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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

HÉRCULES: Os Doze Trabalhos - Os Pomos das Hespérides


O Jardim das Hespérides,
tela de Frederic Leighton (1892).
Como penúltimo trabalho, Euristeu pediu que Hércules trouxesse três pomos dourados do Jardim das Hespérides. O rei sabia que a deusa tinha tornado a tarefa quase impossível, mas não poderia imaginar que a jornada do herói seria tão ou mais complicada. Essa tarefa acabou por estabelecer Hércules como um defensor dos oprimidos e injustiçados.

As maçãs (ou laranjas) douradas da imortalidade foram dadas por Gaia para Zeus e Hera como presente de casamento (um versão diz que foi um presente Hera para Zeus pelo matrimônio). Hera plantou-as em um jardim perto do Monte Atlas, onde as Hespérides seriam responsáveis. Para mais proteção, a deusa enviou um monstro da prole de Equidna e Tifão: o dragão imortal de 100 cabeças chamado Ladon*.
* Na maioria das representações artísticas, Ladon era somente uma serpente, provavelmente, uma alusão à Serpente do Paraíso. Mas, na mitologia, cinquenta cabeças permaneciam acordadas, enquanto as outras cinquenta dormiam.

Hércules enfrenta Cicno, pintura em ânfora.
Como a localização do jardim era duvidosa e cercada de perigos, Hércules partiu para o oeste em direção à Ilíria, onde conhecia algumas ninfas que poderiam ajudá-lo (alguns dizem que Atena disse para ele procurar as Parcas). Quando cruzou a Tessália, encontrou o cruel Cicno, filho de Ares, que matava viajantes e oferecia sua carne como sacrifício a seu pai. Hércules o confrontou e o matou. Algumas versões dessa história dizem que Ares lutou com o herói para se vingar pela morte de seu filho, mas Zeus teria jogado um raio para separar os dois ou Atena fez o herói se esquivar de um ataque divino. Ares chegou a ser ferido na coxa pelo herói e se recolheu por um tempo no Olimpo.

Hércules luta com Nereu e nereidas ao redor, pintura em vaso.
Continuando a viagem, Hércules chegou ao rio Eridano (rio Pó), na Ilíria, onde encontrou suas amigas ninfas. Elas falaram que Nereu sabia a localização do jardim. Ao encontrar o velho deus do mar, o herói recebeu uma recusa na resposta e precisou segurá-lo, pressionando pela resposta. Nereu era capaz de mudar de forma, mas Hércules se manteve forte e acabou conseguindo as informações que precisava. Uma versão desse encontro, diz que o herói encontrou Nereu dormindo. Com um corda, foi amarando suavemente o velho deus do mar para não acordá-lo até que o apertou tanto que o despertou. Todas as formas que assumia se mantinham presas na rede construída por Hércules e só restou lhe dar a informação.

Passando novamente pela Líbia, Hércules confrontou Anteu*, filho de Gaia e Poseidon, que tirava sua força do contato com a terra, sua mãe. O gigante desafiava os viajantes a derrotá-lo, mas sempre vencia e decorava o templo de seu pai com os restos mortais dos perdedores. Hércules percebeu que, logo após derrubar Anteu, ele se recuperava rapidamente e ficava ainda mais forte. O herói, então, levantou o gigante do chão, desconectando-o de sua fonte de força, e o enforcou assim que ficou enfraquecido. Diz-se que pigmeus amigos do gigante tentaram matar Hércules enquanto ele dormia como vingança. Mas o herói acordou, caiu em gargalhada e espantou-os com uma só mão.
* A história de Anteu (Antaeus, ou Änti em língua berbere) tem sido utilizada como fábula que simboliza a força espiritual que é mantida pela fé nas coisas imediatas e factuais - as coisas terrenas. Na Divina Comédia, Anteu guarda o Nono Círculo do Inferno e leva Dante e Virgílio até ao fundo onde corre o rio gelado do Cocito. Plínio, o Velho, escreveu que um homem da família de Anteu, depois de escolhido por algumas pessoas, foi levado para um lago da Arcádia, onde pendurou as roupas num freixo para atravessar o lago a nado. Foi, por conseguinte, transformado num lobo por nove anos. Se conseguisse passar esse tempo sem atacar um ser humano, poderia voltar a atravessar o lago a nado e tomar a sua forma humana original. É um dos primeiros relatos sobre licantropia que se conhecem.
O combate de Hércules e Anteu, pintura decorativa em teto do Museu do Louvre, por Auguste Couder

No Egito, Hércules foi preso pelo exército do terrível Busíris*. Frásio, um vidente cipriota, havia dito ao faraó que, se ele sacrificasse um estrangeiro aos deuses, a fome acabaria em suas terras. Azar o dele por ter escolhido Hércules: quando a cerimônia de sacrifício se iniciava, o herói estourou num rompante de fúria e matou não só o faraó como todos os seus sacerdotes. Amedrontados, os egípcios decidiram dar livre passagem para Hércules por suas terras.
* Não há referência a Busíris em nenhuma dinastia faraônica. É possível que seu nome seja uma corruptela do deus Osíris. Existe uma versão que coloca este faraó como o grande vilão desta tarefa, pois ele teria mandado raptar as ninfas para fertilizar suas colheitas. Hércules matou os egípcios e devolveu as ninfas a Atlas, que lhe entregou os pomos em recompensa.
Hércules matando Busíris e seus sudítos, pintura em ânfora (480 a.C.).

No caminho, Hércules encontrou Prometeu acorrentado no Monte Cáucaso por seu crime contra os deuses. O herói matou o abutre que comia o fígado imortal do titã e quebrou as correntes para libertá-lo. Como agradecimento, Prometeu aconselhou Hércules a pedir ajuda ao seu irmão Atlas, pai das ninfas que cuidavam do jardim.

Prometeu e Hércules, óleo de Christian Griepenkerl (1878).

Finalmente, o herói chegou ao Monte Atlas, que recebeu o nome do titã porque era lá que ele carregava os céus nas costas como punição divina por ser um dos líderes da revolta dos titãs. Hércules ofereceu ficar no lugar de Atlas, enquanto ele buscava os pomos. O titã concordou, considerando descansar os ombros. Ao retornar com as três maçãs, Atlas recusou voltar para seu posto, deixando Hércules com a carga pesada. O herói precisou usar sua lábia: disse que aceitaria ficar no lugar do titã se ele pudesse ajeitar seu corpo e, para isso, Atlas precisaria segurar por um momento. Ele aceitou e o herói saiu livre com as três maçãs. Há uma divergência entre os mitógrafos, que dizem que Hércules fez Ladon adormecer e as Hespérides deram os pomos ao herói.

Atlas traz os pomos para Hércules que segura temporariamente os céus. Relevo do Templo de Zeus em Olímpia.
Hércules matando o dragão do Jardim das Hespérides. Gravura de Gerard van der Gucht, séc. XVII.

Hércules e os Pomos de ouro.
Estátua romana em bronze, séc. II a.C.
Hércules retornou à corte de Euristeu com os pomos e os apresentou a um espantado rei. Ele tinha tanta certeza que o herói não voltaria que nem pensou o que fazer com as frutas, deixando seu destino nas mãos de Hércules. Incerto do que deveria ser feito, o herói pediu orientação à Atena, sua constante protetora, que levou as maçãs de volta ao jardim porque elas deveriam permanecer por lá de acordo com as leis divinas.


PARTE: I - II - III - IV - V
TRABALHO: I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII
PARTE: VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII - XIII - Livro

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

HÉRCULES: Os Doze Trabalhos - O Cinturão de Hipólita

Hércules obtém o cinturão de Hipólita, óleo de Nikolaus Knüpfer
Cada vez mais irritada, Hera soprou no ouvido de Admete, filha de Euristeu e sua sacerdotisa, que ela teria muito poder e sabedoria se obtivesse o cinturão de Hipólita, rainha das guerreiras Amazonas, filha de Ares. Euristeu resolveu fazer, então, com que o nono trabalho de Hércules fosse conseguir a peça. O cinturão é descrito como um cinto de couro dada a ela por Ares por ser a melhor guerreira entre as Amazonas. Acredita-se que Hipólita o usava cruzando seu peito para carregar sua espada e sua lança, mas não há representações dele.

Conhecendo as habilidades das Amazonas, o herói decidiu organizar uma expedição às misteriosas terras ao norte do Cáucaso, próximas ao Mar Negro, onde ficava Temiscira, capital do reino das guerreiras. Entre os voluntários, estavam Telamon, Teseu e Peleu.

Na primeira parada na ilha de Paros, Hércules pediu que dois de seus companheiros fossem buscar água com o Rei Alceu. Os rudes filhos do Rei Minos (Nefálion, Eurimedonte, Crises e Filolau) que estavam hospedados na ilha desrespeitaram as leis que protegiam os estrangeiros e assassinaram os dois. Hércules viu a cena do convés e pulou pra terra e matou os quatro. Os habitantes da ilha se revoltaram e atacaram o herói e seus companheiros sem saber quem eram. Quando se deram conta, pararam de enfrentá-los e disseram para o herói escolher dois guerreiros para substituir os que foram mortos pelos filhos de Minos. Hércules chamou o Rei Alceu e seu irmão Estênelo.

Viajando para o Norte, passaram pelo o Helesponto (estreito de Dardanelos próximo a Turquia) e pelo Bósforo e saíram no Mar Negro. Seguindo a costa da Ásia Menor, aportaram na Mísia, onde o Rei Lico os recebeu calorosamente com um grande banquete. Durante a celebração, os bébrices invadiram a nação, pilhando e destruindo tudo no caminho. Hércules e seus companheiros rapidamente se prontificaram e acabaram com os invasores, recebendo tantas provisões quantas couberam em seu navio como recompensa.

Depois de mais uma longa jornada, finalmente chegaram a Temiscira. Armados até os dentes, ficaram surpresos com a recepção calorosa das Amazonas quando seu navio chegou à foz do rio Thermodon. Até mesmo Hipólita parecia estar encantada com os heróis. Hércules contou à rainha a razão daquela expedição e Hipólita ofereceu o cinturão como presente. Ao ouvir isso, Hera tomou a forma de uma amazona e começou a espalhar o rumor que o herói queria sequestrar a rainha.


A destemida Aela atirou suas flechas em Hércules, mas a pele impenetrável do Leão da Nemeia as fez ricochetear. Já a flecha de Hércules matou a amazona de uma vez. A saguinária Prótoe matou três companheiros do herói antes de ser morta por ele com um só golpe de sua espada. Hércules derrubou outras sete amazonas com sua clava. Teseu, Telamon, Alceu e Estênelo derrotaram outras guerreiras, mas o combate só chegou ao fim quando Hércules matou Hipólita com sua espada de bronze e tomou o cinturão. As amazonas derrotadas se viram abandonadas à sua própria sorte.*
* Numa versão desta tarefa, Hipólita não é morta. A luta só termina quando Hércules faz a Rainha Melanipe como sua prisioneira. Ele a troca pelo cinturão. Teseu ainda rapta a Rainha Antíope, irmã de Hipólita, e se casa com ela. Em outra versão, Teseu, na verdade, rapta e estupra Antíope, o que marca o início da luta entre as amazonas e os guerreiros de Hércules. Essa versão é pouco utilizada por macular a aura de herói de Teseu. Percebam que eram três rainhas, pois acredita-se em três tribos diferentes de amazonas, sendo Hipólita a governante-mor.
Hércules vence Hipólita, estátua em mármore de Lorenzo Mattielli
Na viagem de volta, Hércules salvou Hesíone, filha de Laomedonte, de ser sacrificada por um monstro marinho enviado por Poseidon. Laomedonte, rei de Troia, havia se recusado a pagar aos deuses Poseidon e Apolo pela construção das poderosas muralhas ao redor da cidade. Apolo enviou uma praga e Poseidon um monstro marinho, que só cessariam suas destruições se Hesíone fosse sacrificada. Laomedonte chegou a tentar usar filhas de pessoas do povo, mas em um sorteio saiu o nome da princesa. Hércules passou pela cidade e se ofereceu para salvar a princesa e matar o monstro em troca dos dois corcéis brancos que andavam sobre as águas, dados ao rei por Zeus em troca do jovem Ganimedes. O herói chegou a ser engolido pelo monstro, permanecendo em seu estômago por três dias até rasgar seu caminho para a liberdade, mas o velhaco Laomedonte novamente não pagou o prometido e expulsou o herói, que jurou vingança.

Hércules liberta a filha de Laomedonte, óleo de Louis de Silvestre.
No porto de Tassos, Hércules e seus companheiros encontraram trácios selvagens que devastavam a ilha. Após expulsar os inimigos, o herói deixou a ilha nas mãos de Alceu e Estênelo como recompensa pela participação na jornada. Chegando a Micenas, cada um seguiu seu rumo e Hércules levou o cinturão para Admete.


PARTE: I - II - III - IV - V
TRABALHO: I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII
PARTE: VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII - XIII - Livro

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

HÉRCULES: Os Doze Trabalhos - As Éguas de Diomedes


Cansada das vitórias de Hércules, Hera decidiu colocar o bastardo de Zeus contra seus netos, filhos de Ares, o deus da guerra e filho legítimo da deusa com Zeus. Inspirou, então, Euristeu a definir o oitavo trabalho: trazer as quatro éguas carnívoras de Diomedes, chefe dos Bistônios (povo não grego da selvagem e inóspita Trácia) e filho do deus Ares com uma mortal. Dizia-se que Diomedes dava seus inimigos e estrangeiros perdidos na costa do Mar Negro para suas éguas se alimentarem. De tão descontroladas, Podargo, Lâmpon, Xanto e Dino viviam presas por pesadas correntes no estábulo. Alguns diziam que as éguas tinham mandíbulas de bronze, soltavam fogo e fumaça pelas narinas.

A caminho da Trácia, Hércules passou por Feras para encontrar Admeto, que conhecera entre os Argonautas. Algum tempo antes, o rei tivera o privilégio de ter o deus Apolo sob suas ordens, que estava sendo castigado por Zeus por ter matado ciclopes em represália pela morte de seu filho Asclépio. Apolo afeiçoou-se a Admeto e o ajudou a conquistar Alceste, filha de Pélias, que havia sido prometida àquele que fosse até ela num carro puxado por leões e javalis. O deus também pediu às Moiras que tecessem mais um fio de vida ao rei caso alguém concordasse voluntariamente em substitui-lo. Acreditando ser amado e ter servos lhe devendo favores, Admeto não se preocupou. Porém, nem mesmo seus pais se habilitaram, somente a jovem e apaixonada Alceste se ofereceu. Admeto se recusou a perdê-la, mas as Parcas aceitaram a troca.

A morte de Alceste, tela de Pierre Peyron (1785)
Hércules enfrenta a Morte por Alceste. Óleo de Frederic Leighton (1870).

Enquanto Admeto ia recuperando as forças, Alceste adoecia. Hércules chegou à região e foi recebido pelo rei, que, para não perturbar o herói, fingiu que nada acontecia. Hércules comeu e bebeu além da conta, mas percebeu que ninguém acompanhava de sua alegria. Forçou um dos serviçais a contar o que acontecia. Chateado com seu próprio comportamento, decidiu esperar Tanatos, a Morte personificada, na porta do quarto da jovem. Com sua força e um laço de diamantes, o herói agarrou Tanatos e o obrigou a desistir do acordo. Alceste foi se recuperando e pode continuar a viver ao lado de seu amado Admeto. Outra versão dessa história, diz que, assim que Alceste aceitou morrer no lugar do amado, Perséfone se comoveu e desfez o acordo das Parcas com Apolo.

Hércules, então, navegou para a Bistônia com um grupo de voluntários, entre eles, Abderos, um jovem ousado da Lócrida a quem o herói tinha como companhia (outro eromenos). Rapidamente o grupo dominou os guardiões das éguas antropófagas e as roubou. No caminho para o navio, eles avistaram Diomedes e suas tropas. Hércules pediu que Abderos cuidasse das éguas enquanto ele enfrentava os bistones. O herói e seus amigos abriram um canal nas dunas que separavam a planície do mar e acabaram inundando a região formando um lago que separou e matou parte da tropa bistone. Diomedes ficou frente a frente com Hércules e foi derrubado.

Em sua inexperiência, Abderos acabou sendo devorado pelas éguas. Furioso ao ver seu companheiro em pedaços, o herói resolveu dar Diomedes para que as feras o devorassem. Surpreendentemente, os animais se acalmaram como mágica e Hércules conseguiu dominá-las. Antes de voltar para Micenas, Hércules deu um enterro digno ao jovem com competições atléticas e fundou a cidade de Abdera ao lado do túmulo.

Uma outra versão da história, conta que Hércules resolveu tudo sozinho. As éguas estavam atreladas a uma biga e o herói precisou levá-las junto com o carro para Euristeu. Outros dizem que Hércules atrelou os animais ao seu próprio carro para conseguir dominá-los. Elas representam a perversidade do homem que causa a morte da alma.


Euristeu ofereceu os cavalos à Hera, que novamente pediu para soltá-los. As éguas viveram livres pelas planícies de Micenas e acredita-se que uma delas foi ancestral de Bucéfalo, o famoso cavalo de Alexandre, o Grande. Quando os animais chegaram aos pés do Monte Olimpo, os deuses ordenaram que elas fossem devoradas por lobos selvagens.


PARTE: I - II - III - IV - V
TRABALHO: I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII
PARTE: VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII - XIII - Livro

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

HÉRCULES: Os Doze Trabalhos - As Aves do Lago Estínfale

Mosaico romano em Valencia,
Espanha.
Euristeu voltou a pensar numa tarefa que dificultasse o uso da força de Hércules. O Lago Estínfale, no extremo norte da Arcádia, havia sido invadido por uma revoada de enormes aves fugidas de um ataque de lobos. Como elas se reproduziam rapidamente, em pouco tempo, as aves de Ares dominaram a região pantanosa e destruíram as colheitas. Suas penas e bico eram de bronze, fazendo com que se tornassem intocáveis e mortais. Algumas versões, dizem que elas eram carnívoras com a ferocidade de um leopardo. enquanto outras a referenciavam como harpias - meio aves de rapina, meio mulheres. Euristeu ordenou que Hércules afugentasse o bando.

Hércules atirando nas Aves do Estínfale, tela de Albrecth Dürer, 1500.

Címbalo chinês de bronze. (ilustrativo)
O herói achou que seria fácil, mas seus problemas começaram quando a floresta próxima ao Estínfale foi ficando bem fechada e escura. Pensando numa forma de tirar as aves de seus ninhos, Hércules recebeu a ajuda da deusa Atena, que lhe deu um címbalo de bronze feito por Hefesto. O herói bateu o címbalo e as aves levantaram vôo, clareando a floresta e fazendo um barulho ensurdecedor. Com suas flechas envenenadas, Hércules começou a abater as aves. Existem referências pintadas em ânforas que o herói teria usado uma funda para cumprir a tarefa. As poucas aves que escaparam nunca mais voltaram à Grécia: foram atormentar as pessoas no Mar Negro.

Hércules e as Aves do Estínfale, óleo de Gustave Moreau, 1872.

Uma interpretação mais realista deste mito faz das aves filhas de um certo herói Estínfalo. Hércules as matou, porque eram rudes e lhe negaram hospitalidade, concedendo-a, logo depois, a seus inimigos moliônides, Ctéato e Êurito.

No caminho de purificação do herói, o lago refletia a estagnação e as aves simbolizavam os impulsos e desejos perversos saídos do inconsciente (semelhante ao ditado “cabeça vazia é terreno do Diabo”), que foram derrotadas pelas flechas da espiritualização.


PARTE: I - II - III - IV - V
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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Que deus grego é você?

Embora tenha surgido há mais de 3 mil anos, os deuses da mitologia tem histórias e comportamentos que se tornaram símbolos do universo masculino e permanecem vivos na alma do homem contemporâneo. Descubra qual deles reflete melhor sua personalidade.

A. Entre esses animais, qual você prefere?
  1. Lobo.
  2. Raposa.
  3. Javali.
  4. Águia.
  5. Tartaruga.
  6. Golfinho.
  7. Cachorro.
B. Qual dessas imagens acha mais impressionante?
  1. Um deserto escaldante.
  2. Uma ventania estonteante.
  3. A lava de um vulcão entrando em contato com as ondas do mar.
  4. Raios no céu antes da tempestade.
  5. O topo de uma montanha no Himalaia.
  6. Qualquer visão do fundo do mar.
  7. O interior de uma caverna.
C. Para você, o apartamento ideal deve ter:
  1. Um terraço para tomar sol.
  2. Uma biblioteca, um home theater e wi-fi.
  3. Aparelhos de ginástica e espelhos.
  4. Um quarto só seu para você fazer o que quiser.
  5. Uma sacada ou um janelão para ver o céus estrelado e o tempo passar.
  6. Uma banheira enorme, ou uma jacuzzi ou uma piscina.
  7. Um closet.
D. Se tivesse de escolher uma dessas profissões, qual seria?
  1. Inventor ou Músico.
  2. Jornalista ou Repórter.
  3. Policial ou Soldado.
  4. Diretor executivo da sua área.
  5. Relojoeiro ou Motorista.
  6. Marinheiro ou Bombeiro.
  7. Detetive ou Psicólogo.
E. Como é seu estilo de se vestir?
  1. Casual, mas sempre com um detalhe inovador, algo que você seja o primeiro a usar e só depois vira modinha.
  2. Desencanado com peças coloridas que dão um ar de garoto, hipster.
  3. Esportivo com roupas que privilegiam o conforto e a liberdade de movimentos – e os músculos aparentes.
  4. Sofisticado e com uma peça ou acessório de grife para não passar despercebido.
  5. Básico mais para o clássico, com peças atemporais.
  6. Variável, com uma moda própria: em um dia, jeans e camiseta; no outro, elegância da cabeça aos pés.
  7. Roupas sóbrias e acessórios luxuosos, nem sempre visíveis porém caríssimos.
F. Você foi um garotinho:
  1. Arteiro, muito criativo e engenhoso.
  2. Curioso e hiperativo, vivia fazendo perguntas embaraçosas como "Por que a vovó diz que o titio é um banana?".
  3. Encrenqueiro e impaciente, cuja frase predileta nas brincadeiras era "Primeiro eu!", detestava perder.
  4. Afetuoso que adorava ser o líder na classe e nas brincadeiras.
  5. Organizado e esperto, escondia certa insegurança.
  6. Mimado, tinha que ser do seu jeito ou começava a pirraça.
  7. Tímido, com poucos amigos e uma paixão secreta.
G. Na vida a dois:
  1. Corre atrás do impossível para fazer o melhor, tudo para mostrar o quanto é apaixonado pelo seu par, mas quer reconhecimento.
  2. Companheiro, gosta de conversar sobre assuntos diversos (e se irrita quando o par não segue o assunto).
  3. É mandão, briguento, mas apaixonado, daqueles que faz barraco e sexo de reconciliação.
  4. É um amante incrível, mas tem dificuldade em manter compromissos.
  5. Não faz o gênero romântico nem é de demonstrar afeto, mas lealdade e fidelidade são seus sobrenomes.
  6. Quando ama, ama mesmo: é romântico e compreensivo, mas guarda mágoas.
  7. É ciumento, possessivo e desconfiado, mas faz tudo para quem ama.
H. Você se irrita mais com pessoas:
  1. Negativas
  2. Ignorantes.
  3. Medrosas.
  4. Desobedientes.
  5. Irresponsáveis.
  6. Insensíveis.
  7. Superficiais.
I. O que te deixa mal?
  1. Ser humilhado em público.
  2. Descobrir que foi enganado.
  3. Ter de aceitar a autoridade de quem você não respeita.
  4. Descobrir que alguém te desobedeceu e te prejudicou.
  5. Ter de voltar atrás em uma decisão errada.
  6. Ter de dizer "não" quando lhe pedem um favor.
  7. Saber que alguém descobriu um segredo seu.
J. Você acabou de conhecer alguém perfeito. O que faz?
  1. Joga charme abertamente, mas espera que a pessoa chegue em você.
  2. Tenta envolver com um papo interessante.
  3. Diz logo que está a fim, sem rodeios e com pegada!
  4. Age de acordo com as reações, sempre mudando de tática.
  5. Fica aguardando um sinal de interesse para se aproximar.
  6. Lança olhares de maior abandonado.
  7. Faz ar de mistério para gerar curiosidade.

RESULTADOS
Veja qual o número de suas respostas. A maioria delas irá determinar sua divindade correspondente. Empate no número de respostas indica que você tem uma personalidade complexa e que seu desafio é vivenciar de forma harmoniosa e equilibrada as características que talvez sejam destoantes.

APOLO (maioria de respostas 1): Associado ao Sol, Apolo era o deus da beleza, da música e da criatividade. Como ele, você é um homem que brilha, graças à autoconfiança, ao charme e ao alto-astral. Provavelmente, tem talento artístico. No amor, preza a sinceridade e expressa seus sentimentos com gestos grandiosos. Seus pontos fracos: dificuldade de lidar com derrotas, orgulho e tendência a se achar sempre o maioral.

HERMES (maioria de respostas 2): Mensageiro dos deuses e patrono dos comerciantes, dos viajantes e dos ladrões, Hermes tinha um dom especial para usar as palavras. Resolvia vários assuntos do Olimpo, apelando às vezes, para "jeitinhos". Como ele, você é comunicativo, inteligente, versátil e perspicaz. No amor, valoriza o diálogo e a afinidade mental com o parceiro. Seus pontos fracos: volubilidade, relutância em amadurecer e tendência a ser indiscreto.

ARES (maioria de respostas 3): Deus da guerra, Ares destacava-se pela coragem impetuosa e não trocava uma boa briga por nada. Representado como um jovem forte, era másculo e sensual. Como ele, você é competitivo, tem espírito de iniciativa e adora inovações. Tem uma sexualidade forte e, na vida a dois, gosta de pilotar a relação. Seus pontos fracos: agressividade, tendência a agir sem pensar e dificuldades de acatar ordens.

ZEUS (maioria de respostas 4): Deus mais poderoso do Olimpo, Zeus prezava o conhecimento e concedia muitas dádivas aos homens. Sedutor, divertia-se colecionando aventuras amorosas. Como ele, você é generoso, gosta de compartilhar o que sabe e tem espírito brincalhão. Quando está a fim de alguém, não mede esforços para conquistá-lo. Seus pontos fracos: atração pelos riscos desnecessários, mania de grandeza e tendência a esbanjar.

CRONOS (maioria de respostas 5): Titã do tempo, Cronos ensinou os homens a plantar e esperar a hora certa da colheita. Ao saber que seria destronado por um dos filhos, passou a devorá-los, mas perdeu o poder para Zeus. A influência dele lhe dá paciência e disciplina. Ambicioso, você joga muita energia na busca do sucesso profissional. No amor, só se solta quando tem certeza de ser correspondido. Seus pontos fracos: rigor excessivo consigo mesmo e pavor de perder o que conquistou.

POSEIDON (maioria de respostas 6): Deus dos mares, Poseidon fazia brotar fontes de água da terra com seu tridente, mas quando ficava furioso provocava terremotos e tsunamis. Ele simboliza o reino das emoções e os estados alterados de consciência. Sua influência faz de você um homem sensível, imaginativo, amante da sutileza e macho o suficiente para demonstrar o que sente. No amor, é romântico e sonhador. Seus pontos fracos: sugestionabilidade e tendência a fugir da realidade.

HADES (maioria de respostas 7): Hades governa o mundo dos mortos. Ele simboliza as profundezas do inconsciente, os desejos mais secretos, os mistérios da vida e da morte. Sua influência faz de você um homem que se atrai por tudo que é oculto ou enigmático, analisa as coisas a fundo e prefere agir nos bastidores a brilhar no palco. Para você, amor e sexo tem de ser vividos com muita intensidade. Seus pontos fracos: tendência a guardar rancor, espírito vingativo e ciúme exagerado.

(Teste feito para uma revista com consultoria de Márcia Maranhão Limongi, alterado por mim.)

segunda-feira, 18 de março de 2013

Cratos

Na mitologia, Cratos era filho do titã Palas com a ninfa Estige. Irmão de Niké (a Vitória), Bias (a Força) e Zelo (a Grandeza), Cratos era a personificação do Poder. Eles eram a força alada de Zeus. Em sua submissão total ao regente do Olimpo, tomava os pensamentos de Zeus como seus próprios e suas ordens como máximas, não tendo um sistema de valores além daqueles impostos pelo deus. A justiça do soberano, para ele, era a única justiça possível. Teria sido ele o responsável por prender o titã Prometeus.

Como representante do deus supremo, ele demonstra a natureza do comando sem piedade. Acreditava-se que a força de Cratos vinha das almas mortas no mar e que ele só não tomava o Olimpo por obediência a Zeus e por saber que seu amo era o único com poderes para retirar sua imortalidade. Mesmo assim, Zeus o temia.

Não são encontradas representações visuais de Cratos, mas se você quiser conhecer o famoso Kratos, anti-herói dos games God of War (esse da imagem), clique AQUI. A inspiração é bem feita, uma vez que Cratos seria o sucessor de Ares caso algo acontecesse com o deus da guerra.

domingo, 25 de novembro de 2012

Deus da guerra

O último trailer do novo jogo de Kratos - God of War: Ascension - tem Ares, o deus da guerra, como estrela principal ao lado de seus guerreiros. Vejam:



O jogo tem previsão de lançamento em março de 2013, mas bem antes disso (hoje pra ser mais exato), chega às lojas God of War o livro baseado nas aventuras de Kratos no primeiro jogo da série, com detalhes do início da jornada do soldado até o momento em que ele enfrenta Ares. Escrito pelos estadunidenses Matthew Stover e Robert E. Vardeman e traduzido para o português por Flávia Gasi, a publicação chega ao Brasil pelas mãos da Editora Leya no valor de R$ 29,99.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

God of War - A saga!


O site Tech Tudo da Globo trouxe uma máteria de Ingo Müller contando o enredo da série de jogos God of War que eu reescrevo aqui. O primeiro episódio saiu em 2005 e se transformou em um dos maiores jogos da Sony Computer Entertainment. No jogo, você é Kratos e vive uma saga de vingança em meio à mitologia grega. Confira a seguir a história que temos até aqui (cheia de spoilers):

Deimos
O início da história
Profecias antigas previam que o crepúsculo dos deuses gregos ocorreriam pelas mãos dos furiosos Titãs. Porém, segundo a visão de um oráculo, o fim do Olimpo se daria pelas mãos de um mortal. O soberano Zeus acreditava que este mortal seria o guerreiro Deimos, por conta de suas estranhas marcas de nascença. O jovem Deimos era irmão de Kratos e ambos treinavam para fazer parte do exército espartano, uma organização militar conhecida pela sua tenacidade.

Então, Deimos foi repentinamente sequestrado pelo deus da guerra Ares. Kratos tentou impedir o rapto, mas sofreu uma derrota que deixou marca em seu olho esquerdo. Deimos foi levado para o reino da morte para ser torturado por Thanatos, o deus da morte em pessoa. Acreditando que seu irmão estava morto, Kratos fez uma série de tatuagens vermelhas, imitando as marcas de nascença de Deimos. Os anos passaram, e Kratos se tornou um jovem imbatível e sanguinolento capitão do exército espartano.

Encurralado durante a campanha contra uma horda de bárbaros, Kratos estava prestes a ser morto quando evocou o nome de Ares, rogando força para destruir seus inimigos em troca de servidão ao então deus da guerra. Ares fez a sua parte, e permitiu que Kratos liberasse um ciclone de destruição, rechaçando seus inimigos. Porém, o preço do poder veio junto com o ônus: a partir daquele momento, o mortal estava acorrentado para sempre às Lâminas do Caos (presas em seus braços por correntes em brasa), símbolo de seu poder e de sua servidão.



Fantasma de Esparta
Kratos passou a servir Ares com devoção, matando centenas em nome do olimpiano. Mas dedicação não era suficiente para o deus da guerra: ele queria uma máquina de matar focada, que o seguisse cegamente, o guerreiro perfeito. Para isto, precisava remover a ligação de Kratos aos demais mortais. Assim, Ares enganou Kratos e fez com que ele, cego pelo instinto assassino, tirasse a vida de sua própria mulher e filha, que estavam escondidas no Templo de Atenas localizado em uma vila castigada pelo combate. Percebendo a consequência de suas ações, Kratos renunciou a servidão a Ares, mas foi amaldiçoado pelo oráculo da vila a carregar a cor das cinzas dos mortos em sua pele.

Em busca de redenção, Kratos concordou relutantemente em servir outros deuses. Lutou em Ática contra a invasão do exército persa e evitou a tomada da cidade por um basilisco. No entanto, após a batalha, o mundo acabou coberto de trevas por conta do estranho desaparecimento do deus sol Helios.

As correntes do Olimpo
Sua nova missão do guerreiro passou a ser descobrir o paradeiro de Helios, colocando o personagem em rota de colisão com o titã Atlas e Morfeu, o deus do sono, sequestradores da divindade que pretendiam destruir o Pilar do Mundo. Kratos desceu ao Hades, o Submundo, para recuperar o Sol e enfrentou Caronte. Durante esta jornada, Kratos foi tentado pela deusa Perséfone, que habitava o Hades após ter sido abandonada por Zeus. A deusa possibilitou o encontro do espartano com sua falecida filha Calíope. Mas o espartano descobriu que a Rainha do Inferno era a verdadeira mentora por trás dos planos de destruição.

Forçado a escolher entre sua filha e os deuses, Kratos ficou com a segunda opção, matou Perséfone utilizando almas puras e acorrentou Atlas ao pilar do mundo. Com isso, foi separado definitivamente de sua filha.

Acertando as contas
Kratos chegou a derrotar a Hidra com um fragmento dos poderes de Poseidon. Mas, foi quando a cidade de Atenas estava sendo destruída por Ares e seus exércitos, que a deusa Atena recorreu a Kratos, dando-lhe a tarefa de matar o deus da guerra em troca do perdão por seus pecados. Porém, Kratos ainda era mortal, e para acabar com Ares ele precisaria de uma fonte adicional de poder, algo que pudesse derrotar até mesmo um olimpiano. Afrodite lhe deu o poder da petrificação depois que ele derrotou a Medusa; e Zeus o ensinou a controlar os raios. Em seguida, ele iniciou a busca pela lendária caixa de Pandora. Depois de passar por uma série de testes (entre harpias e sua quase morte no Tártaro), Kratos recuperou o artefato e derrotou Ares. Mas matar o deus trouxe pouca satisfação ao guerreiro, pois ele ainda era assombrado pelas visões de atos terríveis de seu passado. Por conta disso, Kratos resolveu acabar com o seu sofrimento pulando de um precipício.

Contudo, antes do fim da queda fatal, ele foi resgatado por Atena, que ofereceu o posto de deus da guerra ao espartano e suas lâminas de guerra. Kratos, então, passou a ocupar uma cadeira em meio aos deuses.



Em busca do passado
Nem mesmo o novo status divino conseguiu aplacar a angustia no coração do espartano. Contrariando os conselhos de Atena, Kratos decidiu se reconciliar com o passado e iniciou uma jornada até a Atlântida em busca de sua mãe, Calisto. Após derrotar Scylla, a encontrou já doente. Quando Calisto estava prestes a revelar a identidade de seu pai, ela foi transformada contra sua vontade em uma besta horrenda, e Kratos teve de matá-la, ficando sem as respostas que tanto desejou... mas conseguiu revelar que Deimos, seu irmão, ainda estava vivo!

Kratos partiu imediatamente ao encontro de seu irmão perdido, e no caminho libertou a titã de magma Thera de sua prisão em um vulcão sob Atlântida, o que resultou na destruição da cidade.

Kratos foi até os domínios da morte para localizar e libertar Deimos. Culpando-o pelo seu longo encarceramento, Deimos atacou seu irmão. Mas o confronto foi breve e logo os dois juntaram forças para enfrentar Thanatos e suas Fúrias. O deus matou Deimos, mas Kratos derrotou Thanatos. Novamente sozinho, o deus da guerra culpou os deuses por seu sofrimento e prometeu vingança.


Colosso de Esparta
Entediado com sua vida no Olimpo, Kratos auxiliava o exército de Esparta marchar sobre a Grécia, em detrimento das outras cidades que honravam outros deuses. A deusa Hera mandou o gigante Argos confrontá-lo, iniciando um complô para que Kratos perdesse moral no panteão. Alguns deuses mandaram Ceryx, filho de Hermes, pedir que ele parasse seus esforços de conquista, que poderiam resultar na destruição da Grécia. Kratos não deu ouvidos ao mensageiro e o matou, aguardando a retaliação.

Kratos se juntou ao exército espartano durante a batalha de Rodes, onde foi atacado pela gigantesca estátua que defendia a cidade. Para derrotar o colosso, Zeus o aconselhou Kratos a depositar todo seu poder na Espada do Olimpo. Após destruir o construto, Kratos foi engando por Zeus que, tomando a Espada do Olimpo, cravou a arma carregada na barriga do espartano. Nesse momento, Zeus revelou que é pai de Kratos com Calisto, tornando o guerreiro um dos semideuses bastardos. E Zeus, assim como seu pai Cronos, liquidou o filho que poderia destroná-lo.



Vingança e fúria
Sem vida, Kratos foi para o Submundo. De lá, aconselhado por Gaia, fugiu por pura determinação e desejo de vingança contra Zeus. Quando teve uma chance clara de matar o soberano do Olimpo com poderes de vários titãs, Atena absorveu o impacto do golpe e morreu. Furioso, Kratos iniciou uma campanha contra todos os deuses. Para sitiar o Olimpo, dominou as fiandeiras do destino e teceu uma nova trama do tempo, colocando-se no passado, durante a Titanomaquia, a batalha dos Titãs contra os deuses, vencida originalmente pelos habitantes do Olimpo. Agora aliado dos titãs, Kratos cavalgou Gaia, a própria terra, e conseguiu matar Poseidon e furar a primeira linha de defesa divina. Mas na luta com Zeus, Kratos e Gaia tombaram no Rio Estige.

Novamente sozinho, Kratos iniciou uma chacina, matando deuses, semideuses, heróis, titãs e mortais sem distinção. Cada inimigo tombado trazia consequências terríveis para o mundo, já que os deuses mortos respondem por aspectos importantes da vida na terra. Kratos continuava sua marcha de vingança até ser visitado pelo espírito de Atena, que transcendeu para uma existência superior, apoiando-o no crepúsculo dos deuses. Ela o guiou até a Chama do Olimpo, que tem o poder para destruir Zeus. Porém, a chave para a chama era Pandora, antiga proprietária da lendária caixa que deu poderes para o espartano matar Ares tempos atrás.

Redenção
Kratos precisou atravessar o labirinto de Dédalo para resgatar Pandora, com quem rapidamente desenvolve uma relação paternal. Este carinho pela garota fez com que Kratos começasse a hesitar ao perceber que apenas o sacrifício dela poderia domar a chama. Apesar dos protestos do guerreiro, ela concluiu seu propósito, permitindo que ele abrisse a caixa de Pandora e encontrasse um recipiente vazio...

Neste momento, Zeus atacou com a intervenção de Gaia. Os três começaram uma luta sangrenta, até que Kratos conseguiu empalar Zeus no coração da titã, que se desfez. Pensando que Zeus também estava morto, Kratos deu as costas, mas foi atacado novamente por ele, que o neutralizou em um combate mental. O espírito de Atena apareceu novamente, congratulando Kratos e exigindo que ele entregasse para ela a mais poderosa das armas, que ele retirou da caixa de Pandora para poder derrotar Zeus. Kratos argumentou que a caixa estava vazia. Até que se deu conta que Atena se referia à esperança, a última coisa retirada da caixa e que agora está nele.

Sabendo que o mundo não poderia ser governado por deuses ou entidades distantes, Kratos cravou a Espada do Olimpo no próprio corpo, permitindo que a esperança fosse libertada no mundo. Deu-se início, assim, a uma nova era, a Era dos Mortais, que reconstruíram a Terra arrasada graças a sua persistência e autonomia recém-conquistada.

Sequência
Toda essa história acontece nos seguintes jogos:
  1. God of War - Ascension, com fatos ocorridos logo após Kratos assassinar sua esposa e filha.
  2. God of War - Chain of Olympus, com Kratos em busca de Helio.
  3. God of War, com Kratos vs. Ares.
  4. God of War - Ghost of Sparta, o novo deus da guerra vai atrás de seu irmão no inferno.
  5. God of War - Betrayal, a última aventura de Kratos antes de enfrentar os deuses.
  6. God of War II, primeiro round de Kratos vs. Zeus.
  7. God of War III, segundo round de Kratos e os Titãs vs. Zeus e os Olimpianos.

A ordem de lançamento dos jogos é a seguinte:
  1. 2005: God of War para Playstation 2
  2. 2007: God of War - Betrayal para Celulares
  3. 2008: God of War II para Playstation 2
  4. 2008: God of War - Chain of Olympus para PSP
  5. 2010: God of War - Ghost of Sparta para PSP
  6. 2010: God of War III para Playstation 3
  7. 2013: God of War - Ascension para Playstation 3

Uma saga e tanto, não?
Importante dizer que esse anti-herói Kratos não faz parte da mitologia: ele é uma criação de David Jaffe para o Santa Monica Studios, interpretado pelo ator britânico Joseph Gatt (que fez a captura de movimentos do personagem) e dublado pelo americano Terrence Carson, que deu vida aos berros do herói. Para os gregos, Cratos era um titã, a personificação da força.

E preparem-se: um filme já vem sendo discutido em Hollywood!

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