Ebisu é o deus japonês dos pescadores, um dos Sete Deuses da Sorte do xintoísmo, o único de origem
japonesa. Importantíssimo para uma nação insular, é responsável pela
navegação segura e por uma pesca abundante, garantindo prosperidade nas
negociações marítimas. É comumente associado a Daikoku, outro dos
sete deuses, para garantir abundância tanto na terra quanto no mar.
Inclusive, algumas lendas colocam Ebisu como filho de Daikoku.
Prém, na verdade, ele foi Hiruko, o primeiro filho de Izanagi e Izanami. A deusa Izanami teria comprometido as leis do cortejo ao falar primeiro no encontro dos deuses e, assim, seu primogênito nasceu sem ossos, parecendo um sanguessuga. Hiruko era tão monstruoso que foi abandonado ao mar em um barco de junco, onde, acabou se transformando em uma divindade. Talvez seja essa a origem do velho costume japonês dos pais comemorarem o nascimento de seus primeiros filhos, colocando uma estatueta em um barquinho de junco no mar.
É comumente apresentado como um homem gordo, sorridente e barbudo vestindo roupas formais de juiz ou as vestes de caça de um cortesão. Está sempre segurando uma vara de pescar na mão direita com um pargo vermelho preso na linha (que está na mão esquerda), simbolizando sorte. Se estiver segurando um leque, representa concessão de desejos e tomada de decisões. Diz-se que Ebisu era um pouco surdo. Assim, surgiu o costume de bater palmas antes de orar para ele a fim de ganhar sua atenção.
Por ter nascido sem ossos e superado essa condição ao se tornar uma divindade, Ebisu também é protetor das crianças que nascem com problemas e é associado às águas-vivas.
OBS.: Os outros deuses da sorte são: Benten, Bishamon, Daikoku, Fukurokuju, Hotei e Jurojin.
Mostrando postagens com marcador xintoísmo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador xintoísmo. Mostrar todas as postagens
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Ebisu
Marcadores:
ebisu,
hiruko,
izanagi,
izanami,
mitologia japonesa,
pesca,
sete deuses da sorte,
xintoísmo
terça-feira, 23 de março de 2010
Ukemochi
Ukemochi e seu marido Inari, como uma raposa branca |
Sua lenda mais conhecida é o da sua relação com Amaterasu, a grande deusa do sol, que é contada no Nihon Shoki ("crônicas japonesas"). Aparece com algumas alterações, mas, basicamente, é o seguinte: Amaterasu utilizou sementes fornecidas por Ukemochi para plantar seus enormes campos de arroz. A grande deusa pediu que seu irmão Tsuki-Yomi (em outras lendas é Susanowo) verificasse suas plantações e o trabalho de Ukemochi, quando estivesse escondida em sua caverna.
Sabendo da visita do deus, Ukemochi resolveu preparar um imenso banquete: vomitou arroz cozido (felicidade e abundância), peixe (sabedoria e abundância) e algas (alegria). Tsuki-Yomi viu a preparação e ficou tão enjoado que a matou. Da cabeça de Ukemochi, saíram bois e cavalos; suas sobrancelhas transformaram-se em bichos da seda; da testa brotou milho e trigo, da barriga saiu arroz e de sua genitália veio o feijão; todos símbolos de agricultura, trabalho, resistência e criatividade. Os feijões são conhecidos no Japão como dissipadores de maus espíritos. É dito que outros alimentos ainda saíram do corpo da deusa, como o arroz doce, a soja e o pão. Com raiva pela morte de Ukemochi, Amaterasu decidiu nunca mais ver seu irmão e, por isso, sol e lua jamais se encontrariam.
Seu nome pode ser escrito como Uke-mochi ou Uki-mochi, e, muitas vezes, a deusa era confundida com Inari em sua versão feminina, uma vez que o deus era seu marido e assumiu suas funções divinas. Também foi associada ao deus Toyuke Okami, responsável pelo vestuário, pela habitação e pela refeições.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Inari
Inari (em sua forma feminina) aparece para um guerreiro com o espírito de uma kitsune |
Depois que Tsuki-Yomi (deus da lua) matou sua esposa Ukemochi (deusa do arroz), Inari assumiu suas funções e tornou-se também responsável pelas safras de arroz. Todo ano ele/ela desce de uma montanha nos primeiros dias da primavera para fertilizar os campos de arroz, às vezes, na forma de uma raposa branca (kitsune). Assim, tornou-se um importante deus da fertilidade e do sucesso na cultura japonesa. É retratado como um senhor de barbas, carregando sacos de arros, mas, por ter assumido as funções de sua esposa, é muitas vezes retratado como um deus andrógino.
Foi adorado como fabricante de espadas e, portanto, protetor deste ofício, dos ferreiros e dos guerreiros. Às vezes era descrito com uma espada, uma foice ou um chicote (que servia para queimar plantações, mas era raramente utilizado). Podia se transformar numa aranha monstruosa quando desejava ensinar lições aos homens. Existem mitos sobre sua transformação em dragão e serpente. As crenças xintoístas e budistas atuais preferem retirar esse lado antropomórfico de Inari, fazendo com que a raposa branca seja sua mensageira. Sua importância fez com que ele fosse associado a uma série de outros deuses, sendo chamado de trindade (Inari sanza) ou coletivo (Inari goza).
Existem muitos templos dedicados a Inari no Japão (aproximadamente 1/3 dos templos), com seus inúmeros toriis (aqueles famosos portais vermelhos) e sempre protegidos pela estátua de uma raposa. O principal é o Fushimi-Inara, em Quioto. Seu festival é na primavera, durante o cultivo do arroz, quando é servido aburage (um tipo de tofu frito), coalhada e feijão frito.
Toriis sequenciados do templo de Fushimi-Inara |
* Simplificando, kami é a palavra japonesa para deidade, espíritos, forças naturais. É a essência da fé xintoísta. Farei um post sobre isso.
Marcadores:
budismo,
inari,
mitologia japonesa,
ukemochi,
xintoísmo
Assinar:
Postagens (Atom)