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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Yarilo


Yarilo (Erilo ou Jarilo) seria o filho perdido de Perun, seu décimo filho que teria nascido na noite da mudança de ano e roubado por Veles, arquiinimigo do deus. Veles teria criado Yarilo no Mundo Inferior, que teria ficado coberto de vegetação enquanto o deus esteve por lá (isso poderia ser uma referência à diferença de estações entre os hemisférios norte e sul). Yarilo tornou-se um belo jovem deus associado à agricultura e à primavera. Não se sabe dizer se ele tinha traços humanos ou se era um centauro.

Sobre as estações, duas são as possibilidades de leitura do mito de Yarilo. Uma seria que ele passaria metade do ano no hemisfério norte (com Perun no "céu") e a outra metade no hemisfério sul (com Veles no "inferno"). Essa leitura se assemelha a lenda grega de Perséfone e Deméter.

Outra leitura diz que, um dia, ele voltou cavalgando do além-mar, trazendo a primavera consigo. Sua irmã gêmea Morana (Marzanna), também uma deusa da natureza, notou sua chegada e se apaixonou. Ambos começaram um cortejo divino que terminou em um celebrado casamento que selou momentos de paz entre Perun e Veles e trouxe um período harmônico à Terra. No entanto, Yarilo era um deus lascivo e infiel, sendo considerado deus não só da fertilidade da terra, mas também da paixão e do sexo. Ele traiu sua esposa-irmã e acabou morto, mas não se sabe se foi Perun ou um de seus irmãos que o esquartejou. Morana tornou-se um deusa fria e mortal (referência ao inverno), até morer de desgosto no fim do ano. Sendo deuses da natureza, tanto Yarilo e Morana são cíclicos e renascem na virada do ano, iniciando o processo novamente.

Normalmente, no início da primavera, as aldeias coroavam uma virgem como rainha de Yarilo, na esperança de que as sementes recém-plantadas dessem frutos abundantes. As músicas desses rituais contavam que o deus estava retornando de uma terra distante através do oceano para trazer a primavera e abençoar as plantações (referenciando a primeira leitura de seu mito).

Yarilo foi associado ao São Jorge cristão, sendo ele o cavaleiro montado no cavalo branco que mata o dragão (Veles). Alguns estudiosos acham que várias de suas características se aproximam a Dionísio da mitologia grega.