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segunda-feira, 28 de maio de 2018

Hina

A Grande Deusa dos polinésios era a deusa da lua Hina (ou Moça), que assumia diferentes formas. Em uma lenda, ela era a esposa do ardiloso Maui, e emprestou seu cabelo para ajudar o marido a laçar o sol. Quando chamada de Hine-Tei-Wauin, a Grande Deusa Hina também era a deusa do parto. Ela se apaixonou por um mortal e teve um filho. O parto foi difícil, de modo que a deusa criou um poderoso conjuro que facilitava o parto. Essas palavras mágicas ainda eram recitadas por mães da Nova Zelândia no começo do século XX.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ku

A divindade havaiana responsável pela terra e pela guerra era Ku (Tu, na Polinésia). Incentivava a inveja e as brigas entre os humanos, sempre com uma expressão feroz, mas também ajudou a fazer a terra e o primeiro humano, junto com o deus criador Kane (Tane) e seu pacífico colega - e oposto deus da paz - Lono. Era adorado durante oito meses do ano, quando Lono se ausentava do mundo.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Papa e Rangi

Os dois deuses supremos da criação maori são o casal Papa e Rangi, a terra e o céu. Rangi tomou Papa num forte abraço no começo do tempo. Os outros deuses que ficaram encurralados dentro do ventre de Papa forçaram a separação entre os dois (ver Tane). Rangi ficou arrasado com a separação e suas lágrimas caíram sobre a terra na forma de chuva. A carne de Papa se tornou vermelho-sangue, enquanto os deuses fugiam e espalhavam a vida por toda superfície terrestre.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Moai

Ahu Tongariki, maior altar com 220 metros de comprimento e 15 moais, restaurado em 1996.
Os famosos e impressionantes Moais são únicos no mundo. As 887 estátuas que decoram toda a costa e o interior da Ilha de Páscoa são os únicos vestígios da misteriosa e ancestral cultura dos antigos habitantes da Ilha: a cultura Rapa Nui. Acredita-se que antigos habitantes polinésios dedicaram gerações inteiras aos gigantes de pedra entre os séculos XII e XV. Esse termo "Rapa Nui" significa "ilha grande" em um dialeto taitiano antigo e é também o nome da ilha.

Moai vem da expressão rapanui moai aringa ora, que significa “rosto vivo dos ancestrais”. Eles representam, de modo estilizado, um torso humano masculino de orelhas longas, sem pernas, com tatuagens tribais polinésias. Em sua maioria, medem entre 4,5 a 6 metros e pesam até 80 toneladas. O maior deles, entretanto, está inacabado na pedreira e tem mais de 20 metros de altura! Alguns possuem pukaos em suas cabeças: cilindros de pedra vermelha pesando até 12 toneladas, possivelmente representando os coques que os nobres polinésios usavam (ou um cocar de penas vermelhas comum entre a nobreza rapanui). Acredita-se que originalmente todos os moais possuíam o pukao.


Alguns crêem que as estátuas representavam os antepassados. Por essa razão, os moais eram montados sobre plataformas ceremoniais (ahus), todos voltados ("olhando") para o interior da ilha, para que os espíritos dos mortos canalizassem seu maná (energia vital) para as aldeias de seus descendentes e os protegessem. Mas existe um grupo de sete moais que estão voltados para o exterior da ilha. Parecem representar os sete exploradores enviados por Hotu Motu'a, o primeiro rei da ilha. precedendo assim aos primeiros colonizadores europeus.

Perto de um dos vulcões (Rano Raraku) que formam a ilha, encontra-se a pedreira de onde foram retiradas as rochas formadas por cinzas para a construção da maioria dos gigantes. Nela existem quase 400 esculturas em diferentes estágios de construção. Aparentemente, em pleno processo de construção, os escultores abandonavam repentinamente as obras. Ainda não se tem certeza de como conseguiam cortar a pedra vulcânica, talhá-las (possivelmente com ferramentas de obsidiana e basalto na própria pedreira) e transportá-las a seus lugares definitivos. As pedras vermelhas utilizadas para os pukaos eram porosas, retiradas do vulcão Puna Pau, extinto e aberto à visitação.

Membros do Museu Kon Tiki realizaram um experimento, mediante o qual provaram que eram necessários, pelo menos, 20 homens, munidos de cordas e armações de madeira, para poder mover um moai de 9 toneladas! Os caminhos de transporte dos moais também é um mistério: todos tem um forma em V com um profundo sulco central e fileiras de pedras encravadas em solo rochoso. Especula-se que eram parte de algum engenhoso mecanismo que permitia levar as estátuas caminho acima. A teoria mais aceita é a da "geladeira": três grupos de homens os faziam "caminhar" com cordas amarradas na cabeça; um grupo puxava para a esquerda, outro para a direita e um terceiro para trás, evitando que a estátua tombasse para frente.

Até meados do século XX, não havia nenhuma estátua de pé. Todas foram derrubadas no séc. XVIII, durante guerras internas entre os clãs que habitavam a ilha. Acredita-se que pequenas rochas vermelhas de obsidiana ou coral que ficavam nos globos oculares das estátuas foram arrancadas e atiradas no mar durante as lutas tribais (foram encontradas em mergulhos próximas à costa da ilha). Em recentes escavações do Easter Island Statue Project (começaram em 1988, pararam e retornaram em 2011), descobriu-se que alguns dos moais estavam enterrados, ou seja, o que se via da cabeça era só uma parte de toda a escultura. Descobriu-se, então, o entalhe de corpos e hieróglifos da escrita local (rongorongo, ainda não totalmente decifrada)


A Ilha da Páscoa é uma ilha localizada no Oceano Pacífico, anexada ao Chile em 1888. É Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1995, e tanto seu governo como sua administração são regidos por estatutos e leis especiais. A antiga denominação dessas terras era Te Pito O Te Henua (“O Umbigo do Mundo“), por ser o lugar habitado mais isolado do planeta e o centro espiritual de seu mundo na Polinésia. Para o ocidente, a ilha foi descoberta pelo holandês Jakob Roggeveen em 5 de abril de 1722, no feriado da Páscoa. A primeira impressão do holandês, vista de seu navio, era de que se tratava de uma terra de gigantes: pensou que os moais eram pessoas. Após conhecer o povo da ilha, descreveu-o como um povo amistoso de pele clara e cabelos vermelhos com bonitas mulheres e homens amáveis.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Vari

Como o coco era um alimento fundamental para a alimentação dos antigos mangaian (hoje os maoris das Ilhas Cook), fica claro porque o universo estava contido no interior de um gigantesco coco cósmico, onde morava o deus supremo Vari.

Este coco era sustentado pelo caule cônico Take, que era a Raiz de Toda Existência. Vari utilizava a energia que fluía do caule ao coco para criar toda a vida. Portanto, Take está em tudo.

Outros povos polinésios desenvolveram uma visão semelhante do universo com um deus supremo dentro de um ovo ou uma concha.

sábado, 14 de janeiro de 2012

CORREÇÃO: Polinésia e as ilhas do Pacífico


A partir de agora, vocês verão aqui ao lado a lupa de Mitologia Polinésia, que, na verdade, é uma correção. Este blog começou com a lupa de Mitologia Havaiana, que depois mudou para Mitologia Maori, mas ambas as denominações eram incompletas.

Polinésia vem do grego "muitas ilhas". É um arquipélago de origem vulcânica (as maiores) e coralina (as menores) no Oceano Pacífico estendido sobre uma superfície de 298 mil km² de área e 4,5 milhões de habitantes. A maior parte das ilhas pertence aos Estados Unidos (Havaí, Atol de Midway e Samoa Americana), à Nova Zelândia (Ilhas Cook e Tokelau), à França (as Ilhas Marquesas, Tuamotu, Tubuai e as ilhas que formam a Polinésia Francesa) e ao Chile (Ilha da Páscoa, Sala e Gómez). É possível que ainda aparecam nesta lupa mitos da Micronésia e da Melanésia, outros arquipélagos do Pacífico.


Percebe-se, então, porque usar somente o Havaí como referência é diminuir uma cultura tão vasta. Assim como, usar Maori, que é o nome de um povo nativo da Nova Zelândia.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Oro

Representação da lança de Oro
em madeira e fibra vegetal.
(Museu Britânico, séc. XVIII)
Oro era o deus da guerra em várias ilhas do Pacífico (como o Taiti). Filho dos deuses Ta-Aroa e Hina, gostava de lutas sanguinárias e acompanhava os homens nos combates. Só sossegava com sacrifícios humanos. Em períodos de paz, entretanto, tinha aspecto mais calmo e era chamado de Oro-i-Te-Tea-Moe ("Oro da Lança em Repouso").

Quando decidiu se casar, Oro criou um arco-íris entre o céu e a terra e o atravessou até um lugar conhecido como Montanhas Vermelhas. Lá conheceu Vai-Raumati, filha de Ta'ata, o primeiro homem, e a fez sua esposa. Com ela, teve três filhas que adoravam provocá-lo para que ele continuasse irritado: Toi-Mata ("Olho de Machado"), Ai-Tupuai ("Comedora de Cabeças") e Mahu-Fatu-Rau ("Fuga de centenas de pedras"). Seu único filho, Hoa-Tapu ("Amigo Fiel"), tornou-se um grande governante, apesar de não gostar ser contrariado.

Nas Ilhas Cook, dizia-se que Oro era filho de Tangaroa e seu temperamento era um pouco diferente.

Oro também era patrono de um culto taitiano de artistas e animadores chamado Areoi. Os sacerdotes do culto honram o deus com festivais que incluem ofertas públicas de penas vermelhas e do sacrifício de porcos jovens.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Tane

Tane Mahuta, uma kauri (Agathis australis), árvore conífera australiana que leva o nome do deus por causa de sua altura.

Deus das florestas, Tane foi o responsável por a separar seus pais Rangi (Céu) e Papa (Terra). O casal primordial se abraçava com tanta força que seus filhos vivam sufocados entre os dois. Os irmãos de Tane queriam matá-los, mas, por ser o mais forte de todos, foi ouvido. Firmou bem os pés em Papa, encaixou os ombros no corpo de Rangi e o empurrou para cima com toda a força. Essa seria uma representação das árvores com suas raízes fincadas na terra e seus galhos apontando para os céus.

Com pena de seus pais nus e separados, Tane começou a vesti-los. Primeiro, pintou o Céu de vermelho, mas não gostou do resultado. Então, cobriu-o com o manto negro da noite. Para sua mãe, arranjou algumas árvores invertidas, ou seja, com as raízes para cima, mas o efeito não o agradou. Resolveu fazer um vestido com as mais verdes e tenras folhas e as flores mais coloridas para cobrir todo seu corpo.

Um de seus irmãos, Uru, não ganhou nenhuma função divina e chorava enrolado no manto de seu pai. Para que ninguém visse suas lágrimas, Uru as guardava em cestas. Mas Tane acompanhou a tristeza do irmão é pediu os cestos emprestados. Surpreso e com medo de ser descoberto em sua fraqueza, Uru não quis dar, mas Tane avançou e derramou uma delas no manto de seu pai. Suas lágrimas era luzes brilhantes que se tornaram as crianças-luz, as estrelas. Feliz com o ocorrido, Uru deu suas outras cestas a Tane, que foi criando a Via Láctea.

Tane abre a cesta de Uru. (Kipper)

Acreditava-se que seu maior rival era seu irmão Tawhiri, deus das tempestades. Ele teria perseguido alguns filhos de Tane por toda a terra e eles acabaram se escondendo no mar, onde se tornaram peixes a mando de Tangaroa. Outros colocam Tangaroa como seu maior rival, criando uma dualidade entre mar e terra.

Algumas lendas dizem que Tane foi o criador do primeiro homem, Tiki, a partir do barro. Outras dizem que ele se acasalava com árvores e animais, gerando todo tipo de monstro, como serpentes e dragões, porque sua mãe não permitia que ele tivesse uma esposa - uma punição pela separação à força. Até que um dia, ela se apiedou de Tane e sugeriu que ele fizesse para si uma esposa com a areia da praia. Ele seguiu a ideia de Papa e soprou no nariz de sua criação arenosa, que espirrou, e se tornou Hine-hau-one, a primeira mulher (mudando o paradigma da criação masculina).

É dito também que Tane acabou se casando com sua filha, Hine-titama, sem saber quem ela era. Quando eles souberam, ela fugiu para o subterrâneo e se tornou a deusa da morte, chamada de Hine-nui-te-po. Tane desceu ao subterrâneo para pedir perdão e se colocar à disposição da deusa, que pediu que ele voltasse ao mundo e criasse seus filhos até que eles voltassem à ela.

Todos os que usam madeira veneravam o deus, particularmente os construtores de canoas. Uma noite antes de começar a cortar as árvores para fazer as canoas, os artesãos rezavam para Tane e descansavam os machados no seu templo.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Tangaroa

Filho mais velho de Rangi (Céu) e Papa (Terra), Tangaroa era o deus dos mares de personalidade agressiva que, junto com seus meio-irmãos (Rongo, Tane, Haumia, Tawhiri e Tümatauenga) forçou a separação de seus pais. Diz-se que seu corpo tinha tanta água que ele explodiu e formou os oceanos. Seus filhos são Ikatere, rei dos peixes, e Tu-te-wehiwehi, ancestral dos répteis.

Alguns mitos dizem que, após a separação, foi atacado por seu irmão Tawhiri, deus das tempestades, e se escondeu no fundo do mar. Vivia sozinho na concha escura de um mexilhão primordial.

Tangaroa tinha uma rixa com seu irmão Tane, deus das florestas, porque ele acolheu Tu-te-wehiwehi depois dele ter sido banido dos mares por sua violência. Tane, com suas canoas de madeira, suas iscas de pesca e suas redes tecidas com fibras de madeira, era responsável pela morte das criaturas marinhas. Então, Tangaroa ordenava que o mar, com suas fortes ondas, engolisse as canoas, as árvores, as florestas, as casas de madeira e até as praias. Por essa razão, os povos maoris colocavam mar e terra como esferas opostas e precisavam honrar Tangaroa sempre que iam pescar, pois estavam entrando no reino do inimigo de onde eles moravam.

Pode aparecer como um enorme peixe que gera as criaturas do mar, inclusive seres fantásticos como sereias, ou um lagarto verde que traz bons ventos. As marés são sua respiração. Marinheiros polinésios e micronésios costumam navegar com um pedaço de coral para honrar o deus.

Seus mitos se espalham pelas ilhas do Pacífico de formas diferentes. No Havaí, tem ligações com Kanaloa. Nas Ilhas Cook, Tangaroa é filho da luz solar e tem associações com o fogo. No Taiti, recebe o nome de Ta'aroa, o caos criador. Como criador, saiu de sua concha para cobrir o mundo depois que céu e terra se separaram. Fez os deuses e todos os seres vivos, sendo representado com um corpo oco cheio de pequenas esculturas que simbolizam suas criações.

Por mais incrível que pareça, nas lendas havaianas - contradizendo toda a mitologia da Polinésia -, Tangaroa era um deus maléfico, associado à feitiçaria e ao submundo: sua maldição teria criado a morte no mundo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Haumea

Tela à óleo de Isa Maria
Deusa havaiana dos nascimentos e da fertilidade e poderosa feiticeira, Haumea se renovava nascendo e renascendo constantemente. Era tão habilidosa com partos, que seus filhos nasciam de várias partes de seu corpo. Foi mãe de Pele, Kapo e Namaka, entre outras divindades. Acredita-se que Haumea ensinou à humanidade o parto natural, pois antes eram realizadas formas primitivas de cesárea que matavam a maioria das mulheres.

Dizia-se que tinha um pomar com várias árvores que davam diferentes criaturas, como porcos e peixes, além de frutas. Sempre gentil e calma, costumava utilizar sua varinha mágica para povoar as águas com cardumes de peixes.

Representada pelo elemento "pedra", é relacionada com Papa, antiga deusa Mãe-Terra, podendo ser uma versão dela. É também o nome de um planeta-anão de nosso sistema solar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Lono

Na mitologia havaiana, Lono era uma divindade do céu associada à fertilidade, à agricultura, à chuva e ao canto que, junto a Kane e Ku formava a trindade encarregada da criação do primeiro humano. É um dos quatro deuses que já existiam antes da criação (Kane, Ku e Kanaloa). Era também o deus da paz.

Ele vinha à terra todo inverno, durante a estação das chuvas (chamado de Lono-makua, o provedor). Ao final desse período, dizia-se que ele "morria" ou que voltava para seu reino invisível de Kahiki, deixando Ku como seu substituto. Uma vez, desceu à terra por um arco-íris para se casar com uma menina havaiana, que se revelou a deusa Laka, sua irmã.

Nos quatro meses das festas de Makihiki, Lono era adorado e sua imagem levada, no sentido dos ponteiros do relógio, a fazer a ronda das ilhas havaianas. Segundo as crenças, esse ritual traria fertilidade aos campos e qualquer conflito ou trabalho desnecessário é proibido.

É dito que alguns havaianos acreditaram que o Capitão James Cook, da marinha inglesa, seria uma reencarnação de Lono e isso pode ter contribuído para sua morte em 1779.