O ouroboros também simboliza o ciclo da evolução voltando-se sobre si mesmo, a roda da existência, a dança sagrada de morte e reconstrução. Contém as ideias de movimento, continuidade, autofecundação e, em consequência, o eterno retorno. Estudiosos crêem que seja um símbolo da criação do universo, já que uma serpente enrolada em um ovo era um símbolo comum para egípcios, druidas celtas e hindus. Outros interpretam o símbolo como a serpente do mundo infernal e a forma circular do mundo celeste.
Geralmente, em livros antigos, o símbolo vem acompanhado da expressão hen to pan ("um é o todo"). Mas a primeira aparição conhecida da imagem foi em um texto funerário egípcio na tumba de Tutankamon que se refere às ações do deus Ra e sua união com Osíris no submundo. Em uma ilustração, duas serpentes segurando seus rabos na boca estão sobre a cabeça e sob os pés de uma divindade enorme que representa a unidade Ra-Osíris. As duas serpentes simbolizam Mehen, deus que protegia Rá durante sua jornada contra Apep.
Vale registrar que, na tentativa de encontrar a raiz etimológica da palavra, percebeu-se que em copta (idioma do Antigo Egito) “ouro” significa “rei” e em hebraico “ob” significa “serpente”.
Amuleto gnóstico com ouroboros circulando um escaravelho com palavras mágicas. |
Ouroboros também está ligado à mitologia nórdica – pois Jormungand, a serpente do mundo, está mordendo a própria cauda – bem como a mitologia hindu através do conceito da kundalini.
Carl Jung diz que o ouroboros é um arquétipo universal: "Os alquimistas, a sua maneira, sabiam mais sobre a natureza do processo de individuação do que os modernos e expressavam esse paradoxo através do símbolo dos Ouroboros, a serpente que come sua própria cauda, com significado de infinito ou totalidade. Na imagem encontra-se o pensamento de devorar-se e transformar-se em um processo circulatório, pois ficou claro para os mais astutos que a matéria prima da arte era o próprio homem. O Ouroboros é um símbolo dramático para a integração e assimilação do oposto, ou seja, da sombra. Este processo de feedback é ao mesmo tempo um símbolo da imortalidade, já que ele se mata e se traz à vida, fertiliza-se e dá a luz a si mesmo. Ele simboliza o Um, que procede do choque de opostos, e ele, portanto, constitui o segredo da matéria prima que indubitavelmente se origina do inconsciente do homem."
Mas essa postagem é para desejar um excelente 2013 para todos os leitores do blog. Afinal, os maias predisseram que terminamos um ciclo e iremos começar uma nova era. Abracem o novo!
Nunca tinha ouvido falar dessas serpentes O.O
ResponderExcluirAdorei o post (e as serpentes também) :)
Feliz ano novo para você também !ooo!
Beijos ^^
Muito elucidativo.
ResponderExcluirEsclarecimento mais que oportuno, necessário.
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