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sábado, 19 de março de 2016

Ossanha protege o Jardim Botânico do Rio

No meio da cidade do Rio de Janeiro tem um paraíso chamado Jardim Botânico. E ele é protegido por Ossanha, orixá do verde, belamente representado nessa estátua em resina de 5 metros de altura do artista plástico baiano Tatti Moreno (2004).

domingo, 10 de junho de 2012

Pellervoinen

Pellervoinen é o semeador. Nascido da terra, foi convocado por Vainamoinen para plantar árvores, plantas e flores por todo o canto, criando as florestas, os pântanos e campos. Tornou-se assim o protetor de toda a vegetação, uma força criadora da Natureza. Dessa forma, é frequentemente associado à primavera e à fertilidade da terra.

São inúmeros os rituais para despertá-lo no verão e proteger as colheitas nos meses frios. Os poemas folclóricos contam que três meninas - Inverno, Verão e Primavera - tentam acordá-lo. Primavera é a única a conseguir fazê-lo. Algumas versões desses poemas contam que Pellervoinen apenas insemina a menina Primavera para que ela forneça a fertilidade necessária à toda vegetação. Depois, quando ele finalmente acorda, ele só precisa regar as plantas. Os antigos finlandeses identificam Pellervoinen com toda a fertilidade no mundo, inclusive a dos seres humanos.

Também chamado de Sampsa e Pellervo, alguns acreditavam que Pellervoinen possuía várias formas, como, por exemplo, o deus Pekko (ou Pellonpekko), responsável pelas colheitas e pela agricultura. É comumente descrito como um jovem esbelto e pequeno que transporta ou um saco ou uma cesta em volta do pescoço.

É comparado às divindades escandinavas Frey e Njord, mesmo não recebendo diretamente o epíteto de deus.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Bunjil e Bellin-Bellin

Foto de Hyeongchol Kim

O deus-águia Bunjil foi responsável por decorar a terra com vegetação variando de musgo e grama para as altas árvores. Ao ver a flora estática, enquanto a vida animal corria por todos os lados, Bunjil se deu conta que tinha esquecido de dar-lhes vida. Então, pensou:
"Deve haver movimento, pois a vida é um estado pulsante de incessante atividade. Deve ter movimento do ar para correr as nuvens em suas costas, ventos fortes para dobrar as árvores e uma brisa intermitente para que as aves flutuem e tornem-se fortes."
Chamou o astuto deus-corvo Bellin-Bellin - de cor arroxeada que caregava um saco amarrado no pescoço com todos os ventos - e pediu que liberasse alguns dos ventos. Bellin-Bellin cautelosamente abriu um canto da bolsa e uma brisa suave correu através das terras ocidentais, outra para o leste, outra para o sul, e um feroz vento mais frio para o norte. As árvores começaram a balançar seus ramos e os pásssaros e os insetos cantaram em louvor.

Bunjil pediu um último vento, mais forte e mais frio, para desafiar todos os seres a serem corajosos em tempestades violentas e prepará-los para os anos ruins. Bellin-Bellin abriu um pouco mais o saco e um vento congelante rugiu em direção ao sul. Tão forte era o vento que dobrou as árvores mais altas e levou suas folhas. Bunjil também foi levado pelo vento junto com sua família (suas duas esposas e seu filho Binbeal, deus do arco-íris) para fora do mundo e montou um casa permanente no céu (viraram estrelas).

Bunjil e Bellin-Bellin são muitas vezes vistos como os dois lados da mesma moeda, o bem e o mal, o construtor e o destruidor. Alguns povos australianos, inclusive, separam-se em dois grupos que só podem se relacionar entre si.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Cernunnos

Cernunnos é, possivelmente, a mais antiga divindade do panteão celta. Há sinais, inclusive, de que ele seja anterior às invasões celtas. Independentemente de sua origem, o Deus Cornudo (ou Galhudo, ou Cornífero), desempenha uma função importante não só por se tratar do Senhor dos Animais - domésticos e selvagens -, mas também da fertilidade e da abundância - regulando as colheitas dos grãos e das frutas - e Mestre das Caças. Ele conectava a Terra, o Céu e o Mar no centro sagrado do mundo, como a representação da Natureza. Posteriormente, foi considerado também o deus do dinheiro e, em alguns momentos, é associado ao Sol.

Segundo as lendas, Cernunnos (o princípio masculino) é filho da Grande Deusa (o princípio feminino). Ele atinge sua maturidade no solstício de verão e se apaixona pela Deusa. Ao fazerem amor, deposita toda sua força e a engravida. Quando a Deusa dá a luz no solstício de inverno, o deus morre, pois foi ele mesmo que renasceu. É a representação da passagem das estações. Um símbolo do poder natural da vida e da morte.

Essa relação incestuosa foi substituída por outra lenda, registrada por um poeta. Nela, Cernunnos nasceu da Grande Deusa sem seus chifres. Atingiu sua maturidade no verão e se apaixonou por Epona. Com ela se casou e ambos reinavam no subterrâneo - onde encaminhavam as almas. Porém, Epona precisava vir à Terra cumprir suas funções de deusa da fertilidade, lembrando a história de Hades e Perséfone. Num desses momentos, Epona o traiu e uma galhada começou a nascer na cabeça do deus. Daí viria a ligação entre traíções e chifres.

Sua primeira representação conhecida está presente em uma gravação sobre rocha datada do século IV encontrada no norte da Itália. Aparece como um ser de aspecto antropomorfo, dotado de dois chifres de cervo na cabeça e dois torques em cada braço. O torque - espécie de argola aberta torcida com as extremidades em forma de esferas - é um atributo de poder e realeza utilizado no pescoço ou nos braços pelos grandes chefes e guerreiros mais destacados para que fossem identificados como mestres na sociedade celta.

Ao lado desta imagem estava desenhada uma serpente com cabeça de carneiro - símbolo de renascimento e sabedoria. Acreditava-se, então, que Cernunnos poderia tomar a forma deste animal. Frequentemente é representado acompanhado por animais, principalmente cervos e touros, que se alimentam de um grande saco que tem em seu poder, ou por serpentes que se alimentam da fruta oferecida entre suas pernas. Em algumas ocasiões - como no caldeirão Gundestrup (foto) encontrado na Dinamarca -, aparece sentado de pernas cruzadas.

Os deuses com chifres são sempre identificados como entidades de sabedoria e de poder. Na Antiguidade, tais protuberâncias cefálicas podiam ser levadas apenas pelos mais viris, dotados de valor, honra, masculinidade etc. É possível que a idéia de "coroa real" venha daí. Um conto popular gaélico fala sobre viajantes que ganharam chifres ao comerem maças da floresta de Cernunnos. Após mordê-las, chifres cresceram em suas testas e eles passaram a compreender muitas coisas que aconteciam ao redor do mundo. Uma lenda escocesa afirma que chifres apareciam na cabeça dos melhores guerreiros. Os vikings são popularmente conhecidos por seus elmos com chifres, mas eles nunca levavam adornos semelhantes aos combates, pois isso seria um grande incômodo. Na verdade, utilizavam capacetes lisos e práticos, quase sem ornamentos. Os famosos capacetes com chifres eram utilizados apenas em cerimônias religiosas.

Cernunnos foi muito adorado entre os povos celtas da França (Gália) e da Grã-Bretanha - onde foi associado a Belatucadnos, um deus da guerra. Os gregos associavam-no a , mas os romanos o relacionaram a Mercúrio. Na Irlanda medieval, os chifres de Cernunnos foram transferidos ao Diabo, dando forças ao cristianismo contra o paganismo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Xipe Totec


Filho de Ometeotl, Xipe Totec era o misterioso deus das plantas, da agricultura, da primavera e das estações do ano, símbolo da morte e do renascimento da Natureza. Dizia-se que ele se esfolava para dar de alimento aos humanos, assim como o milho perde suas casca antes de cair na terra e se tornar uma semente ou como as cobras que trocam de pele.

Estátua de cerâmica
Protetor dos ourives e do ponto cardeal Oeste, foi um dos quatro deuses criadores astecas – junto a seus irmãos Teacatlipoca, Quetzalcoatl e Huitzilopochtli. Por sua aparência sempre cheia de feridas e pele ensanguentada e descascada, alguns acreditavam que ele era o responsável por guerras e doenças (pragas, cegueira, feridas, tumores, bolhas etc.). Mas quando estava com sua pele nova, brilhava como ouro. Frequentemente era representado com listras verticais descendo da testa até o queixo. Carregava um escudo amarelo e um recipiente cheio de sementes.

Era também chamado de Senhor dos Esfolados e Deus das Torturas, porque, em suas festas, as vítimas eram esfoladas vivas e depois sacrificadas. A pela retirada era usada como um casaco pelos sacerdotes por 20 dias até apodrecer e cair, num sinal de vida nova na primavera. Muitos astecas guardavam a pele apodrecida acreditando em suas propriedades curativas.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ishtar / Inanna e Tammuz

Ishtar é a deusa babilônica da fertilidade e do amor sexual. Considerada a Grande Mãe, também era chamada de Deusa dos Deuses e Luz do Mundo por ter sido responsável por criar tudo que existe. Controlava a menstrução e o prazer, mas também era a deusa da guerra, mostrando a força das emoções nos combates. Assemelha-se em alguns pontos a Afrodite dos gregos e a Ísis dos egípcios.

Acredita-se que na Antiga Babilônia, Ishtar tenha sido inicialmente uma deusa da lua ligada à vegetação. No entanto, os sumérios a identificaram com alguns mitos de sua deusa Inanna e a alçaram ao mais alto panteão. Por essa razão, suas relações familiares eram bastante confusas. Pode ser tanto filha de deuses da lua quanto do todo-poderoso An - que também é descrito como seu marido. Seria irmã gêmea de Shamash, ou então, irmã de Marduk e Ereshkigal.

Ishtar tinha inúmeras aventuras amorosas, como Marduk e o herói Gilgamesh. Seu epíteto "A Virgem" seria pelo fato de nunca ter se casado - e esse epíteto também pode ter ligação com a Virgem Maria. Seu parceiro mais importante foi seu irmão/filho Tammuz (ou Dumuzi), deus da vegetação.

O mito que descreve as estações possui algumas leituras relacionadas ao casal. Em uma delas, Ishtar teria ido ao Mundo Inferior para ficar com seu amado falecido. Chegando às portas do reino de Ereshkigal, Ishtar ordenou que o guardião a deixasse passar pelos sete portões. O guardião a avisou que ela teria que tirar uma parte de sua roupa a cada portão que passasse e Ishtar acabou chegando nua ao trono de Ereshkigal para negociar. Enquanto isso, com a ausência da deusa, toda a atividade sexual no mundo cessou. O deus Ea, então, criou o andrógino Asu-shu-namir para reviver Ishtar. A criatura desceu como enviado do rei dos deuses e exigiu que Ereshkigal utilizasse as àguas da vida para reviver Ishtar, que voltaria a cada seis meses para revê-lo. Outros dizem que seu pai Sin, deus da lua, enviou um exército para salvá-la junto com Tammuz.

Estudiosos estão revendo este mito nos escritos antigos. Ainda não se saberia a verdadeira razão da descida de Ishtar ao Mundo Inferior. Uma regra de Ereshkigal dizia que para ela sair, como ordenado por Ea, ela teria que enviar alguém para seu lugar. Assim, demônios acompanharam o retorno de Ishtar até sua casa, onde encontrou seu marido Tammuz se divertindo ao invés de estar em luto. Ishtar o indicou e os demônios o levaram. A irmã de Tammuz, Geshtinanna (ou Belili) se desesperou e ofereceu ficar metade do ano no Mundo Inferior.

O culto a Ishtar tinha alguns rituais de caráter sexual, libações e outras ofertas corporais. A dança do ventre oriental pode ser derivada das danças a Ishtar. Era dito que todo ano novo (revisto no calendário lunar), o rei precisava "se casar" com a deusa em uma grande orgia com suas sacerdotisas. Outro ritual importante ocorria no equinócio da primavera, onde os participantes pintavam e decoravam ovos e os escondiam e enterravam em tocas nos campos. Embora não exista uma prova concreta associando os dois rituais, é possível que seja o antigo ritual pagão que deu originou os ovos da Páscoa cristã. Aliás, na Bíblia, encontra-se os nomes de Ishtar e Inanna associados à prostitutas e a Torre de Babel seria uma descrição de um Templo de Ishtar.

O leão era o animal sagrado da deusa, que muitas vezes era representada como uma bela e voluptosa mulher cavalgando o felino. Imagens do animal adornavam a Porta de Ishtar, na entrada da Babilônia. Uma estrela de oito pontas em seu cinto (uma roseta) também é seu símbolo, portanto, é relacionada aos dois lados do planeta Vênus: a Estrela Vespertina (do amor, do romance, do sexo) e a Estrela da Manhã (a emoção da guerra). Tammuz podia ser representado como um cordeiro ou um touro. É interessante notar a relação predatória entre os animais que representam o casal.

Algumas de suas representações primevas a colocavam próxima a uma árvore sagrado com uma serpente e vários pássaros. Essa representação pode ter dado origem a inúmeras lendas de serpentes voadoras divinas em outras culturas, assim como, ter influenciado a história de Adão e Eva. As asas que costumam aparecer podem ser referentes à essas representações ou ao mito de sua descida ao Mundo Inferior, mostrando que ela era capaz de ir e vir aonde bem entendesse. Como deusa da guerra, segurava um arco e uma adaga curva.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Xochiquetzal


Chamada de "preciosa pena florida", Xochiquetzal é a representação do arquétipo da mulher jovem em pleno vigor sexual. É a divinização da amante, uma deusa essencialmente feminina e seu âmbito é o amor, a volúpia, a sensualidade, o desejo sexual e o prazer em geral. Sua ação também abrange o jogo, o canto, a dança, a alegria, as flores, enfim, tudo aquilo que envolve beleza. Por essas razões, também rege as atividade artísticas: é a patrona de pintores, bordadeiras, tecelãs e escultores. Conta a lenda que as mulheres nascidas no dia regido por ela podiam ter atividades extremas: tanto serem boas bordadeiras como serem prostitutas. Servia também como protetora das jovens mães, tornando-se padroeira do nascimento e da parturiência.

Irmã gêmea de Xochipilli, foi esposa de Tlaloc, mas também desposou Tezcatlipoca, Centeotl, Ixotecuhtli e Mixcoatl (com esse, foi mãe de Quetzalcoatl). Conta-se que ela realizou o primeiro ato sexual e que de seus cabelos formou-se a primeira "mulher-deusa" para que esta se casasse com Piltzintecuhtli, de cuja união nasceu o Centeotl.

É sempre retratada como uma mulher sedutora e juvenil ricamente vestida que carrega um buquê de malmequeres, sendo simbolicamente associada à vegetação e às flores em particular. Pássaros (como beija-flores) e borboletas costumavam acompanhá-la em comitiva. Uma jaguatirica também a rondava. Sua ligação com a fertilidade do homem e a beleza das flores, também a associou a fertilidade da terra.

Vivia em Tamoanchan, a "Árvore Florida", um verdadeiro paraíso sobre uma motanha bem próxima do céu, onde permanecia um determinado tempo, mas depois retornava ao subterrâneo, onde governava uma área reservada aos guerreiros mortos em combate e às mulheres que morriam dando à luz filhos homens. Qualquer homem que tocasse em uma flor de seu jardim, transformava-se em um amante passional.

A cada oito anos, uma animada festa era realizada em sua honra, onde os celebrantes usavam máscaras de animais e flores como calêndulas. Era também considerada deusa da música, dos jogos e da dança.

Originalmente, foi associada à lua, mas também existem lendas que a colocam como sendo mulher de Coxocox, e ambos foram os únicos sobreviventes do grande dilúvio ao se agarrarem num tronco de árvore. O casal precisaria repovoar o mundo, mas seus filhos nasciam mudos. Um pombo encantado devolveu-lhes o dom da fala, mas cada um começou a falar em uma língua diferente.

Sua equivalência direta é com a deusa Flora, dos romanos, mas também possui ligações com as deusas Afrodite, Deméter e Pérsefone da mitologia grega.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Flora / Clóris

Flora (1913), óleo de Louise Abbéma.

Flora é a deusa romana que encarna toda a natureza e cujo nome se converteu na designação de todo o reino vegetal. Cuidava da primavera e fazia plantas e árvores darem flores, sendo assim, adorada por todos os agricultores. Seus festivais (as Floralias) aconteciam no fim de abril com muitos rituais de fecundidade e danças de acasalamento.

Possuía uma flor que engravidava toda mulher. Teria sido dessa forma que Juno deu à luz Marte sem ajuda de seu marido Júpiter, após uma crise de ciúmes por ele sozinho ter dado à luz Minerva. Flora também teria ofertado o mel e as sementes florais aos homens.

Para os romanos, as rosas foram uma criação da deusa. Quando uma de suas ninfas morreu, Flora a transformou em flor com ajuda de outros deuses: Febo deu a vida, Baco jorrou o néctar e Pomona criou seu fruto. Abelhas se sentiram atraídas pela flor e Cupido atirou suas flechas para espantá-las. As flechas se transformaram em espinhos e, assim, criou-se a rosa.

É identificada com a ninfa Clóris da mitologia grega e, assim, teria sido amante de Zéfiro, o vento oeste. Após o casamento público, foi Zéfiro quem a nomeou rainha de todas as flores e lhe concedeu o poder de germinar as sementes das flores de cultivo e ornamentais. Formaram um casal de deuses alegres e jovens que deslizavam pelos céus, enfeitados com coroas de flores, e tocavam com suas asas os casais de namorados nos dias frescos de primavera.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Leshy


Leshy é o espírito Senhor da Floresta, protetor de toda vida selvagem, dos animais às arvores e arbustos. São também chamados de Lesy, Lesny, Lechy, Lesovy, Lesovik, Leshak , Lesun ou Leszy. Esses nomes tiveram origem do eslavo comum, significam "ele da floresta". Uma lenda diz que ele é filho de um demônio com uma mulher. Outra diz que ele tem uma família: sua esposa Leshachikha (Leszachka), e suas crianças Leshanki (ou Leshonky).

Geralmente aparece como um camponês alto que utiliza sapatos em pés trocados que não tem sombra. É capaz de mudar seu tamanho, desde uma lâmina de erva a uma árvore muito alta. Tem cabelos, sobrancelhas e barba feitos a partir da grama vivente e das vinhas. Tem a pele pálida e azulada por causa de seu sangue azul, contrastando com seus brilhantes olhos verdes. É freqüentemente representado em companhia de lobos cinzentos e ursos. Costuma carregar um pedaço de madeira para expressar que é o mestre dos vegetais. No Dictionnaire Infernal, é descrito como um demônio humanóide de pele azul, cabelos e barba verde e dois grandes chifres que carrega um porrete e um chicote.

É um espírito pernicioso que gosta de seqüestrar jovens, imitando vozes humanas conhecidas ou se transformando em animais dóceis. Dá indicações erradas a quem entra na floresta, mas viajantes espertos se livram dele vestindo suas roupas de trás para frente. No caso de um Leshy começar a correr atrás de alguém, é preciso fazer algo contra a floresta (iniciar um incêndio, por exemplo) para que o espírito se preocupe com outra coisa e esqueça da perseguição. Sua terrivel risada pelas árvores é a constatação de que alguém se perdeu e provavelmente, morreu. Seu choro é ainda pior e determina alguma maldade com seus protegidos.

Se por um acaso, alguém acabar ajudando um Leshy, o espírito ensinará vários segredos mágicos das florestas. Agricultores e pastores vivem tentando agradá-los. Adeptos do cristianismo diziam que era preciso entregar ao Leshy um crucifixo para que uma comunhão de paz (ou seu banimento) fosse realizada.

São inúmeras as ligações com o mito do Curupira no folclore brasileiro. Camuflagens militares que envolvem fantasias florestais com óculos noturnos são chamadas de Leshy Suit.