domingo, 30 de dezembro de 2012

Ouroboros

O nome vem do grego antigo: oura significa "cauda" e boros significa "devora". Assim, a palavra ouroboros (oroboro ou uroboro) designa "aquele que devora a própria cauda". É representado por uma serpente ou um dragão que morde a própria cauda, simbolizando a eternidade. Por vezes é representado como dois animais míticos, mordendo o rabo um do outro. Está relacionado com a alquimia, e é possível que o símbolo matemático de infinito tenha tido sua origem a partir da imagem de dois ouroboros, lado a lado.

O ouroboros também simboliza o ciclo da evolução voltando-se sobre si mesmo, a roda da existência, a dança sagrada de morte e reconstrução. Contém as ideias de movimento, continuidade, autofecundação e, em consequência, o eterno retorno. Estudiosos crêem que seja um símbolo da criação do universo, já que uma serpente enrolada em um ovo era um símbolo comum para egípcios, druidas celtas e hindus. Outros interpretam o símbolo como a serpente do mundo infernal e a forma circular do mundo celeste.

Geralmente, em livros antigos, o símbolo vem acompanhado da expressão hen to pan ("um é o todo"). Mas a primeira aparição conhecida da imagem foi em um texto funerário egípcio na tumba de Tutankamon que se refere às ações do deus Ra e sua união com Osíris no submundo. Em uma ilustração, duas serpentes segurando seus rabos na boca estão sobre a cabeça e sob os pés de uma divindade enorme que representa a unidade Ra-Osíris. As duas serpentes simbolizam Mehen, deus que protegia Rá durante sua jornada contra Apep.

Vale registrar que, na tentativa de encontrar a raiz etimológica da palavra, percebeu-se que em copta (idioma do Antigo Egito) “ouro” significa “rei” e em hebraico “ob” significa “serpente”.

Amuleto gnóstico com
ouroboros circulando
um escaravelho com
palavras mágicas.
O ouroboros entrou no Ocidente através da Grécia e foi adotado pelo Gnosticismo, pelo Hermetismo e pela Alquimia, sobrevivendo até o período medieval e a Renascença. O químico alemão August Kekulé pensou na forma hexagonal do benzeno depois de ter sonhado com um ouroboros.

Ouroboros também está ligado à mitologia nórdica – pois Jormungand, a serpente do mundo, está mordendo a própria cauda – bem como a mitologia hindu através do conceito da kundalini.

Carl Jung diz que o ouroboros é um arquétipo universal: "Os alquimistas, a sua maneira, sabiam mais sobre a natureza do processo de individuação do que os modernos e expressavam esse paradoxo através do símbolo dos Ouroboros, a serpente que come sua própria cauda, com significado de infinito ou totalidade. Na imagem encontra-se o pensamento de devorar-se e transformar-se em um processo circulatório, pois ficou claro para os mais astutos que a matéria prima da arte era o próprio homem. O Ouroboros é um símbolo dramático para a integração e assimilação do oposto, ou seja, da sombra. Este processo de feedback é ao mesmo tempo um símbolo da imortalidade, já que ele se mata e se traz à vida, fertiliza-se e dá a luz a si mesmo. Ele simboliza o Um, que procede do choque de opostos, e ele, portanto, constitui o segredo da matéria prima que indubitavelmente se origina do inconsciente do homem."
Mas essa postagem é para desejar um excelente 2013 para todos os leitores do blog. Afinal, os maias predisseram que terminamos um ciclo e iremos começar uma nova era. Abracem o novo!

sábado, 29 de dezembro de 2012

Uma jornada de fé


Todos aqueles que acompanham este blog deveriam assistir As aventuras de Pi (The life of Pi, 2012). Os questionamentos que Yann Martel (inspirado em Max e os Felinos, do autor brasileiro Moacyr Scliar) faz sobre religião, ciência e - principalmente - fé são descritos com maestria pelo diretor Ang Lee e sua trupe de efeitos especiais. Por isso, antes de continuar a ler essa postagem, sugiro que você vá ao cinema e depois volte para ler e comentar. Daqui em diante haverá um número bem grande de revelações do filme...



Logo nos primeiros 20/30 minutos do filme, religião e razão são colocadas da balança. Hinduísmo, Cristianismo, Islamismo ou Medicina Ocidental? Tentando se encontrar, o jovem Pi (Suraj Sharma) se permite experimentar e misturar um pouco de cada um sem preconceitos ou amarras familiares. Claro que o personagem é de uma curiosidade e perseverança ímpar: mesmo quando ele não entende e não vê significado na religião, ele continua se perguntando e indo a fundo até se satisfazer. Aqui tem um momento interessante quando ele explica sua forma de ver o tapete islâmico, dizendo que sobre ele o solo se torna sagrado independente de onde ele esteja.

Pode não parecer de início, mas é importante sabermos que Pi é bom em natação e enxerga a alma dos animais. A entrada de Richard Parker (o perfeito tigre digital de Bengala) é também um divisor de águas na infância do personagem. Mas o que dá start na história toda é um escritor (Rafe Spall)que precisa arrumar o enredo para um novo livro e descobre que Pi tem algo surpreendente a contar. Pi (como adulto, interpretado por Irrfan Khan), então, começa a narrar sua vida onde ele promete para o escritor que, no final, irá encontrar Deus. E sua vida muda completamente quando o navio que levava sua família e os animais do zoológico afunda em uma terrível tempestade no meio do Oceano Pacífico.

Pi sobrevive em um bote com uma zebra, uma hiena, um orangotango e Richard Parker. Aliás, o termo "sobrevivência" é elevado a última potência ao enfrentar fome, sede, tubarões, baleias, cardumes de peixes voadores, tempestades, calmarias, devaneios, ilhas carnívoras (e que ilha, hein?) e o próprio relacionamento entre as diferentes espécies. Somos apresentados à imagens de beleza ímpar que só a natureza poderia nos proporcionar. Aliás, por um momento, fiquei achando que um dia só nos restará imagens da natureza em 3D...

A jornada de fé de Pi também é feita de altos e baixos. Ele chega a se render algumas vezes, mas sempre dá um novo passo. Entender que a existência de um tigre o fazia ficar vivo e são não só pelo medo, mas também pela necessidade de alimentá-lo é de uma grandeza inexplicável. Mesmo nas vezes que ele tem a vida de Richard Parker nas mãos, ele opta pela vida. Quando ele mata para comer, Pi valoriza a vida. Sua fé lhe dá esperança.

No fim, somos surpreendidos como uma outra história. Diferente do que acabamos de ver, mas equivalente e fácil de correlacionar. O escritor toma o nosso lugar de espectador incrédulo assim que tomamos conhecimento de uma versão mais realista do ocorrido. Mas Pi resumidamente pergunta: "você prefere a história fantástica com o tigre ou a história real?" O escritor/espectador dá a resposta que todos damos em uníssono e Pi pontua com a frase de ouro: "Assim é com Deus". É o slogan do filme: "Acredite no inacreditável".


Não li livro, mas andei lendo que o final da história era mais denso. Que seja. Independente da religião que cada ser humano na face deste planeta, somos todos unidos e iguais pela fé. E é nesse conceito que devemos nos olhar como irmãos e não como inimigos. Nossas diferenças ficam reduzidas perante nossa mortalidade e insignificância. O termo "tolerância" jamais deveria ser ligado às diferentes religiões. Os termos corretos são "respeito", "coexistência" e "compreensão".

O filme do ano para este blog.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Parabéns... Sol!

Dia 25 de dezembro é o dia de celebrar o nascimento de Jesus Cristo. Mas a data real da natividade é incerto (e, certamente, um equívoco) por conta de questões históricas e geográficas. Nos primeiros séculos da nossa era, havia na Palestina até mesmo cristãos que comemoravam o nascimento de Jesus em maio. As primeiras celebrações históricas do natal cristão ocorreram ao findar o século II, partindo do oriente, no dia 6 de janeiro. Esse dia, porém, nunca foi reconhecido pela Igreja do Ocidente.

A tradição de se festejar o Natal durante o inverno europeu foi estabelecida no século IV. O Cristianismo foi englobando uma série de comemorações e tradições do período para fortalecer seu principal personagem e suprimir os rituais pagãos.

Na Idade Média, havia duas versões da festa de fim de ano (Yule) entre os povos germânicos: ao norte de Danevirk (a muralha que separava os dinamarqueses dos francos, os cristãos dos pagãos), toda a aldeia se reunia em um templo para fazer um sacrifício animal para Odin; enquanto, ao sul, rezava-se uma missa para São Nicolau em uma igreja. Mesmo com essas diferenças, em ambas, as casas eram decoradas com frutos vermelhos de azevinho e ramos de pinheiro e as famílias se juntavam para beber e celebrar.

O dia 21 de dezembro evocava a festa romana do Sol Vitorioso (Natalis Solis Invictus), em homenagem ao aniversário de Mitra, o deus solar persa cujo culto e influência estenderam-se por todo o império romano. Ela acontecia durante as Saturnálias, uma celebração carnavalesca, quando os druidas celtas dos povos germânicos usavam muitas luzes, tochas e velas para garantir que o mundo não saísse dos eixos devido à longa escuridão invernal (Solstício de Inverno no Hemisfério Norte). Novamente os cristãos se apoderaram desse simbolismo de luzes, pois, no Antigo Testamento, o Salvador é, de fato, "a luz que virá ao mundo".

Em 336, o 25 de dezembro foi mencionado oficialmente pela primeira vez como o aniversário de Jesus. Alguns dizem que a data decisiva para o cálculo foi o 25 de março (Equinócio da Primavera no Hemisfério Norte), quando dia e noite têm duração igual. A data já era destinada à celebração do sol em vários cultos pagãos, como, por exemplo, o grande e popular Horus da mitologia, Krishna entre os hindus, além de Dioniso (que era chamado "salvador", soter) e Adônis na Grécia. Os cristãos tomaram posse da data, como o dia em que o anjo anunciou a Maria que ela teria um filho. Nove meses depois, e estamos no dia 25 de dezembro.

Mas a adesão não foi simples, uma vez que as festividades pagãs eram intensas e muitos consideravam grandes arruaças. Por exemplo, em 1644, os puritanos ingleses, após deporem o rei Carlos I em meio a uma Guerra Civil, simplesmente proibiram o Natal por considerarem-no “pagão”. A lei só seria derrubada com o retorno da monarquia, em 1660. Os escoceses foram além e reprimiram o Natal entre 1640 e 1958, quando voltou a ser feriado!

Feliz aniversário, então, para todos os mitos nascidos no dia de hoje! Parabéns... Sol!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

São Nicolau

Pintura de São Nicolau
Igreja de Velikiy Novgorod (Rússia, 1924)
Muitos acreditam que a lenda de Papai Noel tenha vindo de São Nicolau. Mas tem muito mais por trás deste personagem... até mesmo intransigente!

Nascido na Ásia (estimativamente 250-326 d. C.), teria sido filho de nobres muito ricos que, desde criança, praticava caridade por meio de doações anônimas aos necessitados (como deixar brinquedos nas residências de famílias pobres, o que lhe deu o nome de "amigo das crianças"). Foi consagrado bispo da cidade grega de Mira (hoje Demre, na Turquia) ainda muito jovem. Continuou seu ministério religioso na Palestina e no Egito, por ter sido expulso (e depois perdoado) do Concílio de Nicéia por esbofetear Ário, que pregava que o Filho e o Espírito Santo eram criaturas, não pessoas da Trindade divina. Os documentos oficiais de Nicéia, porém, não citam o incidente nem mencionam um Nicolau entre os bispos presentes. Também teria sido o responsável pela destruição de um magnífico templo de Ártemis na cidade.

Em sua história mais conhecida no Ocidente, Nicolau ajudou as três filhas de um comerciante falido, que pretendia forçá-las à prostituição, jogando um saco de ouro que serviu ao pai de dote para casar a filha mais velha. Depois jogou outro para a segunda filha. O pai o descobriu quando jogou o terceiro e lhe pediu perdão. Em honra dessa lenda, São Nicolau foi geralmente representado na heráldica por três moedas de ouro.

Suas lendas também incluem um estranho milagre: teria ressuscitado três crianças assassinadas por um açougueiro, picadas em pedaços e jogadas num barril para serem servidas como carne salgada durante uma época de fome. Isso tudo gerou uma fama de "justiceiro" a Nicolau (seu nome viria de nikos, vitória, e laos, povo).

Cartão-postal com São Nicolau e Krampus (1901)
Nos países católicos da Europa Central (Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Suíça, Áustria, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia e Croácia), dizia-se que São Nicolau era acompanhado por "ajudantes" que usavam máscaras e roupas pretas (ou pintavam a cara de preto), peles de bode ou outros adereços supostamente "diabólicos": os Krampus. Eles se encarregam de ameaçar ou assustar as crianças que se comportaram mal durante o ano.

A fama de Nicolau, então, tornou-se um tanto ambígua. Em alemão, nickel pode ser uma contração de Nikolaus, e significa o "capeta". O nome original do metal níquel era Kupfernickel (cobre do capeta), por ser visto como a falsificação da prata por um malicioso duende das minas. Em inglês, Nick ou Old Nick também é sinônimo de capeta.

Um de seus principais papéis é o de patrono dos marinheiros e pescadores, pois sua família possuía uma frota de pesca. Isso explica sua popularidade na Grécia, na cidade italiana de Bari (da qual é patrono e onde seus restos mortais foram levados) e até mesmo na Holanda medieval, mas não em terras distantes do mar.

Como defensor dos injustiçados e oprimidos, teria aparecido em sonho ao imperador Constantino para intervir em favor de três de seus servidores que, embora inocentes, haviam sido condenados à morte. O governante, em seguida, os teria absolvido. É principalmente por esse atributo que Nicolau é venerado na Rússia, da qual também é patrono.

Também era protetor dos estudantes. É principalmente nessa qualidade que ele é conhecido e festejado em Portugal, seguindo uma tradição medieval comum na Europa Ocidental. Suas festas, as Nicolinas, constituem-se de desfiles, danças, músicas e coletas tradicionais que se estendem de 29 de novembro a 7 de dezembro. O ponto culminante é o romântico ritual das maçãs. Rapazes disfarçados e ajudados por "escudeiros" levantam com vigor uma enorme lança enfeitada com laços previamente pedidos às garotas, que por meio de cores, símbolos e mensagens dão suas "dicas" para os rapazes. Com a ponta da lança, maçãs são oferecidas às jovens que esperam nas varandas e devolvem o gesto trocando-as por uma prenda, às vezes com significado especial. Quando acabam as maçãs, a lança é oferecida àquela que o rapaz escolher - por ter lhe dado uma fita "atraente", ou por já ser sua namorada. Caso esta não exista, a lança é oferecida à mãe.

Nicolau é festejado em 6 de dezembro, data de seu falecimento. Um fato curioso: a maioria dos santos da Antiguidade são celebrados na data de seu martírio, mas Nicolau foi um dos poucos a morrer na cama.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Bem que tentou...

Então o mundo não acabou, né? Mas não foi por falta de tentativa...





Sempre Ruas!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Acaba ou não acaba?

E, então? O mundo acaba ou não acaba hoje? Eu sei que a data marcada pelos maias é dia 21 de dezembro... mas como estou postando isso à meia-noite e considerando o horário de verão no GMT (horário a partir do Meridiano de Greenwich), será que o mundo já começou a acabar nas Ilhas Marshall? Ou seria em Tuvalu? Ou na Nova Zelândia? Por que tem que ser da direita pra esquerda?

Espero que vocês estejam acompanhando este blog (aqui, aqui, aqui e - principalmente - aqui) para não perderem tempo com isso e aproveitarem o novo ciclo que se iniciará.
OBS.: A convenção de iniciar cada dia à meia-noite tem origem com os romanos: Plutarco comentou sobre a dificuldade de determinar o início do dia pelo nascimento do Sol e o começo da noite pelo pôr do Sol, devido ao fato de não haver uma definição clara de quando ocorre isto, se é quando aparecem ou desaparecem os primeiros e últimos raios de Sol ou quando o centro do Sol toca no horizonte.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Acho melhor acabar logo...

A proposta desse blog é mostrar a vasta cultura do mundo em relação às necessidades humanas de entender a natureza e seus fenômenos, a criação e a morte, através de deuses e religiões. Ficamos, então, conhecendo um pouco mais sobre a história do homem e da civilização para entender melhor o contexto coletivo do que existe hoje e - quem sabe - respeitar ainda mais o próximo. Mas isso é utópico. Já manifestei aqui (também aqui e aqui) meu repúdio a alguns atos não-laicos do Estado brasileiro, mas começo a achar que o problema é com um fanatismo extremo que está indo além da ignorância.

Leiam a máteria que saiu no G1, sobre intolerantes alunos no Amazonas que se recusaram a apresentar um trabalho sobre cultura africana:
Cerca de 14 alunos evangélicos da Escola Estadual Senador João Bosco Ramos de Lima protestaram na frente da instituição nesta sexta-feira (9) contra a temática proposta na sétima feira cultural realizada anualmente na escola. De acordo com um dos alunos, Ivo Rodrigo, de 16 anos, o tema "Conhecendo os paradigmas das representações dos negros e índios na literatura brasileira, sensibilizamos para o respeito à diversidade", vai de encontro aos preceitos religiosos em que acredita. "A Bíblia Sagrada nos ensina que não devemos adorar outros deuses e quando realizamos um trabalho desses estamos compactuando com a idéia de que outros deuses existem e isso fere as nossas crenças no Deus único", afirmou o aluno.

Para a professora coordenadora do projeto, Raimunda Nonata, a feira cultural tem o objetivo, através da literatura, de valorizar as diversas culturas presentes na constituição do Brasil como nação. "Através deste projeto podemos proporcionar um debate saudável sobre a diversidade étnico-racial brasileira. Mas não foi isso que aconteceu", disse a professora. Segundo a professora, os alunos se recusaram a ler livros clássicos como 'Ubirajara', 'Iracema', 'O mulato', 'Tenda dos Milagres', 'O Guarany', 'Macunaíma', entre outros, por apresentarem questões como "homosexualidade, umbanda e candomblé".

Segundo a diretora da escola, professora Isabel da Costa Carvalho, os alunos montaram uma barraca sem a autorização da direção na qual abordaram outra temática que fugia à proposta inicialmente. "Eles montaram uma tenda com o nome 'Missões na África' na qual abordavam a evangelização do povo africano em seu próprio território", explicou a diretora. A diretora afirmou ainda que a atitude dos alunos desrespeita as normas e o plano de ensino da escola.
A conclusão dessa história é que os alunos tiraram notas baixas e os pais foram reclamar... Não quero condenar toda uma religião e seus fiéis nesses atos infames, mas, pra mim, esconder o passado e evangelizar povos me lembra algumas coisas que acabaram em genocídio:

  • Os conquistadores europeus que destruiram civilizações inteiras pelo mundo;
  • A Inquisição;
  • As Cruzadas;
  • O nazismo de Hitler.

Fora isso, imagino que esses alunos medíocres (que deveriam usar antolhos) não podem estudar nada sobre a história do próprio país, muito menos ler quaisquer clássicos da nossa literatura. Na boa, acho melhor esse mundo acabar logo...

domingo, 16 de dezembro de 2012

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Um futuro para Hades

Em 2554, a Terra está mais dividida do que nunca entre os muito ricos e os muito pobres. As viagens espaciais não foram bem sucedidas e cabe à casta mais pobre minerar os poucos recursos restantes no planeta. Entre eles está Liam, que, logo após perder sua família, aceita participar na escavação mais profunda já tentada na história.

Por acidente, Liam acaba chegando ao inferno da mitologia grega, e desperta o próprio Deus dos Mortos. Mas Hades está enfraquecido, e sua esposa Perséfone desapareceu. Assim, ele faz um acordo com Liam: se conseguir encontrar a deusa, ele terá sua própria família de volta!

Essa é a premissa de Unbound: The Awakening, HQ que Kyle Stephens e Mariah Wall pretendem lançar através de financiamento coletivo. O projeto já atingiu sua meta inicial e terá três arcos: The Awakening, The Rise e The Fall. Dificilmente chegará no Brasil, mas vale ficar atento a iniciativa que pode parar nas telonas.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Moai

Ahu Tongariki, maior altar com 220 metros de comprimento e 15 moais, restaurado em 1996.
Os famosos e impressionantes Moais são únicos no mundo. As 887 estátuas que decoram toda a costa e o interior da Ilha de Páscoa são os únicos vestígios da misteriosa e ancestral cultura dos antigos habitantes da Ilha: a cultura Rapa Nui. Acredita-se que antigos habitantes polinésios dedicaram gerações inteiras aos gigantes de pedra entre os séculos XII e XV. Esse termo "Rapa Nui" significa "ilha grande" em um dialeto taitiano antigo e é também o nome da ilha.

Moai vem da expressão rapanui moai aringa ora, que significa “rosto vivo dos ancestrais”. Eles representam, de modo estilizado, um torso humano masculino de orelhas longas, sem pernas, com tatuagens tribais polinésias. Em sua maioria, medem entre 4,5 a 6 metros e pesam até 80 toneladas. O maior deles, entretanto, está inacabado na pedreira e tem mais de 20 metros de altura! Alguns possuem pukaos em suas cabeças: cilindros de pedra vermelha pesando até 12 toneladas, possivelmente representando os coques que os nobres polinésios usavam (ou um cocar de penas vermelhas comum entre a nobreza rapanui). Acredita-se que originalmente todos os moais possuíam o pukao.


Alguns crêem que as estátuas representavam os antepassados. Por essa razão, os moais eram montados sobre plataformas ceremoniais (ahus), todos voltados ("olhando") para o interior da ilha, para que os espíritos dos mortos canalizassem seu maná (energia vital) para as aldeias de seus descendentes e os protegessem. Mas existe um grupo de sete moais que estão voltados para o exterior da ilha. Parecem representar os sete exploradores enviados por Hotu Motu'a, o primeiro rei da ilha. precedendo assim aos primeiros colonizadores europeus.

Perto de um dos vulcões (Rano Raraku) que formam a ilha, encontra-se a pedreira de onde foram retiradas as rochas formadas por cinzas para a construção da maioria dos gigantes. Nela existem quase 400 esculturas em diferentes estágios de construção. Aparentemente, em pleno processo de construção, os escultores abandonavam repentinamente as obras. Ainda não se tem certeza de como conseguiam cortar a pedra vulcânica, talhá-las (possivelmente com ferramentas de obsidiana e basalto na própria pedreira) e transportá-las a seus lugares definitivos. As pedras vermelhas utilizadas para os pukaos eram porosas, retiradas do vulcão Puna Pau, extinto e aberto à visitação.

Membros do Museu Kon Tiki realizaram um experimento, mediante o qual provaram que eram necessários, pelo menos, 20 homens, munidos de cordas e armações de madeira, para poder mover um moai de 9 toneladas! Os caminhos de transporte dos moais também é um mistério: todos tem um forma em V com um profundo sulco central e fileiras de pedras encravadas em solo rochoso. Especula-se que eram parte de algum engenhoso mecanismo que permitia levar as estátuas caminho acima. A teoria mais aceita é a da "geladeira": três grupos de homens os faziam "caminhar" com cordas amarradas na cabeça; um grupo puxava para a esquerda, outro para a direita e um terceiro para trás, evitando que a estátua tombasse para frente.

Até meados do século XX, não havia nenhuma estátua de pé. Todas foram derrubadas no séc. XVIII, durante guerras internas entre os clãs que habitavam a ilha. Acredita-se que pequenas rochas vermelhas de obsidiana ou coral que ficavam nos globos oculares das estátuas foram arrancadas e atiradas no mar durante as lutas tribais (foram encontradas em mergulhos próximas à costa da ilha). Em recentes escavações do Easter Island Statue Project (começaram em 1988, pararam e retornaram em 2011), descobriu-se que alguns dos moais estavam enterrados, ou seja, o que se via da cabeça era só uma parte de toda a escultura. Descobriu-se, então, o entalhe de corpos e hieróglifos da escrita local (rongorongo, ainda não totalmente decifrada)


A Ilha da Páscoa é uma ilha localizada no Oceano Pacífico, anexada ao Chile em 1888. É Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1995, e tanto seu governo como sua administração são regidos por estatutos e leis especiais. A antiga denominação dessas terras era Te Pito O Te Henua (“O Umbigo do Mundo“), por ser o lugar habitado mais isolado do planeta e o centro espiritual de seu mundo na Polinésia. Para o ocidente, a ilha foi descoberta pelo holandês Jakob Roggeveen em 5 de abril de 1722, no feriado da Páscoa. A primeira impressão do holandês, vista de seu navio, era de que se tratava de uma terra de gigantes: pensou que os moais eram pessoas. Após conhecer o povo da ilha, descreveu-o como um povo amistoso de pele clara e cabelos vermelhos com bonitas mulheres e homens amáveis.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Camiseteria

Dezembro chegou e o Natal se aproxima... você não sabe o que pedir ou o que dar de presente? Que tal divertidas camisas com temas mitológicos?

Mito ou Realidade?
Medusa e as serpentes amestradas
The Legend
Gostaram? É do site Camiseteria, uma "democracia fashionista", como eles gostam de dizer. Os membros do site enviam estampas que são votadas por outros membros e as melhores são transformadas em camisetas de alta qualidade e acabamento. E eu comprovo porque tenho várias! Inclusive uma da ossada de centauro!

Post NÃO patrocinado!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ah... Medusa!

Não tem jeito: Medusa nos fascina. E essa ilustração digital de Rob Shields é linda!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Alinhamento Planetário com as Pirâmides de Gizé

Imagem meramente ilustrativa
Astrônomos e astrólogos calcularam (utilizando softwares especializados como o Stellarium) que hoje, neste exato momento (18h no horário de Brasília de verão) as três pirâmides de Gizé, no Egito, estão perfeitamente alinhadas com o posicionamento dos planetas Mercúrio, Vênus e Saturno! Por ser durante o dia (são aproximadamente 15h no Egito) e próximo ao Sol, o alinhamento não será visto a olho nu.

Este alinhamento acontece a cada 2.737 anos e, acredita-se que este ano em especial será incrivelmente intenso e completo, pois também haverá um alinhamento com os Nódulos Lunares e com o Cinturão de Órion (Três Marias). Pelo ritmo da movimentação dos planetas, este alinhamento ainda permanecerá da mesma forma: Mercúrio e Vênus são mais rápidos e permanecerão na orbe por 5 dias; já Saturno e o Nódulo Lunar ainda estarão na orbe deste alinhamento até os primeiros meses de 2013.

Astrólogos acreditam que esse seja mais um sinal do que se chama o "fim do mundo" no dia 21 de dezembro de 2012. Para esses estudiosos, Saturno rege o Tempo, e os Nódulos Lunares regem o Plano Divino. O alinhamento planetário entre eles representa a morte do velho e o nascimento do novo, e, em conjunção com as Plêiades, significa uma grande libertação evolutiva e espiritual.

Então, assim como os Maias predisseram, será uma mudança de momento e não o apocalipse.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Monstros e Heróis

Há muitos séculos, as histórias da Grécia antiga vêm fascinando as pessoas. Imortais como os deuses do Olimpo, os mitos gregos vencem o desafio do tempo, continuando a nos conquistar com seus incríveis Monstros e Heróis. E esse é o nome do quarto volume da série Mitos Recriados em Quadrinhos da Editora Nemo.

Com os mesmos autores de Ciranda Coraci, o lançamento oficial acontece hoje em Belo Horizonte, na livraria Leitura Savassi. Tem 24 páginas e custa R$19.