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sábado, 28 de outubro de 2017

Ragnarok, o Crepúsculo dos Deuses

O mito do Ragnarok (ou Ragnarök, Ragnarøkr, Ragnorak, Gotterdammerung) explica como o mundo terminará.

Será precedido por Fimbulvetr, o inverno dos invernos. Três desses invernos seguirão um ao outro sem verões no meio. Conflitos e feudos irão surgir, mesmo entre as famílias, e toda moral desaparecerá. Haverá guerra constante e anarquia em Midgard (Terra). Pouco antes da grande batalha, a rivalidade entre os deuses nórdicos e os gigantes de Jotunheim aumentará, porque Loki (em prisão perpétua por sua participação na morte de Balder) conseguirá usar sua lábia para instigar temores.

O galo carmesim Fjalar vai cacarejar para os gigantes, enquanto o galo dourado Gullinkambi fará o mesmo para os deuses. Um terceiro galo levantará os os mortos. Os guerreiros de Valhalla (Einherjar) serão chamados por Gjallarhorn, o "chifre retumbante" de Heimdall, para lutar ao lado de aesires e vanires na batalha da Planície de Vigrid.

Os monstros-lobo Skoll e Hati que vivem tentando engolir o Sol e a Lua, respectivamente, finalmente conseguirão, mergulhando a Terra na escuridão. As estrelas começarão a cair e as montanhas se despedaçarão, libertando Fenrir e Loki e acordando Jormungand, a Serpente do Mundo. Cada respiração venenosa da serpente irá manchar o solo e o céu com seu veneno. As ondas causadas por seu surgimento libertarão o navio Naglfar (feito de unhas humanas) com o gigante Hymir como seu comandante e os gigantes vão para o campo de batalha. Do reino dos mortos, um segundo navio surgirá carregando os habitantes de Hel, tendo Loki como seu timonel.

Os gigantes do fogo, liderados pelo gigante Surt, deixarão Muspellheim no sul para se juntarem contra os deuses. Sua primeira ação será destruir a ponte Bifrost. Com uma espada que arde como o próprio sol, Surt queimará a terra.

No fim, tanto deuses quanto gigantes morrerão:
  • Odin será devorado por Fenrir, que será morto por Vidar, filho de Odin.
  • Thor matará a Serpente do Mundo, morrendo de seu veneno após dar nove passos sem largar seu martelo.
  • Tyr enfrentará Garm e um matará o outro.
  • Heimdall e Loki não sobreviverão ao combate entre eles.
  • Yggdrasil ruirá de tanto que a serpente Nidhogg a roeu.
  • Freyr morrerá nas mãos de Surt, que explodirá em chamas e destruirá os nove mundos.
Odin e Fenrir, ilustração de Emil Doepler (1905).
Thor e Jormungand, ilustração de Emil Doepler (1905).
Asgard em chamas, ilustração de Emil Doepler (1905).

A terra em chamas afundará no mar para emergir como um novo mundo abundante em fontes, a última expressão da crença nórdica de que um mundo melhor está por vir. Somente Vidar, Magni (filho de Thor) e o casal humano Lif e Lifrathsir sobreviverão e herdarão a nova Terra. A serpente Nidhogg sobreviverá para manter o balanço entre o bem e o mal.

Vale frisar que "Ragnarök" não significa exatamente "Crepúsculo dos deuses" como eternizado pelo compositor Richard Wagner em sua grande obra, Der Ring des Nibelungen, Götterdämerung. A palavra significa "destruição dos poderes", sendo que a tradução colocou "poderes" como "deuses". Aliás, toda narrativa do evento tem sido tema de controvérsias quanto à sua origem por ter sido escrita após a cristianização do mundo nórdico.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Njörd

Njörd, o belo deus do mar, era um dos vanires mais preocupado em trazer vida e poder ao mundo do que propriamente em lidar com justiça e paz. Mas, durante uma batalha contra os aesires, foi capturado e chegou a representar uma trégua entre as duas raças. Pode-se perceber sua origem vanir nos papéis que desempenha como deus benévolo, protetor dos marinheiros e pescadores, que colhe no mar o alimento, que dá vida aos seres humanos, e, ocasionalmente, com um deus menos pacífico, que controla o poder do vento e das tempestades.

Njörd amava Skadi, uma deusa da montanha do longínquo norte, filha de um gigante que viajava de esquis e caçava com arco e flecha, e casou-se com ela. Mas, embora tivessem dois filhos – as divindades gêmeas da fertilidade, Frey e Freya –, a união deles não durou muito: Njörd não conseguia viver longe do mar e Skadi não suportava a vida longe de suas montanhas. Um mito diz que as tempestades são o resultado da tristeza de Njörd com a perda de Skadi.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Ull

Ull era o deus dos invernos. Filho de Sif, usava esquis para se movimentar e caçar. Quando Odin foi expulso de Asgard por seduzir donzelas, Ull reinou por dez anos. Com o retorno de Odin, se exilou na Suécia, onde foi adorado.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Ask e Embla

O primeiro homem, criado pelos deuses de uma árvore em cinzas, e a primeira mulher, criada de uma árvore de olmo, feitos pelos três criadores no litoral do mar gigante de Midgard. Odin deu vida ao casal. Vili lhes deu pensamentos e sentimentos e Ve deu-lhes a capacidade de ver e ouvir. Ask e Embla geraram a raça humana e Midgard tornou-se sua morada.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Sexta-feira 13

Impossível não se preocupar com uma sexta-feira, dia 13, e a má sorte que pode acontecer nesta data. Segundo matéria da revista National Geographic de 2004, nos EUA, cerca de 900 milhões de dólares são perdidos nas sextas-feiras 13, justamente devido às pessoas que se recusam a fazer qualquer tipo de negócio nesta data. Existe até uma fobia específica: a parascavedecatriafobia (ou frigatriscaidecafobia).

Mas de onde vem isso afinal?
O número 13 é mal interpretado há muito tempo. Gregos e romanos o consideravam imperfeito, por ser um número primo que vem logo após o perfeito 12, um número versátil, divisível por 1, 2, 3, 4, 6 e 12. Eram doze os meses do ano e doze os deuses do Monte Olimpo. O continente perdido de Mu teria sido destruído em um cataclismo de uma sexta-feira 13!

A BRUXA ESCANDINAVA E AS TRAGÉDIAS CRISTÃS
O nome da bela deusa Frigg deu origem às palavras frigadagr e friday, "sexta-feira" em escandinavo e inglês respectivamente. Quando as tribos nórdicas se converteram ao Cristianismo, a deusa foi transformada em uma bruxa exilada no alto de uma montanha que se reunia às sextas-feiras com outras 11 feiticeiras e Satanás (13 participantes) para rogar pragas sobre a humanidade. Essa reunião nefasta de 13 participantes também tem ligação com a lenda escandinava do banquete para 12 convidados que Loki apareceu sem ser chamado e armou uma briga na qual morreu Balder.

A superstição de que convidar 13 pessoas para jantar era desgraça espalhou-se por toda a Europa, reforçada pelo relato bíblico da Última Ceia, quando havia 13 pessoas à mesa, na véspera da crucificação de Cristo - que aconteceu numa sexta-feira. Além disso, o Antigo Testamento judaico dizia que sexta-feira era um dia problemático: Eva teria oferecido o fruto proibido a Adão numa sexta-feira e o Grande Dilúvio teria começado no mesmo dia da semana.

VINGANÇA TEMPLÁRIA
Os dias de glória da Ordem dos Cavaleiros Templários, fundada no século XII em Jerusalém, durante as Cruzadas, estavam próximos do fim no início do século XIV. Rica e poderosa, sua influência na Europa começava a incomodar alguns monarcas, como o francês Filipe IV, o Belo, que resolveu dar fim aos cavaleiros.

Templários sendo queimados.
Em 14 de setembro de 1307, o rei enviou a seus oficiais ordens que só deveriam ser abertas dali a um mês. Reveladas as mensagens, numa sexta-feira, 13 de outubro, os templários que viviam na França começaram a ser presos, torturados, excomungados e queimados na fogueira. Havia métodos brutais de interrogar os presos: um sacerdote teve os pés tão queimados que seus ossos acabaram expostos.

Por cinco anos, enquanto os cavaleiros templários eram perseguidos, o rei tentou convencer o papa Clemente V a extinguir a Ordem. Até que, em 1312, os templários deixaram de existir, abandonados pelo Vaticano e acusados de crimes que não cometeram, como heresia e sodomia.

Em março de 1314, o último grão-mestre da Ordem, Jacques de Molay, antes de ir para a fogueira, teria dito que em um ano todos os que o perseguiram prestariam contas a Deus. Clemente V morreu em abril, Filipe IV em novembro. A data de início das prisões tornou-se, então, um dia de azar.

É DIA DE FESTA EM PORTUGAL
Em Portugal, muitas cidades e vilas celebram a ocasião. A maior festa acontece no castelo de Montalegre, em Trás-os-Montes, onde não faltam bruxas, bruxos, feitiços, teatro e a famosa queimada. Na vila de Vinhais, na aldeia de Cidões, as pessoas reúnem-se à volta de uma grande fogueira para um banquete com produtos locais. Em Cavalinhos, Leiria, as mulheres juntam-se num encontro onde os homens não podem participar.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Aegir

O deus do mar. Tem nove filhas, as senhoras que movem as ondas. Às vezes, dizem que ele carrega uma lança, mas, mais freqüentemente, ele e sua esposa Ran estão armados com uma rede para pegar marinheiros, que são levados para a sala de banquetes no reino de subaquático de Aegir.

domingo, 14 de junho de 2015

Hoder

Filho de Odin e Frigg, e cego de nascença, o deus Hoder causou sem querer a morte do irmão Balder. Loki o persuadiu a se unir aos outros deuses que estavam lançando objetos em Balder como uma piada, depois que Frigg fez todas as coisas animadas e inanimadas concordarem em não feri-lo. Mas ela não perguntou ao visco. Loki, então, fez um dardo de visco e deu a Hoder quando era sua vez de lançar. O dardo perfurou coração de Balder.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Deuses americanos


Deuses Americanos (American Gods) é o quarto romance de Neil Gaiman, publicado em 2001, que mistura várias vertentes da mitologia (com foco maior na mitologia escandinava, mas passando por egípcia, africana e outras). Tudo está centralizado em um misterioso e taciturno protagonista Shadow, que de repente se vê envolvido num embate entre os deuses antigos que migraram para o centro do mundo atual (os EUA, lembrando a premissa de Percy Jackson) e os deuses do capitalismo, como a Mídia e a Tecnologia.

Sei que os fãs de Gaiman são inúmeros, mas achei a narrativa bem arrastada. Os poucos momentos de ação não seguram. Você lê praticamente livo inteiro esperando o grande combate e ele acontece meio longe do leitor. Talvez eu tenha tido essa sensação por não ter lido outros livros dele, pois me parece que existe ligações entre eles. Ou talvez por ter conhecimento mitológico e não ter sido surpreendido pelas variações de nomes e atitudes de personagens - o que me fez ficar mais interessado pelos "vilões" modernos. Então, leia os livros de Gaiman em sequência.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Sleipnir

Odin montado em Sleipnir chega a Valhalla
(Pedra Tjängvide)
Sleipnir (Sleipner) é a montaria de oito patas de Odin capaz de galopar a velocidades incríveis. Considerado o ser mais rápido entre os planos – podendo viajar por terra, céus e mar –, seu nome significa "suave" ou "aquele que plana".

A lenda de seu nascimento conta que Loki assumiu a forma de uma égua branca e se acasalou com o garanhão cinza Svadilfari, dando à luz a Sleipnir. Loki presenteou seu pai Odin com o cavalo. Montado nele, Odin ia para as batalhas, muitas vezes acompanhado por seus lobos e corvos, e cavalgava pelos céus, rodeado de espíritos dos guerreiros mortos em combate.

Em certa ocasião, Odin emprestou Sleipnir para seu filho Hermod saltar os portões colossais de Niflheim e resgatar o irmão morto Balder. Sigurd teria talhado runas nos dentes do animal para permitir a entrada dele nos diversos reinos.

Gravura de W. G. Collingwood (1908).

Outra história conta que Odin teria ido à casa do gigante Hrungnir em Jotunheim para mostr que tinha o melhor cavalo de todos os reinos. Hrungnir concordou que o deus tinha um belo cavalo, mas afirmou que sua montaria, Gullfaxi, era ainda melhor. Os dois montaram em seus cavalos para apostar uma corridae Sleipnir venceu com facilidade, deixando o gigante e sua montaria a mercê dos aesires nos portões de Asgard.

A representação de suas oito patas é variada. O mais comum é encontrar quatro na frente e quatro atrás, mas existem duas variações: uma em que Sleipnir tem somente quatro patas, mas elas se dividem em duas na altura dos joelhos; e outra em que ele possui seis patas na frente e duas atrás.Sua cor também é motivo de dúvida: preto, branco, cinza e até castanho avermelhado são possíveis.

Ilustração de manuscrito islandês do séc. XVIII.

Estudiosos creem que a construção simbólica do cavalo que viaja pelos diversos planos é a mesma dos xamãs norte-americanos que utilizam animais como guias espirituais. Segundo o folclore islandês, a forma de ferradura do cânion Ásbyrgi, localizado no Parque Nacional Jökulsárgljúfur, no norte da ilha, foi formada pelo casco de Sleipnir. Existe uma estátua do cavalo na cidade de Wednesbury, Inglaterra.

Visão aérea do cânion Ásbyrgi
Estátua de Sleipnir em Wednesbury.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Nem tão sombrio assim

Neste fim de semana, estreou Thor: O mundo sombrio (Thor: The dark world, 2013), sequência do filme de 2011 que faz parte da segunda fase de filmes da Marvel e se ligarão novamente no próximo filme dos Vingadores. E é pra isso que esse filme veio. Muita gente espera que o segundo filme seja melhor por não precisar apresentar tantos personagens, mas – como o primeiro filme foi considerado por muitos o elo fraco da primeira fase da Marvel – a ideia era inserir o universo do Thor na linha dos Vingadores, com magia e ciência se cruzando a todo momento.

Mitologicamente esse filme não acrescenta muito. A inserção dos elfos negros (e de Kurse, ou Kursed) logo no início é mais interessante que sua participação ao longo do filme. Aliás, a aparição de Bor – que praticamente não foi falada – deu um toque especial. Mas acho que paparam uma enorme mosca em não inserirem as Valquírias no enterro dos guerreiros. Outra coisa esquisita são aqueles monstros em Vanaheim, terra de deuses.

O filme tenta se manter no universo dos quadrinhos, mas a Marvel já está criando um novo universo cinematográfico que somente se inspira nas HQs (por exemplo, toda a saga desse filme se baseia no tal do Éter, quando, nos quadrinhos, a saga de Malekith acontece com a Caixa dos Invernos Eternos que dá pinta no primeiro filme). E isso vai até repercutir na série de TV da SHIELD com a destruição de parte de Londres, mini buracos de minhoca e alguém que foi esquecido na Terra (ver a segunda cena pós-créditos).

A sinopse diz que um mal antigo, que remonta a história até tempos da história antiga dos tempos do avô de Thor, foi libertado e os nove reinos estão mais uma vez ameaçados. E, dessa vez, o príncipe de Asgard vai precisar de ajuda de quem se menos espera para vencer essa ameaça.

A crítica anda colocando esse filme nas alturas, mas também não é pra tanto. Quer dizer... o Loki de Tom Hiddleston vale o ingresso! Perceba que todas as cenas dele são boas em texto e representação (e ainda tem a brincadeirinha perfeita com os Vingadores). Comenta-se fortemente que a Marvel está pensando em um filme só dele, mas nem precisa. É só ele voltar arrasando no fim da trilogia (que seria excelente se fosse a Saga de Surtur ou o Ragnarok!) porque já deixaram uma pontinha com o SPOILER desaparecimento de Odin!


Vi sérios problemas de continuidade e de enredo que até não comprometem o geral, mas mereciam cuidados. Por exemplo:

  • Bifrost funcionando? Explicaram e eu perdi?
  • Frigg virou ninja e mágica? No primeiro filme, foi enxotada em meia cena por um gigante de gelo e agora faz miséria? Pelo menos Rene Russo ganhou um tempo maior de cena (enquanto Sif e os Três Guerreiros estão quase a passeio).
  • Aliás, já que estavam pagando horrores pela oscarizada Natalie Portman, tinham que dar mais tempo pra ela, só não precisa ser de qualquer jeito: "oops... achei o que nunca ninguém podia achar, mesmo depois de crianças brincarem o tempo todo por aqui".
  • Ah... e qual é a companhia telefônica dela que tem sinal em Svartalfheim???
  • Heimdall destrói uma nave com uma faquinha... o mesmo tipo de nave que esbarra em prédios e não sofre arranhões? Por que não chamaram o Wolverine, então?
  • E por que as espadas brilham? Não brilhavam antes...
  • Precisavam fazer o Stellan Skargard ficar nu e de cueca na maior parte de suas cenas?
  • Kat Dennings continua sendo o bom alívio cômico do filme, mas transformou sua Darcy em uma cópia de sua personagem Max Black, da série 2 broke girls.

Mas não são só críticas. Ainda temos a belíssima Asgard, o interessante design de tudo relacionado aos elfos negros (de suas naves até suas frias máscaras), Chris Hemsworth cada vez mais a vontade em seu Thor (alguém já conseguiu um Mjolnir pra me dar?) e Anthony Hopkins exagerando em seu Odin. No geral, é um bom filme que parece uma ponte para outros, até para a TV.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Mitologia escandinava ou nórdica?

Por ser uma região puramente histórico-geográfica, a Escandinávia não corresponde a nenhuma fronteira política definida. Devido às sucessivas vagas de glaciação, a Escandinávia foi repetidamente despovoada e desprovida de fauna e flora terrestres ao longo do tempo. Os estudiosos a apontam como a terra de origem de uma parte dos povos germânicos e dos vikings. O uso do termo é muitas vezes incerto, ora incluindo, ora excluindo países vizinhos da Península Escandinava, que abrange a Suécia, a Noruega e a Dinamarca. O termo pode também abranger a Finlândia (Fino-Escandinávia) e, mais raramente, as Ilhas Faroé (ainda território dinamarquês) e a Islândia.

O termo Escandinávia é por vezes utilizado como sinônimo para os Países Nórdicos, embora dentro desses países os termos sejam considerados distintos. Em contraste com essa incerteza de países quanto ao termo Escandinávia, a expressão Países Nórdicos é sempre empregada para referir o conjunto de países da Europa Setentrional e do Atlântico Norte formado por: Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Ilhas Faroé, Groenlândia (nação dinamarquesa autônoma), Svalbard (arquipélago ártico norueguês) e Aland (arquipélago finlandês autônomo).


Desde a sua independência da União Soviética em 1991, a Estônia também se apresenta como um país nórdico, apesar de ser geralmente considerado um dos países bálticos. O povo estoniano é íntima e etnicamente ligado aos finlandeses e fala um idioma similar ao finlandês. O pais tem ligações culturais e históricas também com a Suécia e a Dinamarca.


Bandeiras da Finlândia, Islândia,
Noruega, Suécia e Dinamarca.
Com essa explicação, ratifico minha opção por manter o termo Mitologia Escandinava aqui no blog, por mais que usar "Mitologia Nórdica" pareça mais completo. Se analisarmos bem, os arquipélagos incluídos nos países nórdicos estão ligados aos cinco estados-nação principais (foto). Além disso, este blog aborda separadamente a Mitologia Finlandesa e do Ártico (através dos Inuítes, onde a Groenlândia aparece), por suas diferenças culturais.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Dia da trapaça

Na mitologia escandinava, hoje era comemorado o Dia de Loki, o deus-gigante da trapaça e da travessura.

Loki e Sigyn, de Marten Eskil Winge (1863)
Agora, sem brincadeiras: a vida está corrida, mas este blog não está abandonado, não. Acompanhem algumas novidades no Facebook, enquanto não consigo colocar as coisas em dia por aqui.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Infográfico viking

O History Channel lançou uma série chamada Vikings que nos transporta para o mundo brutal e misterioso de um guerreiro viking e agricultor que anseia explorar (e atacar) as praias distantes através do oceano. Sua ambição o coloca em desacordo com o chefe local. Além de muita guerra e derramamento de sangue, a série é uma história de família, fraternidade e embates entre a moral cristã e a sociedade pagã viking.

Não sei se a série é boa ou não, mas eles lançaram um infográfico bem simples para entender como funciona a base do panteão escandinavo, com os já conhecidos Odin, Thor e Loki, além de Freyr, Frigg e das Valquírias.

A série estreiou no dia 3 de março nos EUA e termina sua primeira temporada no dia 28 de abril. Já foi renovada! Será que vale a pena?

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Parabéns... Sol!

Dia 25 de dezembro é o dia de celebrar o nascimento de Jesus Cristo. Mas a data real da natividade é incerto (e, certamente, um equívoco) por conta de questões históricas e geográficas. Nos primeiros séculos da nossa era, havia na Palestina até mesmo cristãos que comemoravam o nascimento de Jesus em maio. As primeiras celebrações históricas do natal cristão ocorreram ao findar o século II, partindo do oriente, no dia 6 de janeiro. Esse dia, porém, nunca foi reconhecido pela Igreja do Ocidente.

A tradição de se festejar o Natal durante o inverno europeu foi estabelecida no século IV. O Cristianismo foi englobando uma série de comemorações e tradições do período para fortalecer seu principal personagem e suprimir os rituais pagãos.

Na Idade Média, havia duas versões da festa de fim de ano (Yule) entre os povos germânicos: ao norte de Danevirk (a muralha que separava os dinamarqueses dos francos, os cristãos dos pagãos), toda a aldeia se reunia em um templo para fazer um sacrifício animal para Odin; enquanto, ao sul, rezava-se uma missa para São Nicolau em uma igreja. Mesmo com essas diferenças, em ambas, as casas eram decoradas com frutos vermelhos de azevinho e ramos de pinheiro e as famílias se juntavam para beber e celebrar.

O dia 21 de dezembro evocava a festa romana do Sol Vitorioso (Natalis Solis Invictus), em homenagem ao aniversário de Mitra, o deus solar persa cujo culto e influência estenderam-se por todo o império romano. Ela acontecia durante as Saturnálias, uma celebração carnavalesca, quando os druidas celtas dos povos germânicos usavam muitas luzes, tochas e velas para garantir que o mundo não saísse dos eixos devido à longa escuridão invernal (Solstício de Inverno no Hemisfério Norte). Novamente os cristãos se apoderaram desse simbolismo de luzes, pois, no Antigo Testamento, o Salvador é, de fato, "a luz que virá ao mundo".

Em 336, o 25 de dezembro foi mencionado oficialmente pela primeira vez como o aniversário de Jesus. Alguns dizem que a data decisiva para o cálculo foi o 25 de março (Equinócio da Primavera no Hemisfério Norte), quando dia e noite têm duração igual. A data já era destinada à celebração do sol em vários cultos pagãos, como, por exemplo, o grande e popular Horus da mitologia, Krishna entre os hindus, além de Dioniso (que era chamado "salvador", soter) e Adônis na Grécia. Os cristãos tomaram posse da data, como o dia em que o anjo anunciou a Maria que ela teria um filho. Nove meses depois, e estamos no dia 25 de dezembro.

Mas a adesão não foi simples, uma vez que as festividades pagãs eram intensas e muitos consideravam grandes arruaças. Por exemplo, em 1644, os puritanos ingleses, após deporem o rei Carlos I em meio a uma Guerra Civil, simplesmente proibiram o Natal por considerarem-no “pagão”. A lei só seria derrubada com o retorno da monarquia, em 1660. Os escoceses foram além e reprimiram o Natal entre 1640 e 1958, quando voltou a ser feriado!

Feliz aniversário, então, para todos os mitos nascidos no dia de hoje! Parabéns... Sol!

sábado, 8 de setembro de 2012

Perto dela

Fui até a Praia de Botafogo e tirei fotos de Awilda, a Iemanjá de 12 metros do espanhol Jaume Plensa.

O nome completo da obra é Olhar nos meus sonhos (Awilda).
As oferendas pra Iemanjá costumam ser feitas em barquinhos.
Para Awilda, as oferendas são em tamanho real!
Referência de tamanho. Pena que o Pão de Açúcar estava encoberto...

No display explicativo, fica-se sabendo que Awilda é, na verdade, a filha de um rei escandinavo do século V que se tornou uma mulher pirata, mas que o artista chama carinhosamente de Iemanjá. Ela ficará até 2 de novembro convivendo com barcos e pessoas.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Hidromel

O hidromel é uma bebida alcoólica fermentada à base de mel e água (usualmente, na proporção 1 para 2). Alguns apontam sua origem há 8 mil anos, na Pérsia e na Índia. Portanto, sua fabricação é anterior à do vinho e seguramente à da cerveja, podendo ser considerada a primeira bebida fermentada na História. As culturas antigas consumidoras desta bebida foram os gregos, romanos, celtas, saxões e os vikings, cuja mitologia a colocava como néctar divino. Também era conhecido o consumo de uma bebida similar pelos maias. Os povos de língua inglesa chamam o hidromel de mead, palavra de raiz grega, a mesma do sânscrito methus. Mulso é outra palavra para hidromel e para uma mistura de vinho com mel.

Mas é na mitologia dos povos escandinavos que se encontra grande parte de suas lendas. Após a guerra entre os dois panteões divinos, os Aesires e os Vanires, eles cuspiram em um jarro para determinar a trégua. Dele, surgiu Kvasir, o gigante da sabedoria. Kvasir viajava pelos nove mundos disseminando a paz e o conhecimento. Até chegar em Nidavellir, o reino dos anões, onde foi assassinado pelos irmãos Fjalar e Galar, que misturaram o sangue do gigante à uma bebida fermentada. Assim, quem bebesse desse líquido – chamado de Hidromel da Poesia – adquiria enorme conhecimento.

Um dia, os gigantes invadiram o reino dos anões e levaram odrörir (o recipiente da bebida mágica) para a morada de Suttung, o poderoso gigante das montanhas. Para recuperá-la, Odin disfarçou-se do gigante Bolverk, seduziu a giganta Gunnlud que protegia o recipiente e conseguiu roubar o hidromel. Como uma águia, levou a bebida em seu bico para Asgard. Já sendo o todo-poderoso, Odin acabou ganhando poderes proféticos. Depois, a bebida ficou sob a responsabilidade de Bragi, deus da poesia e provável filho de Gunnlud com Odin.

O epíteto de "bebida divina" não era exclusiva dos escandinavos. Na mitologia grega, Ganimedes era o copeiro do Olimpo que servia aos deuses com hidromel e ambrosia.

Acredita-se em uma tradição que os recém-casados deveriam consumir esta bebida durante o primeiro ciclo lunar após as bodas para nascer um filho varão. Daí teria surgido a lua de mel.

"Thor", um single malte de 16 anos que foi fabricado pela Highland Park com um case de madeira que lembrava um barco viking e o martelo de Thor estampado na garrafa. Custava U$245.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Thor: Filho de Asgard

Hoje trago a vocês a animação Thor: O filho de Asgard (Thor: Tales of Asgard, 2011, 77') É uma animação feita pela Marvel e, portanto, sua mitologia é mais próxima aos quadrinhos e ao filme. Mesmo assim, são interessantes as referências mitológicas. A sinopse é a seguinte:
Antes de erguer seu poderoso martelo, um jovem Thor sai em busca da lendária espada perdida de Surtur pelos Nove Reinos. Faminto por aventura, Thor secretamente embarca na viagem da sua vida, acompanhado por seu fiel irmão Loki, um feiticeiro do bem com um talento especial para evitar conflitos. Com eles também estão os três guerreiros lendários - Fandral, Hogun e Volstaag - e a bela Sif, que formam um grupo de viajantes poderosos. Mas o que parecia uma inofensiva caça ao tesouro torna-se rapidamente uma aventura perigosa. Agora Thor, tem de mostrar-se digno de seu destino, tendo que defender Asgard dos Gigantes do Gelo.



Apesar de agradar aos fãs de HQs, é um excelente começo para os jovens interessandas na mitologia escandinava. São raras as mitologias que contam a juventude de seus deuses e essa animação cria uma história fictícia sem fugir de importantes pontos. Estão lá os Nove Reinos (principalmente Asgard, Jotunheim e Svartalfheim), as relações familiares entre Odin, Thor e Loki, além de Thrym, Heimdall, Brunhilda e as Valquírias. Até Sleipnir (o cavalo de oito patas de Odin) e a carruagem do trovão puxada pelos carneiros Tanngnostr e Tanngrisnir. Vale a pena!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Mudanças em filmes mitológicos

Dois filmes "mitológicos" tem mudanças à vista.

Fúria de Titãs 2 (Wrath of the Titans, 2012) tem uma mudança de visual: o Perseu de Sam Worthington não terá mais cabelos curtíssimos, com jeito de raspado. As madeixas cresceram. E a sinopse fala em Hades e Ares se unindo ao titã Cronos para sequestrar Zeus, fazendo o herói semideus descer ao Mundo Subterrâneo para salvá-lo e impedir a destruição da Terra pelos monstros do Tártaro. Acho interessante que o roteiro finalmente inclua os Titãs do título do filme (mesmo que se pareça com as histórias de Percy Jackson!).


E a sequência do filme do Thor anda com alguns problemas na direção. Kenneth Branagh, diretor do primeiro filme, alegou problemas de agenda para o segundo. Uma nova diretora foi escolhida (Patty Jenkins), mas já pediu pra sair por causa de "diferenças criativas". Mesmo que ambos tenham saído de forma amigável, essa situação mostra certa complicação da Marvel. Detalhe: o filme do deus do trovão tem ligação com os outros filmes da editora e ainda nem tem roteiro! A data prevista é novembro de 2013 e, até lá, muita especulação surgirá.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O incompreendido Odin...

(clique para ampliar)

A tirinha acima é de Carlos Ruas, ilustrador de Niterói (RJ), responsável pelo blog Um sábado qualquer, que possui tirinhas que brincam com a religião. Na categoria Buteco dos Deuses, várias divindades aparecem conversando com Deus em situações mais do que inusitadas. Divertidíssimo!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

E como vai o entretenimento mitológico?

O filme Imortais (Immortals, 2011) tem recebido inúmeras críticas sobre sua semelhança com 300. Mas o diretor indiano Taseem Singh está dizendo que o filme é bem mais sombrio do que o trailer, com deuses sujando as mãos de sangue. Também disse que os deuses são jovem guerreiros porque nunca entendeu como alguém com poderes divinos e imortalidade gostaria de parecer um velhaco (até que isso faz sentido). Os atores estão falando que o diretor é um visionário e que a tecnologia 3D dará uma nova profundidade aos filmes.

A sequência de Fúria de Titãs (Clash of the Titans, 2010) - marcada para março de 2012 - continua em pré-produção, com Sam Worthington (Perseu) falando que será melhor e mais profundo do que o primeiro. Que onda é essa de profundidade, hein?

Já a sequência de Thor ficou para julho de 2013, com Chris Hemsworth (Thor) e Idris Elba (Heimdall) garantidos por contrato. O diretor Brian Kirk foi procurado pela Marvel pela habilidade que demonstrou na série televisiva Game of Thrones de cuidar de um elenco grande em uma trama complexa. Parece que o novo filme deverá ser mais focado em Asgard, com um panteão muito maior de deuses e criaturas da mitologia nórdica, como Encantor, Skurge e Balder!

Oba!