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quarta-feira, 19 de novembro de 2025

O mito de Osíris

O mito de Osíris é um dos mais importantes e influentes da religiosidade do Antigo Egito. Ele articula temas essenciais para o pensamento egípcio: a vida que vence a morte, a ordem que vence o caos, a legitimidade do poder real, a fertilidade da terra, a esperança na vida após a morte. Osíris não é apenas um deus morto; ele é um deus que renasce eternamente, assim como o Nilo que transborda e fertiliza o Egito.

Osíris era um dos grandes deuses da Enéade de Heliópolis*. Filho de Geb (a Terra) e Nut (o Céu), ele governava o Egito como um rei justo e sábio. Era o rei civilizador que ensinou aos humanos a agricultura, o cultivo da videira, a criação das leis e os rituais religiosos, símbolo da ordem, fertilidade e renovação.

  • Uma enéade era um agrupamento de nove divindades ligadas entre si por laços familiares. A palavra enéade é de origem grega; em egípcio usa-se a palavra Pesedjete.

Era irmão de Set (deus do caos, da violência e do deserto), Néftis (senhora da casa) e Ísis (deusa da magia e da maternidade). Osíris se casou com Ísis, enquanto Set se casou com Néftis.

Set sentia inveja do prestígio de Osíris. Isso se tornou rancor quando descobriu que sua esposa havia ficado grávida do irmão. Néftis sentia-se negligenciada por seu marido, associado à infertilidade. Ela desejava a fertilidade e a luz de Osíris. Néftis então se disfarçou de Ísis, usando perfumes, roupas e magia para enganar o deus. Dessa união nasceu Anúbis, que viria a se tornar deus dos mortos, da mumificação e da proteção dos túmulos.

Enquanto Ísis entendeu a traição conjugal de Néftis com compaixão e até vê Anúbis como filho*, Set viu sua incapacidade como esposo e figura viril evidenciada, aumentando a rivalidade polarizada com seu irmão (ordem vs. caos, fértil vs. infértil). Além disso, o filho gerado poderia ser interpretado como um herdeiro mais legítimo que qualquer possível filho de Set, ameaçando diretamente sua posição no panteão e entre os vivos.

  • Ísis era devotada, estratégica, sábia: ela sempre agia visando restaurar o cosmos. O adultério não foi apresentado como uma crise conjugal, e sim como uma peça no grande drama de morte e renascimento. Então, ela não reagiu com ciúmes humanos, pois compreendeu que sua irmã sofria com o abandono de Set. Inclusive, Ísis tem Anúbis como um filho, que passa a servi-la e protege o corpo de Osíris, tornando-se o deus mais fiel à ordem funerária. Ísis, Néftis e Anúbis formam uma tríade dos ritos funerários: Ísis fica ao pé do sarcófago, Néftis fica à cabeceira e Anúbis preside o embalsamamento.

O primeiro ataque

Set elaborou, então, um plano para subjugar seu irmão: construiu um belo cofre exatamente do tamanho do corpo de Osíris (o primeiro sarcófago) e, durante uma festa, prometeu presentear quem coubesse perfeitamente nele; quando Osíris deitou no cofre, Set e seus conspiradores fecharam a tampa, selaram-na com chumbo e jogaram o cofre no Nilo. Set determinou, assim, o fim da ordem e o início do caos.

O cofre flutuou pela correnteza, atravessou pântanos e canais, seguiu até o mar e encalhou na costa da Fenícia (Líbano atual). Encostado em uma árvore (um tamarisco ou um sicômoro), acabou tendo a madeira crescendo ao redor: o sarcófago passou a fazer parte da árvore.

O rei da cidade de Byblos, sabendo da beleza do tronco, mandou derrubar a árvore para usá-la como coluna do palácio. O corpo de Osíris passou a sustentar metaforicamente o palácio de um rei estrangeiro, e o reino misteriosamente começou a prosperar.

Ísis começou, então, uma jornada mágica e diplomática. Ela chegou à cidade sem revelar quem é. Ela se instalou perto de uma fonte – em versões, sob a forma de simples viajante, criada ou mulher silenciosa de semblante nobre. As criadas da rainha de Byblos a encontraram, encantaram-se com sua dignidade e a levaram ao palácio para se tornar a ama de um dos príncipes. Certa noite, Ísis colocou o bebê nas chamas para queimar sua mortalidade e foi surpreendida pela rainha, que gritou e interrompeu a magia. Nesse momento, a deusa revelou sua natureza e todo o palácio percebeu que estava hospedando uma divindade.

Ísis disse, então, ao rei e à rainha: “Eu busco o corpo de meu marido. O que vocês chamam de coluna é meu tesouro.” Desesperado por ter tocado algo sagrado, o rei entregou a coluna imediatamente. A deusa retirou o sarcófago de Osíris da coluna e o abraçou. Entoou os primeiros lamentos sagrados (manjeres) e, em seguida, abriu a tampa do cofre para ungir o corpo, perfumá-lo com leite de tamarisco (símbolo de renascimento) e envolvê-lo com linho. Ísis levou o corpo escondido em um barco para o Egito e o ocultou em território sagrado, nas ilhas pantanosas do Delta.

O segundo ataque

O problema é que Set caçava na região e reconheceu o corpo recuperado de Osíris. Furioso,desmembrou-o em várias partes – para evitar a ressurreição –, espalhando-os pelos nomos* (províncias) do Egito.

  • Apesar de haverem textos e iconografias que aumentam o número de partes em que Set desmembrou o corpo de Osíris (até 42 nomos, inserindo as vísceras), o mais tradicional é afirmar que foram 14 partes por estar ligado às fases da lua (14 dias de lua crescente e 14 dias de lua minguante): cabeça, braço direito, braço esquerdo, mão direita, mão esquerda, peito/coração, coluna (djed), abdômen, pênis (que não foi encontrado e, por isso, não são 15 partes), nádegas, perna direita, perna esquerda, pé direito e pé esquerdo. O ciclo lunar foi associado à morte e ao renascimento de Osíris.

Para os egípcios, Ísis era a única capaz de recompor um corpo morto, acordar a força vital (ka), ativar magia com palavras verdadeiras (heka) e gerar vida a partir da morte. Então, tomada pelo luto, Ísis partiu sozinha em busca dos fragmentos de seu marido. Ela vestiu roupas de viajante, cortou o cabelo, abandonou seu status de rainha e adotou o papel da viúva peregrina divina. Navegou pelo Nilo num pequeno barco de papiro (eram considerados protegidos contra crocodilos, que não atacavam por respeito à deusa). Ela consultou serpentes, crocodilos, pássaros, espíritos do Nilo, e até crianças (que eram consideradas puras e capazes de ver o invisível).

A tradição varia, mas muitas fontes colocam a cidade de Abydos como o primeiro local onde Ísis encontrou um pedaço de Osíris: o coração, o centro da vida e o início da restauração da ordem. Cada vez que Ísis encontrava um pedaço, ela chorava por ele (e o Nilo inundava), purificava-o, envolvia-o em linho, realizava pequenos rituais funerários, e seguia adiante.

Cada cidade que guardava um fragmento (uma relíquia sagrada) erguia um santuário para Osíris (“túmulos de Osíris”). Assim, o corpo de Osíris tornou-se um mapa de todo o Egito e criou uma geografia sagrada: cada parte do corpo, um nomo, um ponto de poder ritual.

Ressurreição mágica e fálica

A única parte que Ísis não encontrou foi o pênis de Osíris, que teria sido engolido por um peixe (oxirrinco, lepidoto ou fagrus, dependendo da versão) ou se perdeu nas águas primordiais do Nilo. Comer o tal peixe chegou a ser proibido em várias partes do Egito, pois seria ingerir simbolicamente a energia sexual divina, profanar o princípio da fertilidade e se apropriar do que não pertence aos humanos.*

  • No Egito, o poder sexual divino não é visto como luxúria, mas como força vital e princípio de continuidade do cosmos. Então, o falo de Osíris não é apenas uma parte do corpo perdida: é um eixo simbólico que une morte, fertilidade, sexualidade ritual, poder criador e a própria ordem do cosmos. Enquanto os outros fragmentos do corpo foram distribuídos pelos nomos, o falo “saiu da terra”, não está em templo nenhum (não há reivindicação territorial de posse), não pode ser possuído por sacerdotes (não há monopólio de poder), não é encontrado por nenhuma divindade. Ele é o ausente, o irredutível, a parte que não retorna ao mundo material, e isso não é falha, é excesso. Isso transforma o falo de Osíris em um mistério, não um objeto. O falo é invisível porque é onipresente, não localizado, cósmico. Ele não poderia, dentro do mito, existir como simples órgão. O falo perdido também tinha uma leitura agrícola, pois ele se torna a semente dispersa pelo Nilo, que fertiliza tudo. Osíris é o grão que morre e renasce, já que seu corpo foi semeado pela terra do Egito. Ele torna Osíris mais do que um morto recomposto: ele se torna a própria força geradora que permeia o Nilo, a terra e as plantas. Assim como o Nilo fertiliza o Egito, Osíris fertiliza a terra com sua própria morte e renascimento.

Quando Ísis encontrou o último fragmento (normalmente a cabeça ou os pés, dependendo da tradição), ela retornou ao local onde havia reunido todos os fragmentos encontrados para realizar um ritual de ressurreição que culminou na primeira mumificação da história. Com a ajuda de Néftis, Anúbis (como filho adotado) e Thot (deus da palavra), Ísis desembrulhou os fragmentos, purificou-os e perfumou-os novamente (embalsamamento), e reintegrou-os ao corpo, embrulhando-os em novas faixas de linho.

Mas sem o pênis, faltava o ponto que permitiria dar continuidade à linhagem e restaurar a ordem cósmica, o eixo criador que faz a vida atravessar a morte. Fontes egípcias descrevem a reconstrução do falo de forma velada, mas consistente. Primeiro, Ísis insuflou o sopro da vida, ou seja, atraíu o ka de Osíris de volta ao corpo, não para reanimar o cadáver, mas para despertar seu poder criador: em alguns textos, ela é chamada de “Aquela que faz o ka se erguer.” Em seguida, a deusa nomeou o falo usando palavras mágicas (hekas) e isso criou seu princípio. Um trecho comum nos hinos diz: “O que Ísis nomeia, toma forma.”, pois no Egito a palavra não descreve, ela faz existir.

Alguns textos falam de uma modelagem simbólica, onde Ísis teria moldado um falo feito de ouro (incorruptibilidade e eternidade), cera ou lama do Nilo, dependendo da tradição. Em textos tardios, ele é chamado de “falo dourado”, “o membro criado pela magia”, “o pilar da vida”. Porém, ele é entendido mais como um princípio de criação do que como um peça anatômica.

Concepção divina

Por fim, Ísis se transformou em um milhafre* (falcão feminino) e planou sobre o corpo de Osíris, batendo as asas sobre ele até pousar em seu peito. Esse movimento simboliza a união ritual e a fecundação divina, pois, nesse momento aconteceu a transferência da potência criadora de Osíris para Ísis e, assim, a deusa fica grávida. Os textos dizem: “Ela recebeu a semente do deus.”, “O vento da vida passou para dentro dela”, mas através de um processo mágico-cosmogônico e não biológico. A iconografia nunca mostra o ato, justamente por não se tratar de sexualidade humana: não foi um ato sexual, mas litúrgico e cósmico.

  • No Egito antigo, milhafre era a ave da maternidade e do luto, pois vocalizaria sons semelhantes a lamentos humanos.

No Egito, a sexualidade divina é simbólica e não biológica, pois os deuses não estavam presos às limitações físicas humanas. O poder sexual divino não era visto como luxúria, mas como força vital e princípio de continuidade do cosmos. Então, o falo de Osíris não era apenas uma parte do corpo perdida ou um instrumento de prazer e reprodução biológica: era um eixo simbólico que une morte, fertilidade, sexualidade ritual, poder criador e a própria ordem do cosmos. Enquanto os outros fragmentos do corpo foram distribuídos pelos nomos, o falo “saiu da terra”, não estava em templo nenhum (não há reivindicação territorial de posse), não podia ser possuído por sacerdotes (não há monopólio de poder), não foi encontrado por nenhuma divindade. Ele é o ausente, o irredutível, a parte que não retorna ao mundo material. Isso transforma o falo de Osíris em um mistério, não um objeto. O falo é invisível porque é onipresente, não localizado, cósmico. Ele não poderia, dentro do mito, existir como simples órgão.

Osíris voltou à vida, mas não retornou à Terra: ele se tornou o Senhor do Duat (o mundo dos mortos), o Juiz das almas, símbolo de ressurreição, fertilidade e ciclo da natureza. Osíris é o grão que morre e renasce, já que seu corpo foi espalhado pelo Egito. O gesto de Isis de recriar o falo é, simbolicamente, a germinação, a fecundação da terra pela água do Nilo, o retorno da vida após a inundação. Assim como o Nilo fertiliza o Egito, Osíris fertiliza a terra com sua própria morte e renascimento. Então, o falo perdido transforma Osíris em mais do que um morto recomposto: ele é a semente dispersa pelo Egito, a própria força geradora que permeia o Nilo, a terra e as plantas.

Hórus, o herdeiro da ordem cósmica, surgiu da concepção divina, com cabeça de falcão. O deus cresceu escondido para escapar do ódio de Set. Ao atingir a idade adulta, lutou contra o tio para reclamar o trono de seu pai. Após uma longa série de combates e julgamentos divinos, Hórus venceu. Assim, o faraó vivo passou a ser identificado com Hórus, e o faraó morto, com Osíris.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Apep

O deus-cobra Apep, enrodilhado no mundo subterrâneo, tinha poder suficiente para aniquilar suas vítimas. Todos os dias, quando o deus-sol viajava pelo mundo subterrâneo, Apep atacava o barco do deus. Os mortos, liderados por Seth, um deus de força insuperável, conseguiam todas as noites derrotar a serpente, permitindo que o barco passasse. Mas todos os dias Apep revivia, pronto para atacar o deus-sol de novo e aterrorizar com seu sibilo ensurdecedor todas as almas recém-chegadas.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Khonsu

O deus da lua Khonsu (ou Khons) em geral era retratado com o astro na cabeça, mas, às vezes, apresentava cabeça de falcão, para mostrar que era também um deus dos céus. Seu nome significa “aquele que vaga”, por causa das viagens da lua pelo céu. Dizia-se que passava de criança a adulto durante a primeira metade do mês, antes de voltar a ser criança, quando a lua minguava.

Era filho de Amon e Mut, formando o trio de deuses adorados na cidade de Tebas.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Bes

Considerada a divindade doméstica mais popular do Egito, Bes era um anão libidinoso, rude e cômico. Amante da música, do canto e das bebedeiras, era associado a todos os prazeres humanos. Mas também protegia as pessoas do mau olhado e dos espíritos ruins, sendo muito adorado pelo povo. Trazia prosperidade aos recém-casados, encorajava o amor livre e cuidava das crianças. Todas as casas tinham a sua imagem esculpida nas cabeceiras das camas ou nos espelhos, ou pintada nas paredes dos dormitórios – até mesmo nos reais. Junto com Taweret, cuidava das mulheres que estavam dando à luz e, por isso, em casas onde iria acontecer um parto se via sua figura desenhada sobre a cama da mulher grávida. Seus símbolos eram instrumentos musicais – como o pandeiro e a harpa – e as facas.

Bes era representado com um rosto largo e barbudo, grande orelhas pontudas e uma língua comprida, que alguns diziam parecer estar com uma máscara. Gordinho e de pernas arqueadas, vestia uma pele de leopardo ou leão, com a própria cauda do animal, e uma pena de avestruz nos cabelos despenteados. Acreditava-se que sua feiúra afastava os espíritos malignos e, por essa razão, ao contrário dos outros deuses egípcios que só eram pintados de perfil, Bes era sempre retratado de frente. Também por causa de sua feiúra, Bes se tornou o deus dos cosméticos e de todas as formas de embelezamento feminino. Sua imagem era reproduzida em tubos de kajal, potes de rouge e cremes, e frascos de perfume.

Quando os egípcios foram dominados pelos romanos, por volta de 31 a.C., as forças invasoras adotaram o deus, mas substituíram suas vestes egípcias pelas de legionário romano. Era também chamado de Besu ou Bisu.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Ammut

A deusa Ammut ficava ao lado da balança, quando o coração dos mortos era pesado, na entrada do outro mundo. Se o morto tivesse levado uma vida má e não estivesse em condições de sobreviver no outro mundo, ela comia seu coração; daí vinha seu título, Devoradora dos Mortos. Sua forma incorporava três dos animais mais temidos do antigo Egito: cabeça de crocodilo, corpo de leão e quarto traseiro de hipopótamo.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Deuses do Egito

Deuses do Egito (Gods of Egypt, 2016) é um filme errado por inúmeras razões.

A principal delas talvez seja a polêmica gerada pela falta de atores negros no elenco de um filme que deve representar o Egito Antigo. E essa polêmica está no auge de Hollywood. Na verdade, até tem um personagem negro com certa importância (o deus Thot, de Chadwick Boseman), mas é perceptível que os papéis principais ficaram com atores brancos de pele bronzeada – e ainda tem uma cota com uma atriz vietnamita (Elodie Yung, a deusa Hator). Aconteceu algo invertido no primeiro filme do Thor... Mas eu preciso fazer um destaque importante:
Veja pinturas do Egito Antigo e você não encontrará pessoas negras! Elas eram pintadas de um alaranjado (às vezes puxando pro vermelho, às vezes para o amarelo). Quem disse que naquele tempo o Egito só tinha negros? Só por que é na África. Não. A probabilidade é que o tom de pele da época seja um marrom avermelhado, uma pele árabe bronzeada de sol. Nas pinturas egípcias, a cor negra estava associada tanto à noite e à morte, quanto à fertilidade e à regeneração, uma vez que o solo do Rio Nilo era enegrecido. A cor era usada em sobrancelhas, olhos e detalhes.
Bom... outro erro está nas atuações. Eu realmente gostaria de saber o que levou Geoffrey Rush () Gerard Butler (Set) e Nikolaj Coster-Waldau (Horus) a aceitarem os papéis principais nesse filme. Se foi dinheiro, eles devem repensar suas estratégias de carreira porque o filme custou U$140 milhões e não rendeu nem 30. Todos parecem estar em "modo automático/over" e Butler ainda tem um momento Leônidas de Esparta... Se foi para alavancar a carreira do jovem casal protagonista que nem vale citar o nome, também não deu.


Mas esse erro pode estar no próprio roteiro do filme. O irmão ciumento (Set) que toma tudo do irmão bonzinho (Osíris) e vira um ditador que quer dominar absolutamente tudo é comum e foi mal trabalhado, pois ficou raso e sem propósito, gratuito mesmo. As motivações e conexões entre os personagens também não possuem desenvolvimento ou profundidade e vão do 8 ao 80 em segundos. O amor do ladrão a la Indiana Jones e da jovem puríssima não engrena, assim como o amor entre os deuses não convence. Não que eu tenha ido ao cinema ver uma obra-prima do cinema, mas nem os efeitos especiais e os cenários exuberantes chamam atenção.


Mas vamos à mitologia em si...

Começo dizendo o seguinte: a mitologia egípcia não é de grandes sagas e histórias como as mitologias grega, escandinava, japonesa, celta... Que eu saiba, a mais importante é realmente essa relação entre Osíris, Set, Ísis e Horus. Assim que puder, pesquisarei melhor sobre isso... mas essa situação acaba por tornar todo o filme um erro. Nem mesmo a história entre esses deuses ficou boa.

As representações dos deuses egípcios realmente tinham uma versão humana e outra zoomorfizada, ou seja, com cabeça de animal, mas nada de armaduras Transformers! O fato de serem maiores do que os humanos é uma livre interpretação do "Peso da Alma", uma regra artística que coloca deuses e faraós (representantes divinos na Terra) maiores do que as pessoas comuns em pinturas. Mas sangue de ouro... isso é coisa de Percy Jackson. Já as serpentes gigantes que soltam fogo, parecem coisa de Fúria de Titãs.


Já o além-vida é realmente uma das partes mais importantes da religião/mitologia egípcia: praticamente todos os deuses possuíam alguma relação com o pós-vida. Anúbis (o deus-chacal que talvez seja a cara mais conhecida dessa mitologia) e o Salão das Duas Verdades (onde uma pena é usada como medida de peso) fazem parte da caminhada de toda alma. Porém, aquela passagem luminosa que parecia um olho e levava as almas após a pesagem não existe. O sistema é outro que planejo descrever aqui um dia.

Acho que o filme serve para mostrar que esses deuses também existem. A correlação deles está correta: Rá é o deus-sol, Horus é o céu, Hator é a deusa do amor (entre outras coisas), Thot é o deus da sabedoria, Apep (Apófis) é um grande demônio, etc etc. Confesso que não sei qual roteiro tornaria esses deuses atrativos por causa da ligação com a morte, mas merecia mais.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Hapi

Hapi era o deus das enchentes do rio Nilo. Vivia numa caverna, perto da catarata do rio. Era sua tarefa manter as duas margens do rio sempre férteis, e fazia isso espalhando sementes na água, quando ela fluía para a terra. Era retratado com grandes seios pendentes e ma barriga pronunciada, ambos símbolos de fertilidade. Na cabeça, usava enfeites feitos de plantas aquáticas.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Chu

Chu, deus do ar e pai dos gêmeos Geb e Nut, foi criado por Rá-Aton. Era às vezes retratado de joelho segurando os céus nos ombros. Sua principal tarefa era trazer o deus sol e o faraó à vida no começo de cada novo dia. Também era um torturador que sacrificava as almas dos maus no mundo subterrâneo.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Mut

Mut (ou “mãe”) podia ser representada como uma vaca ou um gato, já que era às vezes identificada com as deusas Hator e Bastet. Usava um adorno de cabeça em forma de abutre ou coroas (branca ou dupla).

Com seu marido Amon e o filho Khonsu, formava o trio de deuses adorados na cidade de Tebas. Os egípcios acreditavam que, quando uma rainha engravidava, Mut descia à terra, transformava-se na rainha e dava à luz o futuro faraó.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nefertum

Na mitologia egípcia, Nefertum (ou Nefertem) era uma divindade primeva da cidade de Mênfis, deus solar dos perfumes. Seu nome poderia ser traduzido como "o Todo ressurgiu" ou "o recém-surgido é completo". De acordo com um mito de criação antigo, Nefertum teria surgido do oceano primevo sobre um botão azul de lótus, tornando-se "aquele que traz a luz", o primeiro raio de sol.

Acredita-se que Nefertum possa ser a criança que, ao amadurecer, se torna o deus . Ou, então, seria a flor sobre o nariz desse deus, perfumando e iluminando seus caminhos. No Livro dos Mortos está escrito:
Levanta-te como Nefertem do lótus azul, para as narinas de Ra, o deus solar criador, e saia no horizonte a cada dia.
Alguns egiptólogos acreditam que a influência do deus foi reduzida posteriormente, e ele teria se unido a Horus para formar uma única divindade solar.

Na cosmogonia de Heliópolis, o deus era associado a Atum, sendo visto como a manifestação deste deus quando criança que saiu da flor de lótus que apareceu no monte primordial que emergiu das águas. De acordo com o relato, as lágrimas derramadas por este menino deram origem à humanidade. O nome nefer-tum seria "belo Atum".

Já no Delta do Nilo, ele seria o filho original de Wadjet, uma deusa-serpente que assume a forma de leão.

Pertence a uma tríade junto a seu pai Ptah e sua mãe Sekhmet, a deusa-leoa. É representado por vezes com uma cabeça de leão ou como um jovem sentado sobre uma flor que desabrocha. Veste uma coroa em forma de lótus, ornada por duas plumas e dois colares, símbolos de fertilidade. Por vezes ele próprio está sobre um leão inclinado, carregando um sabre. Foram encontrados diversos amuletos com a figura do deus.

É considerado patrono da artes cosméticas, das flores curativas (inclusive dos narcóticos e afrodisíacos) e da aromaterapia. Por ser o raio de sol de todas as manhãs, também era associado ao renascimento e, portanto, patrono de vários ingredientes utilizados no processo de mumificação.

A lótus azul (Nymphaea caerulea)

domingo, 30 de dezembro de 2012

Ouroboros

O nome vem do grego antigo: oura significa "cauda" e boros significa "devora". Assim, a palavra ouroboros (oroboro ou uroboro) designa "aquele que devora a própria cauda". É representado por uma serpente ou um dragão que morde a própria cauda, simbolizando a eternidade. Por vezes é representado como dois animais míticos, mordendo o rabo um do outro. Está relacionado com a alquimia, e é possível que o símbolo matemático de infinito tenha tido sua origem a partir da imagem de dois ouroboros, lado a lado.

O ouroboros também simboliza o ciclo da evolução voltando-se sobre si mesmo, a roda da existência, a dança sagrada de morte e reconstrução. Contém as ideias de movimento, continuidade, autofecundação e, em consequência, o eterno retorno. Estudiosos crêem que seja um símbolo da criação do universo, já que uma serpente enrolada em um ovo era um símbolo comum para egípcios, druidas celtas e hindus. Outros interpretam o símbolo como a serpente do mundo infernal e a forma circular do mundo celeste.

Geralmente, em livros antigos, o símbolo vem acompanhado da expressão hen to pan ("um é o todo"). Mas a primeira aparição conhecida da imagem foi em um texto funerário egípcio na tumba de Tutankamon que se refere às ações do deus Ra e sua união com Osíris no submundo. Em uma ilustração, duas serpentes segurando seus rabos na boca estão sobre a cabeça e sob os pés de uma divindade enorme que representa a unidade Ra-Osíris. As duas serpentes simbolizam Mehen, deus que protegia Rá durante sua jornada contra Apep.

Vale registrar que, na tentativa de encontrar a raiz etimológica da palavra, percebeu-se que em copta (idioma do Antigo Egito) “ouro” significa “rei” e em hebraico “ob” significa “serpente”.

Amuleto gnóstico com
ouroboros circulando
um escaravelho com
palavras mágicas.
O ouroboros entrou no Ocidente através da Grécia e foi adotado pelo Gnosticismo, pelo Hermetismo e pela Alquimia, sobrevivendo até o período medieval e a Renascença. O químico alemão August Kekulé pensou na forma hexagonal do benzeno depois de ter sonhado com um ouroboros.

Ouroboros também está ligado à mitologia nórdica – pois Jormungand, a serpente do mundo, está mordendo a própria cauda – bem como a mitologia hindu através do conceito da kundalini.

Carl Jung diz que o ouroboros é um arquétipo universal: "Os alquimistas, a sua maneira, sabiam mais sobre a natureza do processo de individuação do que os modernos e expressavam esse paradoxo através do símbolo dos Ouroboros, a serpente que come sua própria cauda, com significado de infinito ou totalidade. Na imagem encontra-se o pensamento de devorar-se e transformar-se em um processo circulatório, pois ficou claro para os mais astutos que a matéria prima da arte era o próprio homem. O Ouroboros é um símbolo dramático para a integração e assimilação do oposto, ou seja, da sombra. Este processo de feedback é ao mesmo tempo um símbolo da imortalidade, já que ele se mata e se traz à vida, fertiliza-se e dá a luz a si mesmo. Ele simboliza o Um, que procede do choque de opostos, e ele, portanto, constitui o segredo da matéria prima que indubitavelmente se origina do inconsciente do homem."
Mas essa postagem é para desejar um excelente 2013 para todos os leitores do blog. Afinal, os maias predisseram que terminamos um ciclo e iremos começar uma nova era. Abracem o novo!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Alto Egito

Ainda no ritmo egípcio, vejam esse impressionante vídeo feito pelos russos da AirPano, utilizando um aeromodelo de controle remoto sobre as pirâmides do Egito e a esfinge de Gizé. Elas ficaram ainda mais espetaculares e vistas de ângulos só possíveis graças ao pequeno helicóptero.



Ótimo! E no site deles tem outros incríveis panoramas aéreos em vídeo, como o do Taj Mahal, do Coliseu, dos Moais chilenos, das Linhas de Nazca, de Machu Picchu e de outros locais do mundo.

domingo, 21 de outubro de 2012

Saga egípcia no fim e explicadinha

Vocês se lembram que Rick Riordan - autor dos livros de Percy Jackson - também fez uma série sobre mitologia egípcia? Então, a Ed. Intrínseca lançou o terceiro e último livro d'As Crônicas dos Kane: A sombra da serpente.

Os irmãos Sadie e Carter Kane são descendentes de uma sociedade secreta de magia estabelecida no Antigo Egito. Seus poderes são fundamentais para a restauração do Maat, a ordem do mundo. Nessa edição, Apofis, a serpente do Nilo e Deus do Caos está livre, e eles tem apenas 3 dias para salvar o planeta e seus aliados amaldiçoados.

E com uma mitologia tão complexa quanto a egípcia envolvida, sem contar os inúmeros personagens importantes, a editora também lançou um livro explicando todos esses detalhes: As Crônicas de Kane: Guia de Sobrevivência. O livro, com 144 páginas em cores, traz fichas detalhadas de todos os personagens da obra, além de explicar detalhes sobre os artefatos místicos e criaturas sobrenaturais que aparecem na série, e também elementos como interpretação de hieróglifos e mensagens secretas ancestrais.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mais mitos em quadrinhos e livros infantis

A Editora Scipione lançou nas livrarias os dois primeiros volumes da coleção Mitos em Quadrinhos - Mitos Egípcios e Mitos Africanos -, publicados originalmente na Inglaterra em 2006 na coleção Graphic Mythology da editora David West Books.

MITOS AFRICANOS
Os africanos antigos adoravam contar histórias e cantar canções. Assim, a tradição oral, ao longo de gerações, deu-nos os mitos africanos tal qual conhecemos hoje. Originária de muitos lugares e tribos diferentes, a mitologia africana é um baú cheio de histórias e personagens tão grandiosos quanto a vida. Este livro traz três mitos africanos – “A história da criação”, “O cão e o chacal” e “A história da aranha Ananse” – contados no formato de quadrinhos.

MITOS EGÍPCIOS
O Egito é considerado uma das primeiras grandes civilizações da Terra. Ao longo de mais de 3 mil anos, os antigos egípcios criaram uma rica e épica mitologia para manifestar sua religião. Neste livro, o leitor conhecerá as histórias de Rá, Ísis e Osíris, Hórus e Seth e outros personagens míticos marcantes.

Cada volume tem 48 páginas e custa R$ 32,50. Se a coleção for completa, ainda teremos mitologia grega, romana, meso-americana e chinesa.

A Editora Sciopine faz parte do Grupo Abril, líder no mercado de livros didáticos do setor privado. Ela ainda tem outras coleções de livros sobre mitologia grega:

PROJETO REENCONTRO INFANTIL
Antes mesmo de nascer, Hércules já estava destinado a ser o maior herói de todos os tempos. Filho de Zeus e Alcmena, mortal bela e sábia, sofre com o ciúme de Hera. Enfeitiçado pela deusa, Hércules mata a própria mulher e seus filhos. E, para receber o perdão dos deuses, tem de executar doze grandes feitos. Usando sua força, inteligência e sobretudo paciência, torna-se um dos maiores exemplos dos mitos e valores gregos. (48 páginas, R$31,50)

COLEÇÃO MITOS GREGOS
Os mitos gregos são contados nesta coleção em linguagem simples, com belíssimas ilustrações. São eles: Teseu e o Minotauro, Pégaso, o cavalo voador, Jasão e o Velocino de Ouro, Ícaro, o menino que podia voar, Odisseu e o cavalo de madeira, Perseu e a monstruosa Medusa, O toque dourado do Rei Midas, Aracne, a mulher-aranha e O segredo da caixa de Pandora (32 páginas cada, R$23,90)


Gosto muito de tudo isso!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Para o Egito e além!


Hoje, dia 9 de maio, o Google homenageia o 138º aniversário de Howard Carter, um dos mais importantes arqueologistas e egiptólogos britânicos. Entre muitas importantes descobertas, é o responsável por ter descoberto a tumba de Tutankhamon no Vale dos Reis!


Parabéns pra ele e pra toda a humanidade que tem o prazer de conhecer os mistérios do Antigo Egito!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mais livros de Rick Riordan

Após um ano de espera, a Editora Intrínseca lança hoje O filho de Netuno, o segundo volume da nova saga de Percy Jackson, Os heróis do Olimpo.

A sinopse - que dá seqüência a O herói perdido - nos diz que Percy está confuso após acordar de um longo sono e não sabe muito mais que o próprio nome. Ele consegue chegar a um acampamento de meios-sangues romanos e, mesmo quando a loba Lupa lhe conta que ele é um semideus, sua mente não recobra qualquer lembrança, somente um único nome: Annabeth. Ao lado de dois novos colegas semideuses, Percy embarca numa missão aparentemente impossível rumo ao Alasca para cumprir seu papel na misteriosa Profecia dos Sete, com consequências desastrosas para todo o mundo caso venham a falhar.

Expandindo o universo de Percy para a mitologia romana, teremos novas criaturas, como, por exemplo, a supracitada Lupa que pode ser a famosa loba romana. E Rick Riordan já avisou que vai lançar A marca de Atena, o terceiro volume em outubro deste ano! Considerando o cronograma da Intrínseca, a terceira parte só deve chegar em 2013... A editora mantém ativo um blog sobre as duas séries: Percy e os Olimpianos e Os heróis do Olimpo.

Essa demora de Rick Riordan se deve às suas múltiplas séries. Além de Percy, já falei aqui sobre a Saga dos Kane que envolve mitologia egípcia. E o autor acabou de terminar de escrever o último capítulo da trilogia: A sombra da serpente. A Editora Intrínseca também mantém um blog desta saga, mas ainda não dá notícias sobre sua publicação (a previsão seria final deste ano).

Assim como fiz com a primeira série de Percy Jackson, estou esperando esses novos livros de Rick Riordan avançarem em suas histórias por aqui para poder lê-los e desvendá-los.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Ptah

São muitos os mitos que cercam Ptah, o Grande Escultor. Na cosmogonia de Mênfis (uma das capitais do Antigo Egito), ele era o Deus Criador, filho de Nun e Naunet, espíritos dos mares primevos. Criou o mundo pelo verbo. Teria criado os primeiros deuses somente com o ato de pensar neles e dar-lhes nome.

Também teria criado outros seres a partir da pedra, da madeira e do metal, usando suas habilidades como escultor. Para os egípcios, o coração (a origem do pensamento) e a voz (o sopro de vida) eram vistos como uma prova da presença de Ptah. Por essa razão, no momento do nascimento de uma criança, gritava-se "Ptah!" e a alma (ka) passava a habitar seu corpo e a criança chorava.

Formava uma tríade divina com sua esposa Sekhmet e seu filho Nefertum. Imhotep e Maahes também eram seus filhos. Acreditava-se que o faraó Ramsés II teria sido esculpido por Ptah em metal para governar o Egito. Mas com a ascensão de outros faraós e mudança de capital do império, Ptah perdeu importância, tornando-se o Divino Artesão, patrono dos ourives, dos escultores e dos ferreiros, sendo comparado ao Hefesto grego.

Na maioria das vezes, é retratado como um homem de pele clara com uma barba curta, vestindo um sudário branco bem justo (ou poderia estar mumificado). Usa na cabeça uma calota (como um solidéu) e segura um cetro que combina o ankh (símbolo da vida), o was (representação de força e poder) e o djed (pilar da estabilidade). Muitas vezes aparece com grandes orelhas por ter fama de atender às súplicas da humanidade. É também um símbolo da fertilidade masculina.

Ptah foi associado a diversos outros deuses do panteão egípcio (Hapi, Osíris, Tatenen, Seker etc.) e ao boi Ápis. Por essa razão, muito se vê sobre ele. Encontra-se também muitos estudos que ligam sua teogonia ao que veio a ser a religião judaico-cristã, com um deus acima dos outros.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Um Percy egípcio?

Rick Riordan está uma máquina de fazer livros adolescentes de mitologia! O autor da série de Percy Jackson – que já está na segunda fase – também investiu na mitologia egípcia nas Crônicas dos Kane. A sinopse do primeiro livro, A Pirâmide Vermelha, é:
Desde a morte de sua mãe, Carter e Sadie viveram perto de estranhos. Enquanto Sadie viveu com os avós, em Londres, seu irmão viajava pelo mundo com seu pai, o egiptólogo brilhante, Dr. Julius Kane. Uma noite, o Dr. Kane traz os irmãos juntos para uma experiência de “pesquisa” no Museu Britânico, onde ele espera para acertar as coisas para sua família. Ao contrário, ele liberta o deus egípcio Set, que expulsa-lo ao esquecimento e forças das crianças a fugir para salvar suas vidas. Para detê-lo, os irmãos embarcam em uma perigosa viagem em todo o mundo – uma busca que traz os cada vez mais perto da verdade sobre sua família e seus vínculos com uma ordem secreta que existiu desde o tempo dos faraós.

Apesar da presença de deuses, esse livro parece ter um estilo mais aventureiro, Indiana Jones, Tomb Raider. No entanto, a Editora Intrínseca já lançou o segundo volume – O Trono de Fogo – com uma sinopse que o aproxima dos poderes adolescentes percyanos:
Os deuses do Egito Antigo foram libertados, e desde então os irmãos Carter e Sadie Kane vivem mergulhados em problemas. Descendentes da Casa da Vida, ordem secreta que remonta à época dos faraós, os dois têm poderes especiais, mas ainda não os dominam por completo. Refugiados na Casa do Brooklin, local de aprendizado para novos magos, eles correm contra o tempo. Seu inimigo mais ameaçador, Apófis, está se erguendo, e em poucos dias o mundo terá um final trágico. Para terem alguma chance de derrotar as forças do caos, precisarão da ajuda de , o deus sol. Despertá-lo não será fácil: nenhum mago jamais conseguiu. Carter e Sadie terão de rodar o mundo em busca das três partes do Livro de Rá, para só então começarem a decifrar seus encantamentos. E, é claro, ninguém faz ideia de onde está o deus.

Apófis... Cronos... vai dizer que não encontrou alguma semelhança só de ler as sinopses? Bom... o que importa é que esses livros são uma nova porta de entrada para adolescentes nas histórias mitólogicas, agora as do fascinante Egito. Já andei vendo algums críticas falando que essa série tem uma narrativa bem mais interessante por seu teor aventureiro.

Aproveito para dizer que o segundo filme de Percy Jackson – que será baseado no livro O mar de monstros – já está marcado para março de 2013.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

E nos quadrinhos, a mitologia vai de vento em popa!

As mitologias do mundo sempre foram um prato cheio para a literatura e para o mundo dos quadrinhos. Vejam, por exemplo, o recente filme de Thor que foi baseado na mitologia nórdica contada pela Marvel Comics. Ou, então, o próximo filme do Hércules que está sendo baseado em uma HQ.

A Bluewater Productions resolveu investir pesado em enredos mitológicos para suas HQs. A editora é especializada em quadrinhos biográficos e adaptações, como por exemplo, a coleção Ray Harryhausen Presents, que traz o primeiro filme de Fúria de Titãs (Clash of the Titans, 1981) no papel - e ainda continua sua história -, assim como o filme Jasão e os Argonautas (Jason and the Argonauts, 1963) - que ainda tenho que falar por aqui. Também tem em seu catálogo duas revistas mensais: The legend of Isis e 10th Muse.


Em The legend of Isis, a deusa egípcia Ísis foi deslocada 5 mil anos no futuro e está presa no corpo de uma mulher. Agora ela precisa se adaptar ao século 21 e, com a ajuda de uma equipe mística, enfrentar o mal antigo que resisitiu ao tempo. No próximo arco de histórias a ser lançado em setembro (The First Flight of Horus), Ísis descobrirá que seu filho Hórus está de volta e nada satisfeito.

Já em 10th Muse, a mitologia grega é abordada. Sabemos que são nove Musas, então, como a comum Emma se tornou a misteriosa décima musa? E em setembro, será lançada uma derivada desta revista que conta a história de uma nova Medusa! Depois de se cortar na lâmina da espada que decapitou a Medusa original, Gloria Merrick se transforma na nova Medusa e vira alvo de Esteno e Euríale, górgonas e irmãs da criatura mitológica. Resta saber se ambas estão caçando Merrick para matá-la ou se querem fazer com que ela continue o trabalho da irmã morta há tempos.

Acho que os quadrinhos irão aparecer com mais frequência por aqui...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Min

Min é um deus criador do Antigo Egito adorado como deus da sexualidade e da reprodução. Costumava ser representado com a pele negra segurando seu pênis ereto na mão esquerda e um mangual (ou chicote) na mão direita. Em sua cabeça, uma coroa de penas ou chifres de touro. Seus símbolos eram o touro branco, uma flecha farpada, e uma cama de alface egípcia, vegetal que os egípcios acreditavam ser um poderoso afrodisíaco por ser alta, retilínea e liberar uma substância leitosa quando friccionada (características superficialmente semelhantes as do pênis).

Como um deus da potência sexual masculina, era homenageado durante os ritos de coroação, quando o faraó era esperado para semear a sua semente - geralmente se pensa ter sido sementes de alface egípcia, embora se acredite que o faraó era esperado para demonstrar que ele poderia ejacular - e assim garantir a inundação anual do Nilo. No início da época de colheita, sua imagem era levada para fora do templo e levada para abençoar os campos, enquanto jogos nus eram realizados em sua homenagem. Muitas de suas estátuas e imagens foram destruídas com a chegada do Cristianismo.

Alguns estudiosos encontraram um lado destrutivo do deus, com representações suas carregando um raio (ou flecha farpada), como se fosse um deus da guerra. Mas hoje acredita-se em erro de traduções. Também foi ligado a Khnum por sua força criadora e fertilizadora no Nilo e até mesmo a Horus. Por conta dos rituais orgásticos em seu nome, foi associado a , na mitologia grega.