No norte da Rússia, têm a aparência de mulheres nuas cadavéricas, com cabelos escuros como musgo e olhos que brilham com um maligno fogo verde. Ficam na água ou perto dela, à espreita de viajantes descuidados. Arrastam as vítimas para a água, onde as aterrorizam e torturam antes de matá-las. Viajantes espargem algumas folhas de losna (ou absinto) em qualquer coisa que uma rusalka possa querer roubar ou destruir.
Já no sul, aparecem como belas jovens pálidas e loiras em roupas leves com olhos sem pupila. Atraem suas vítimas cantando docemente nas margens dos rios, enquanto trançam seus longos cabelos. Quando a vítima entra n'água para encontrá-la, a rusalka a afoga com uma risada estridente e fatal. É possível que seja a origem do mito da sereia, mas se mistura aos mitos das ninfas gregas e da Banshee celta.
Para sair da água, as rusalkas precisam de um pente, com o qual podem conjurar água quando quiserem para manter o corpo molhado. Alguns dizem que sem o pente, elas secariam e morreriam.
Durante os meses de inverno, as rusalkas vivem no fundo da água, sob o gelo. No verão, principalmente na chamada Rusal'naia (Semana das Rusalkas, no início de junho), podem deixar a água sem seus pentes, tornando-se um grande perigo. Elas trepam aos galhos que pendem sobre a água e à noite, quando o luar ilumina a floresta, descem das árvores e dançam nas clareiras onde a grama cresce mais espessa e o trigo é mais abundante.
Na quinta-feira Rusal'naia, chamada velykden, as pessoas costumam trabalhar para não atormentar as rusalkas que vivem perto das casas que ficam próximas a lagos e rios. Se os espíritos ficam com raiva de alguma pessoa, podem arruinar as colheitas com chuvas torrenciais, rasgar redes de pesca, destruir represas e moinhos d'água e roubar roupas, linho e fios das mulheres humanas (como os vodyanoi). Neste mesmo dia da semana, jovens mulheres fazem grinaldas com losna e alho para as rusalkas dizerem se elas conseguirão casar com homens ricos. Se conseguirem alguma resposta, não devem nadar até o fim do verão, ou serão afogadas e se tornaram uma rusalka.
Até os anos 1930, o enterro ou banimento ritual das rusalkas no final da Rusal'naia permaneceu como um entretenimento comum.
Existe uma ópera tcheca chamada Rusalka que lembra muito a história da Pequena Sereia, de Hans Christian Andersen.
* A palavra rusalka referia-se originalmente às danças de roda das jovens na festa de Pentecostes (mais conhecida, no Brasil, como festa do Divino Espírito Santo).
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