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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Na dança

Apresento a vocês duas belas coreografias de balé relacionadas com a mitologia grega:

Afternoon of a Faun

Apollon Musagetes

Curtam!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

HÉRCULES: Os Doze Trabalhos - As Éguas de Diomedes


Cansada das vitórias de Hércules, Hera decidiu colocar o bastardo de Zeus contra seus netos, filhos de Ares, o deus da guerra e filho legítimo da deusa com Zeus. Inspirou, então, Euristeu a definir o oitavo trabalho: trazer as quatro éguas carnívoras de Diomedes, chefe dos Bistônios (povo não grego da selvagem e inóspita Trácia) e filho do deus Ares com uma mortal. Dizia-se que Diomedes dava seus inimigos e estrangeiros perdidos na costa do Mar Negro para suas éguas se alimentarem. De tão descontroladas, Podargo, Lâmpon, Xanto e Dino viviam presas por pesadas correntes no estábulo. Alguns diziam que as éguas tinham mandíbulas de bronze, soltavam fogo e fumaça pelas narinas.

A caminho da Trácia, Hércules passou por Feras para encontrar Admeto, que conhecera entre os Argonautas. Algum tempo antes, o rei tivera o privilégio de ter o deus Apolo sob suas ordens, que estava sendo castigado por Zeus por ter matado ciclopes em represália pela morte de seu filho Asclépio. Apolo afeiçoou-se a Admeto e o ajudou a conquistar Alceste, filha de Pélias, que havia sido prometida àquele que fosse até ela num carro puxado por leões e javalis. O deus também pediu às Moiras que tecessem mais um fio de vida ao rei caso alguém concordasse voluntariamente em substitui-lo. Acreditando ser amado e ter servos lhe devendo favores, Admeto não se preocupou. Porém, nem mesmo seus pais se habilitaram, somente a jovem e apaixonada Alceste se ofereceu. Admeto se recusou a perdê-la, mas as Parcas aceitaram a troca.

A morte de Alceste, tela de Pierre Peyron (1785)
Hércules enfrenta a Morte por Alceste. Óleo de Frederic Leighton (1870).

Enquanto Admeto ia recuperando as forças, Alceste adoecia. Hércules chegou à região e foi recebido pelo rei, que, para não perturbar o herói, fingiu que nada acontecia. Hércules comeu e bebeu além da conta, mas percebeu que ninguém acompanhava de sua alegria. Forçou um dos serviçais a contar o que acontecia. Chateado com seu próprio comportamento, decidiu esperar Tanatos, a Morte personificada, na porta do quarto da jovem. Com sua força e um laço de diamantes, o herói agarrou Tanatos e o obrigou a desistir do acordo. Alceste foi se recuperando e pode continuar a viver ao lado de seu amado Admeto. Outra versão dessa história, diz que, assim que Alceste aceitou morrer no lugar do amado, Perséfone se comoveu e desfez o acordo das Parcas com Apolo.

Hércules, então, navegou para a Bistônia com um grupo de voluntários, entre eles, Abderos, um jovem ousado da Lócrida a quem o herói tinha como companhia (outro eromenos). Rapidamente o grupo dominou os guardiões das éguas antropófagas e as roubou. No caminho para o navio, eles avistaram Diomedes e suas tropas. Hércules pediu que Abderos cuidasse das éguas enquanto ele enfrentava os bistones. O herói e seus amigos abriram um canal nas dunas que separavam a planície do mar e acabaram inundando a região formando um lago que separou e matou parte da tropa bistone. Diomedes ficou frente a frente com Hércules e foi derrubado.

Em sua inexperiência, Abderos acabou sendo devorado pelas éguas. Furioso ao ver seu companheiro em pedaços, o herói resolveu dar Diomedes para que as feras o devorassem. Surpreendentemente, os animais se acalmaram como mágica e Hércules conseguiu dominá-las. Antes de voltar para Micenas, Hércules deu um enterro digno ao jovem com competições atléticas e fundou a cidade de Abdera ao lado do túmulo.

Uma outra versão da história, conta que Hércules resolveu tudo sozinho. As éguas estavam atreladas a uma biga e o herói precisou levá-las junto com o carro para Euristeu. Outros dizem que Hércules atrelou os animais ao seu próprio carro para conseguir dominá-los. Elas representam a perversidade do homem que causa a morte da alma.


Euristeu ofereceu os cavalos à Hera, que novamente pediu para soltá-los. As éguas viveram livres pelas planícies de Micenas e acredita-se que uma delas foi ancestral de Bucéfalo, o famoso cavalo de Alexandre, o Grande. Quando os animais chegaram aos pés do Monte Olimpo, os deuses ordenaram que elas fossem devoradas por lobos selvagens.


PARTE: I - II - III - IV - V
TRABALHO: I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII
PARTE: VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII - XIII - Livro

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

HÉRCULES: Atitudes e consequências

Mais do que convencido da origem divina de Alcides, Anfitrião providenciou-lhe a melhor educação da época: condução de carros de guerra (ele mesmo o ensinou), luta, armas (por Castor), música (por Eumolpo) e canto, sendo estas duas últimas as habilidades que o rapaz não conseguia ser o melhor. Durante o ensino da escrita e da lira por Lino, filho de Apolo com a musa Urânia, Alcides matou seu professor. Conta-se que os dedos grossos do rapaz sempre arrebentavam as cordas do instrumento e, certa vez, Lino começou a praguejar e bater em Alcides. Foi o suficiente para ele arremessar a lira quebrada na cabeça do professor com uma força letal. Alcides foi levado a um tribunal, mas seus conhecimentos do política ("aquele que é atacado tem o direito de retaliar") o livraram da punição.

Após essa explosão de ira, Anfitrião decidiu enviá-lo para um treinamento com pastores e caçadores. Ensinado por Êurito, rei da Ecália, rapidamente dominou o arco e suas flechas nunca erravam o alvo. Num pastoreio, fui visitado por duas ninfas que lhe ofereceram duas escolhas de vida: uma confortável e fácil, a outra gloriosa e brutal. Ele teria decidido pela segunda opção.

Sua primeira façanha deu-se aos 18 anos quando se dirigia a Beócia: perseguiu e matou (partindo-lhe a espinha) um enorme leão que devorava os rebanhos de Anfitrião e de Téspio. A caçada durou cinquenta dias consecutivos no Monte Citéron, durante os quais o herói foi hóspede de Téspio e se uniu a cada uma das cinquenta filhas do rei. Posteriormente, isso iria criar uma aguerrida descendência entre os Tespíadas, que se espalharam até a Sardenha.*
* Téspio prometera a Alcides que sua primogênita, Prócris, o esperaria na cama enquanto a caçada pelo leão durasse. Porém, o herói chegava tão fatigado que não percebia que o rei mandava uma filha diferente por noite, objetivando uma poderosa descendência. A potência sexual de Hércules tornou-se mitologicamente incomparável.
Alcides, seu sobrinho Iolau e seus amigos Hilas e Poias participaram da jornada pelo velocino de ouro a bordo do navio Argo. Durante uma parada dos Argonautas em Mísia (na Ásia menor), Hilas foi atraído por náiades para as profundezas de um lago. Alcides voltava do bosque onde fora buscar madeira para refazer seu remo partido, quando tomou conhecimento do sumiço de seu amigo. Abandonou, então, a expedição para procurá-lo e o navio acabou zarpando sem ele.

Hilas e as ninfas. Óleo de John William Waterhouse (1896)

De volta a Tebas*, Alcides decidiu livrar a cidade do tributo de cem vacas anuais a ser pago por antigos conflitos com Ergino, rei dos Orcômenos. Ao encontrar-se com os cobradores, o jovem semideus arrancou-lhes as orelhas e os narizes, pendurou-os em torno do pescoço de cada um e os enviou de volta a Ergino, que declarou guerra contra Tebas. Durante o combate, Anfitrião foi morto, deixando Alcides furioso: matou Ergino a flechadas, desviou um rio e afogou o exército inimigo. Por fim, ele inverteu e dobrou o pagamento do tributo. O rei de Tebas, Creonte, em agradecimento, entregou sua filha Megara à aliança com o herói, que se tornou, assim, o soberano de Tebas. Com Megara, Alcides teve três filhos**: Terímaco, Creontíades e Deicoon.
* Diz-se que a caminho de Tebas, Hércules teria encontrado duas belas mulheres, Hedoné (o Prazer) e Areté (a Virtude). Hedoné tentou seduzi-lo com seus olhos gulosos, mas as palavras centradas da modesta e pudica Areté o convenceram e, a partir da quele momento, o herói seguiria uma vida sofrida porém virtuosa.

** Segundo Apolodoro, Hércules e Megara tiveram três filhos, porém, conforme Píndaro, foram oito e outras versões dizem que foram cinco ou sete. Independente da quantidade, o gênero sempre foi masculino, numa reflexão de "homem gera homens".
Anos mais tarde, Alcides detinha-se diante de uma lareira prestes a sacrificar um cordeiro em oferenda aos deuses quando Hera enviou Lýssa (a raiva) e Anóia (a demência) para exacerbar seu temperamento explosivo. Transtornado e enlouquecido, o herói acaba substituindo os cordeiros por seus filhos, lançando-os na fogueira. Lançou-se, em seguida, contra os filhos de Íficles e matou dois deles, enquanto seu irmão Íficles retirava Megara, seu primogênito Iolau e todos os outros do palácio. Passado o rompante, Alcides adormeceu. Ao despertar e tomar conhecimento de seus atos, entregou Megara a Iolau* e decidiu partir ao Oráculo de Delfos em busca de uma possível forma de purificação para um crime tão hediondo.
* Alguns dizem que Iolau era não só sobrinho, mas também o jovem amante (eromenos) de Alcides e, por essa razão, avançou sobre ele. Existem versões desta história que Iolau salva Megara da fúria do herói. Posteriormente, ele permitiu que seu sobrinho se casasse com sua mulher num rito de passagem para a vida adulta.
Hércules e Iolau, mosaico romano, séc. I a.C.
Ruínas do Templo em Delfos.
Hera queria dar uma punição bem severa ao bastardo, então, procurou aconselhar Apolo*, deus responsável pelo oráculo. Então, a pitonisa de Delfos disse que Alcides precisaria se submeter humildemente às ordens de seu primo Euristeu**. Adorador de Hera e por ela induzido, o covarde Rei Euristeu começou a dar tarefas impossíveis e mortais para que o herói sucumbisse.
* Apolo também foi aconselhado por Atena, protetora de Hércules, e, assim, foi garantido perdão e imortalidade no fim das tarefas. Esta imortalidade pode ser uma reflexão sobre a eternidade do mito e não exatamente longa vida,

** Existem outras variantes dessa submissão de Hércules a Euristeu. Uma delas relata que o herói abandonou Tebas e pediu para retornar a Argos. Euristeu concordou com a condição que ele libertasse o Peloponeso de determinados monstros. Uma outra apresenta Hércules como amante do rei e estava somente realizando os caprichos de seu amado.
Outra versão conta que a loucura de Alcides é ação de Até a mando de Hera. A deusa traiçoeira sobrevoou a cabeça do herói com um véu invisível que transformou seus filhos em dragões. Usando mesas e cadeiras, ele destruiu todo o salão e esmagou a cabeça dos dragões. Quando Até retirou o véu, Alcides chorou. Creonte o baniu de Tebas e Megara o abandonou. O rei Téspio recebeu o arrependido herói até que um mensageiro de Micenas apareceu com uma mensagem de Euristeu ordenando que Alcides passasse a servi-lo, confirmando a profecia de Zeus. Téspio aconselhou Alcides a procurar o Oráculo de Delfos para ter certeza de suas próximas ações. A resposta afirmativa aliviou o herói e, assim, aconteceram os famosos Doze Trabalhos.


PARTE: I - II - III - IV - V
TRABALHO: I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII
PARTE: VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII - XIII - Livro

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Arte ao Lado

No meu blog pessoal, criei um projeto para divulgar arte. Identifiquei pessoas ao meu redor entre amigos, familiares e conhecidos que estavam envolvidos com arte e escrevi sobre processos criativos e expressões artísticas.

Dentre o grupo escolhido, estava uma ex-aluna minha, Letícia Vicentini, que só fez crescer seu talento. Para escrever e ilustrar a postagem, eu precisei olhar alguns trabalhos dela e encontrei essas duas aquarelas:


Gostou? Então, veja AQUI as belezas que ela faz. Vale a pena! E se quiser ver outras postagens desse projeto, clique aqui.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

As musas

Apolo e as musas, óleo sobre madeira de Peruzzi (1523).

As musas (mousai, em grego) são conhecidas como as deusas da inspiração da arte e da ciência. É preciso saber que existiam inúmeras deusas inspiradoras e levou algum tempo a se chegar a uma categorização delas. Hesíodo, por exemplo, as associava à fontes de água e, portanto, à ninfas de fontes de água doce (náiades ou crineias). Daí a expressão "fonte de inspiração".

Três tipos de musas foram, então, colocadas em ordem, com textos de Homero e Hesíodo: as Titânicas (ou Primordiais), as Olimpianas (ou Canônicas ou Clássicas) e as Apolônidas.

Adoradas no Monte Hélicon, as musas titânicas eram três deusas da música, filhas de Urano e Gaia:
  • Meletea, a prática ("a que pratica"), que produz som golpeando o ar.
  • Aoidea ou Aeda, a canção ("a que canta"), que é a personificação da voz humana.
  • Mneme, a memória ("a que recorda"), nascida do movimento das águas.

Juntas eram o conhecimento básico para prática do culto à arte poética.

Relevo com três musas (possivelmente as titânicas) atribuído ao escultor Praxíteles
(séc. IV a.C. Museu Arqueológico de Atenas)

Após a derrota dos titãs, Zeus tomou Mneme como amante durante nove noites e a transformou em deusa da memória (Mnemósine). Dessa relação, nasceram as nove musas clássicas, as Olimpianas. Mnemósine teve suas filhas (também chamadas de Mneas ou Mnemônides, as recordações) longe dos outros deuses. Elas moravam no Museion (palavra grega para "templo das musas", onde elas residiam ou onde alguém se aperfeiçoa nas diversas artes, e que originou a palavra museu) com as Graças e foram criadas por Eufeme e seu filho Crotos (inventor do aplauso).

Relevo em mármore de sarcófago com as nove musas representadas. (séc. II d.C. Museu do Louvre)

As musas subiam ao Olimpo envolta por nuvens, cantando hinos imortais para se juntar aos deuses na corte de Apolo, deus olimpiano da música e da poesia (Apolo Musegetes). Dizia-se que, quando elas cantavam, tudo se imobilizava: céus e mares paravam para ouvi-las. Somente no funeral de Pátroclo, cantaram lamentos. Eram muitas vezes associadas a Dioniso por conta das festas do deus, porém, eram divindades virginais. Quando diz-se que alguém era filho de uma musa, provavelmente estava se insinuando que ela lhe favorecia.

As nove musas são:

Estátua romana de Calíope
(séc. II d.C.)
Calíope
A mais sábia das Musas e também sua líder. Seu nome significa "a bela voz" e é a musa da poesia épica, das ciências em geral e da elouquência, presidindo as relações entre homens e nações. Com Apolo foi mãe de Orfeu e Linus. Com Ares foi mãe dos fundadores da Trácia. Pode ter sido mãe das sereias.

Costuma ser representada sob a figura de uma donzela de ar majestoso, coroada de louros e grinaldas. Sentada em meditação, segura uma tábua de escrever e um estilete ou um pergaminho e uma pena. A IlíadaA Odisseia e A Eneida apareciam como livros em algumas representações da musa, uma vez que ela era considerada a musa de Homero e Virgílio.




Clio, óleo de Pierre Mignard (1689)
Clio (Cleio)
Musa da história e da criatividade, é frequentemente representada segurando um papiro enrolado e um clarim, com o livro do historiador grego Tucídides ao seu lado. A ela é atribuída a introdução do alfabeto fenício na Grécia. Seu nome significa "a que anuncia" e, assim, era a que divulgava e celebrava realizações, dando fama. Foi mãe de Jacinto, com um rei da Macedônia.

Fez sua irmã Calíope atuar como mediadora na disputa de Adônis entre Perséfone e Afrodite, depois que a deusa do amor fez Clio se apaixonar por um mortal em vingança por receber uma crítica da musa.


Erato, óleo de Cahrles Meynier
(1789)
Erato
Musa da poesia romântica e erótica, e também da mímica. Era representada com uma coroa de rosas e uma cítara (que ela teria inventado, ou uma lira) e, em muitas vezes aparece com Hímero, o cupido do desejo sexual, ou até mesmo Eros. Apesar de seu nome significar "adorável", "a que desperta o desejo", manteve seu caráter virginal, pois faziam com que os outros fossem desejados e dignos de serem amados.

Alguns textos a colocam somente como uma nereida, uma das ninfas do mar, filha de Nereu.







Estátua alemã de Euterpe
(1857)
Euterpe
"A que dá júbilo" era a musa da poesia lírica e, portanto, da música. Era representada com uma flauta dupla (aulos), invenção atribuída a ela, mas teria mesmo inspirado Atenas a criá-la e o músico Mársias a tocá-la.














Estátua romana de Melpômene
(séc. II d.C.) 
Melpômene
"A que canta" era a musa do canto, mas ficou mais conhecida como a musa da tragédia, sendo representada com uma máscara trágica. Sempre bem vestida, usava, porém, coturnos, que eram as costumeiras botas gastas dos atores. Algumas vezes também segura um bastão (a clava de Hércules) e usa uma coroa de ciprestes. Era a oposta de Tália.











Polímnia, óleo de Charles Meynier
(1789)
Polímnia
"A que canta muitos hinos" é a musa das poesias e cânticos sagrados. Usava um véu e era representada com um olhar pensativo (muitas vezes com o dedo na boca ou a mão no queixo). É também musa da geometria, da agricultura e da meditação.












Tália, óleo de Jean-Marc Nattier (1739)
Tália
A oitava a nascer, é a musa da poesia idílica e da comédia, "a que floresce e celebra" é representada com uma máscara de comédia, uma coroa de azevinho (ou hera) e um cajado de pastor. Podia aparecer também com um clarim como um instrumento de sustentação da voz dos atores. Era a oposta de Melpômene, e pode ter sido mãe dos dançarinos coribantes.

Uma das três Graças também se chama Tália. Não se sabe se são dois personagens diferentes ou a mesma, uma vez que os dois grupos femininos moravam no mesmo local.


Terpsícore, óleo de Jean-Marc Nattier (1739)
Terpsícore (ou Terpsícora)
A "radiante agitadora" é a musa da dança e da música coral, sendo representada com uma lira e uma palheta nas mãos. O interessante é que aparecia sempre sentada como se comandasse a dança, e raramente era representada realmente dançando. Alguns dizem que ela é a mãe das sereias junto ao rio Aquelau.





Urânia, óleo de Eustache Le Suer
(1647)
Urânia
A "celestial" é a mais velha das musas. Recebeu seu nome por ser a primeira neta de Urano. Poderosa como seu pai e bela como sua mãe, é a musa da astrologia, da astronomia e da filosofia, representada com um compasso e um globo celestial. É também associada ao Amor Universal e ao Espírito Santo. Vestida com um manto estelar, era capaz de prever o futuro pela posição das estrelas. Foi a primeira a cavalgar Pégaso (que criou uma fonte de inspiração ao bater com seus cascos no Monte Hélicon) e a responsável por salvar o cavalo alado da fúria de Zeus.






Afirmavam os poetas que tudo que diziam era apenas repetição do que as musas lhes haviam sussurrado e davam a elas todo o crédito. Eles invocavam sua musa e esperavam que ela viessem atendê-los na sua inspiração, muitas vezes, na forma de pássaros. Diz-se que Hesíodo pastoreava seus rebanhos no Hélicon quando as musas se dirigiram a ele e lhe disseram que sabiam tanto mentir quanto revelar a verdade. Deram-lhe um ramo de loureiro e iniciaram-no como poeta. Alguns eram abençoados no berço, quando elas colocavam uma doce gota de orvalho nos lábios do bebê.

Urânia e Calíope, óleo de Simon Vouet (1634, National Gallery of Art, Washington)

Porém, nem só histórias boas rondam as musas. Elas sabiam ser bem vingativas quando atacadas. Uma história conta que o arrogante poeta Tamires zombou das capacidades das musas creditando seu talento a si mesmo: acabou cego e sem memória. Já o Rei Pierus disse que suas nove filhas rivalizavam em beleza e talento com as musas: forma transformadas em almas-de-gato (um tipo de ave que produz um som de gemido).

As musas apolônidas seriam três filhas de Apolo chamadas Kefiso, Apolonis e Borístenes, mas eram adoradas na região de Delfos como as três cordas da lira do deus, Nete, Mese e Hypate.

Uma genealogia diz que as musas eram as cinco filhas de Zeus e Plusia: Meletea, Mnemea, Aoidea, Telxínoe (a que toca) e Arche (a que glorifica). Uma genealogia menos comum coloca as musas como filhas de Harmonia e netas de Ares e Afrodite (embora outros mitos digam que as musas dançaram no casamento de Harmonia e Cadmo). Já Cícero contava sete musas, filhas de Piero e da ninfa Antíope: Neilo, Tritone, Asopo, Heptapora, Aquelóis, Tipoplo e Ródia.

Na mitologia romana, terminaram sendo identificadas com as Camenas, simples ninfas inspiradoras das fontes, perdendo sua importância. Na mitologia escandinava, aproximam-se das völvas e, na mitologia hindu, das apsaras.

Foi sugerido por escritores tardios que os gregos inventaram as musas a partir de uma lenda egípcia que dizia que Osíris viajava com nove talentosas donzelas por conta de seu gosto pela música e pela dança. Posteriormente, essas donzelas se transformaram em deusas. Essa alegação é apoiada pelo fato de Osíris receber o epíteto de Hegetes, líder das donzelas, palavra que teria dado origem a Musegetes, epíteto de Apolo como líder das musas.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Que deus grego é você?

Embora tenha surgido há mais de 3 mil anos, os deuses da mitologia tem histórias e comportamentos que se tornaram símbolos do universo masculino e permanecem vivos na alma do homem contemporâneo. Descubra qual deles reflete melhor sua personalidade.

A. Entre esses animais, qual você prefere?
  1. Lobo.
  2. Raposa.
  3. Javali.
  4. Águia.
  5. Tartaruga.
  6. Golfinho.
  7. Cachorro.
B. Qual dessas imagens acha mais impressionante?
  1. Um deserto escaldante.
  2. Uma ventania estonteante.
  3. A lava de um vulcão entrando em contato com as ondas do mar.
  4. Raios no céu antes da tempestade.
  5. O topo de uma montanha no Himalaia.
  6. Qualquer visão do fundo do mar.
  7. O interior de uma caverna.
C. Para você, o apartamento ideal deve ter:
  1. Um terraço para tomar sol.
  2. Uma biblioteca, um home theater e wi-fi.
  3. Aparelhos de ginástica e espelhos.
  4. Um quarto só seu para você fazer o que quiser.
  5. Uma sacada ou um janelão para ver o céus estrelado e o tempo passar.
  6. Uma banheira enorme, ou uma jacuzzi ou uma piscina.
  7. Um closet.
D. Se tivesse de escolher uma dessas profissões, qual seria?
  1. Inventor ou Músico.
  2. Jornalista ou Repórter.
  3. Policial ou Soldado.
  4. Diretor executivo da sua área.
  5. Relojoeiro ou Motorista.
  6. Marinheiro ou Bombeiro.
  7. Detetive ou Psicólogo.
E. Como é seu estilo de se vestir?
  1. Casual, mas sempre com um detalhe inovador, algo que você seja o primeiro a usar e só depois vira modinha.
  2. Desencanado com peças coloridas que dão um ar de garoto, hipster.
  3. Esportivo com roupas que privilegiam o conforto e a liberdade de movimentos – e os músculos aparentes.
  4. Sofisticado e com uma peça ou acessório de grife para não passar despercebido.
  5. Básico mais para o clássico, com peças atemporais.
  6. Variável, com uma moda própria: em um dia, jeans e camiseta; no outro, elegância da cabeça aos pés.
  7. Roupas sóbrias e acessórios luxuosos, nem sempre visíveis porém caríssimos.
F. Você foi um garotinho:
  1. Arteiro, muito criativo e engenhoso.
  2. Curioso e hiperativo, vivia fazendo perguntas embaraçosas como "Por que a vovó diz que o titio é um banana?".
  3. Encrenqueiro e impaciente, cuja frase predileta nas brincadeiras era "Primeiro eu!", detestava perder.
  4. Afetuoso que adorava ser o líder na classe e nas brincadeiras.
  5. Organizado e esperto, escondia certa insegurança.
  6. Mimado, tinha que ser do seu jeito ou começava a pirraça.
  7. Tímido, com poucos amigos e uma paixão secreta.
G. Na vida a dois:
  1. Corre atrás do impossível para fazer o melhor, tudo para mostrar o quanto é apaixonado pelo seu par, mas quer reconhecimento.
  2. Companheiro, gosta de conversar sobre assuntos diversos (e se irrita quando o par não segue o assunto).
  3. É mandão, briguento, mas apaixonado, daqueles que faz barraco e sexo de reconciliação.
  4. É um amante incrível, mas tem dificuldade em manter compromissos.
  5. Não faz o gênero romântico nem é de demonstrar afeto, mas lealdade e fidelidade são seus sobrenomes.
  6. Quando ama, ama mesmo: é romântico e compreensivo, mas guarda mágoas.
  7. É ciumento, possessivo e desconfiado, mas faz tudo para quem ama.
H. Você se irrita mais com pessoas:
  1. Negativas
  2. Ignorantes.
  3. Medrosas.
  4. Desobedientes.
  5. Irresponsáveis.
  6. Insensíveis.
  7. Superficiais.
I. O que te deixa mal?
  1. Ser humilhado em público.
  2. Descobrir que foi enganado.
  3. Ter de aceitar a autoridade de quem você não respeita.
  4. Descobrir que alguém te desobedeceu e te prejudicou.
  5. Ter de voltar atrás em uma decisão errada.
  6. Ter de dizer "não" quando lhe pedem um favor.
  7. Saber que alguém descobriu um segredo seu.
J. Você acabou de conhecer alguém perfeito. O que faz?
  1. Joga charme abertamente, mas espera que a pessoa chegue em você.
  2. Tenta envolver com um papo interessante.
  3. Diz logo que está a fim, sem rodeios e com pegada!
  4. Age de acordo com as reações, sempre mudando de tática.
  5. Fica aguardando um sinal de interesse para se aproximar.
  6. Lança olhares de maior abandonado.
  7. Faz ar de mistério para gerar curiosidade.

RESULTADOS
Veja qual o número de suas respostas. A maioria delas irá determinar sua divindade correspondente. Empate no número de respostas indica que você tem uma personalidade complexa e que seu desafio é vivenciar de forma harmoniosa e equilibrada as características que talvez sejam destoantes.

APOLO (maioria de respostas 1): Associado ao Sol, Apolo era o deus da beleza, da música e da criatividade. Como ele, você é um homem que brilha, graças à autoconfiança, ao charme e ao alto-astral. Provavelmente, tem talento artístico. No amor, preza a sinceridade e expressa seus sentimentos com gestos grandiosos. Seus pontos fracos: dificuldade de lidar com derrotas, orgulho e tendência a se achar sempre o maioral.

HERMES (maioria de respostas 2): Mensageiro dos deuses e patrono dos comerciantes, dos viajantes e dos ladrões, Hermes tinha um dom especial para usar as palavras. Resolvia vários assuntos do Olimpo, apelando às vezes, para "jeitinhos". Como ele, você é comunicativo, inteligente, versátil e perspicaz. No amor, valoriza o diálogo e a afinidade mental com o parceiro. Seus pontos fracos: volubilidade, relutância em amadurecer e tendência a ser indiscreto.

ARES (maioria de respostas 3): Deus da guerra, Ares destacava-se pela coragem impetuosa e não trocava uma boa briga por nada. Representado como um jovem forte, era másculo e sensual. Como ele, você é competitivo, tem espírito de iniciativa e adora inovações. Tem uma sexualidade forte e, na vida a dois, gosta de pilotar a relação. Seus pontos fracos: agressividade, tendência a agir sem pensar e dificuldades de acatar ordens.

ZEUS (maioria de respostas 4): Deus mais poderoso do Olimpo, Zeus prezava o conhecimento e concedia muitas dádivas aos homens. Sedutor, divertia-se colecionando aventuras amorosas. Como ele, você é generoso, gosta de compartilhar o que sabe e tem espírito brincalhão. Quando está a fim de alguém, não mede esforços para conquistá-lo. Seus pontos fracos: atração pelos riscos desnecessários, mania de grandeza e tendência a esbanjar.

CRONOS (maioria de respostas 5): Titã do tempo, Cronos ensinou os homens a plantar e esperar a hora certa da colheita. Ao saber que seria destronado por um dos filhos, passou a devorá-los, mas perdeu o poder para Zeus. A influência dele lhe dá paciência e disciplina. Ambicioso, você joga muita energia na busca do sucesso profissional. No amor, só se solta quando tem certeza de ser correspondido. Seus pontos fracos: rigor excessivo consigo mesmo e pavor de perder o que conquistou.

POSEIDON (maioria de respostas 6): Deus dos mares, Poseidon fazia brotar fontes de água da terra com seu tridente, mas quando ficava furioso provocava terremotos e tsunamis. Ele simboliza o reino das emoções e os estados alterados de consciência. Sua influência faz de você um homem sensível, imaginativo, amante da sutileza e macho o suficiente para demonstrar o que sente. No amor, é romântico e sonhador. Seus pontos fracos: sugestionabilidade e tendência a fugir da realidade.

HADES (maioria de respostas 7): Hades governa o mundo dos mortos. Ele simboliza as profundezas do inconsciente, os desejos mais secretos, os mistérios da vida e da morte. Sua influência faz de você um homem que se atrai por tudo que é oculto ou enigmático, analisa as coisas a fundo e prefere agir nos bastidores a brilhar no palco. Para você, amor e sexo tem de ser vividos com muita intensidade. Seus pontos fracos: tendência a guardar rancor, espírito vingativo e ciúme exagerado.

(Teste feito para uma revista com consultoria de Márcia Maranhão Limongi, alterado por mim.)