun por um caminho congelado e tenebroso com almas mortas, focas em ebulição e ainda enfrentar um terrível cão que guarda a fina passagem para seu reino de ossos de baleia. Lá, os xamãs precisam lavar os cabelos da deusa sem mãos e massageá-la para garantir sua satisfação e a caça da tribo. Isso tudo - é claro - representa um jornada espiritual dos xamãs.

É também conhecida como Mãe dos Animais Marinhos e Mulher do Mar. Outras tribos do ártico a chamam de Sanna, Arnakuagsak, Arnarquagssaq, Nerrivik ou Nuliajuk.

Estátuas de Sedna.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Olokun

Olokun (ou Olocum, do iorubá, Olóòkun, "proprietário do oceano") é a divindade iorubá do mar, considerada em Ilê-Ifé (Nigéria) e no Brasil como do sexo feminino, e em Benin como do sexo masculino. Na verdade, sua força é ainda maior ao ser considerada a divindade das águas do Universo.

Casada com Oduduwa, Olokun era triste e infeliz e se largou na escuridão ao se separar. Pediu, então, para Olodumaré transformá-la em água. O deus - que já vagava pelo mundo quando somente havia pedras e fogo - transformou o vapor das chamas vulcânicas em uma grande quantidade de nuvens que se precipitaram sob a forma de chuva: era Olokun, que ocupou os espaço da Terra e formou os oceanos. Poderosa, tornou-se Rainha dos Iorubás. Dizia-se que morava no fundo do mar em um vasto palácio, e que tinha humanos e peixes como criados.

Olukun é, às vezes, representada por uma serpente gigante presa por Obatalá e, uma dia, irá subir a terra e se mostrar aos homens. Portanto, é a escuridão do mar, sombria, dona das ondas e a fúria do oceano, capaz de engolir a Terra. Mas também tinha seu lado bondoso (Olokun Seniade), que, vestida de branca, mandava mensagens de responsabilidade, pureza, respeito, honra e caráter, dançava majestosamente e lançava búzios de riqueza em forma de benção. Em sua versão masculina, vestia-se de corais e cada perna era um rabo de peixe.

Com Olokun vivem dois espíritos: Samugagawa (vida) e Acaró (morte), ambos representados em suas "ferramentas", às vezes, como lagartos. Tem ligações com os eguns (espíritos dos ancestrais), pois têm um papel crítico na morte, na vida e na transição de humanos e espíritos entre as duas existências.

Uma lenda conta que Olokun e Olorun eram casados e criaram tudo. Mas se separaram numa disputa de poder e viveram em guerra (separação do céu e da terra). Certa vez, Olokun invadiu a Terra para destruir a humanidade e demonstrar seu poder (dilúvio?). Olorun salvou parte da humanidade lançando uma corrente para os homens subirem. Com essa mesma corrente, Olorun atou Olokun ao fundo do mar. Olokun mandou uma gigantesca serpente marinha engolir a lua, mas Olorun disse que sacrificaria um humano por dia para acalmar a deusa. Assim, todo dia uma pessoa se afoga no mar.

No Brasil, é comparado a Iemanjá, mas, Iemanjá representaria o mar cristalino e visível, de beleza inimaginável, enquanto Olokun representaria o mar desconhecido, escuro, do fundo do oceano. Alguns terreiros a consideram mãe de Iemanjá e a homenagem nas festas de sua filha, mas não se incorpora. Iemanjá assumiu seu papel como deusa do mar. Na Nigéria, Iemanjá é uma divindade do Rio Ogun, enquanto Olokun é a mãe de todas as águas. Em Cuba, diz-se que é andrógino, casado com 11 olosas e olonas (espíritos femininos do mar), pai e mãe de Iemanjá e senhor das profundezas do mar. Suas cores são azul-marinho, negro e branco.

Olokun desempenhava um papel importante na religião iorubá: vinha logo depois de Orixála, o deus criador em pessoa, relação semelhante a Zeus e Poseidon na mitologia grega. Também tinha relação com Oiá (divindade da mudança repentina). Era padroeiro dos descendentes de africanos levados para as Américas. Oferecem-lhe milho cozido com alho, cebola e manteiga, feijões, doce de coco, melado, inhame cozido, carne de porco, bananas verdes fritas e outras iguarias envolvidas em pano azul e levadas ao mar dentro de uma cesta. Recebe sacrifícios de galo branco, frangos, pombas, ganso, pato e da tartaruga Jicotea.

São inúmeras suas associações:

  • um grande jarro de barro ou cerâmica, de cor preta ou azulada, onde seus atributos são encontrados vivos na água do mar
  • representações náuticas, como barcos, lemes, âncoras, correntes etc.
  • uma sereia com uma cobra em uma mão e uma máscara na outra
  • conchas, cavalos marinhos e estrelas do mar
  • tudo sobre o oceano feito de chumbo e prata