Ahu Tongariki, maior altar com 220 metros de comprimento e 15 moais, restaurado em 1996. |
Moai vem da expressão rapanui moai aringa ora, que significa “rosto vivo dos ancestrais”. Eles representam, de modo estilizado, um torso humano masculino de orelhas longas, sem pernas, com tatuagens tribais polinésias. Em sua maioria, medem entre 4,5 a 6 metros e pesam até 80 toneladas. O maior deles, entretanto, está inacabado na pedreira e tem mais de 20 metros de altura! Alguns possuem pukaos em suas cabeças: cilindros de pedra vermelha pesando até 12 toneladas, possivelmente representando os coques que os nobres polinésios usavam (ou um cocar de penas vermelhas comum entre a nobreza rapanui). Acredita-se que originalmente todos os moais possuíam o pukao.
Alguns crêem que as estátuas representavam os antepassados. Por essa razão, os moais eram montados sobre plataformas ceremoniais (ahus), todos voltados ("olhando") para o interior da ilha, para que os espíritos dos mortos canalizassem seu maná (energia vital) para as aldeias de seus descendentes e os protegessem. Mas existe um grupo de sete moais que estão voltados para o exterior da ilha. Parecem representar os sete exploradores enviados por Hotu Motu'a, o primeiro rei da ilha. precedendo assim aos primeiros colonizadores europeus.
Perto de um dos vulcões (Rano Raraku) que formam a ilha, encontra-se a pedreira de onde foram retiradas as rochas formadas por cinzas para a construção da maioria dos gigantes. Nela existem quase 400 esculturas em diferentes estágios de construção. Aparentemente, em pleno processo de construção, os escultores abandonavam repentinamente as obras. Ainda não se tem certeza de como conseguiam cortar a pedra vulcânica, talhá-las (possivelmente com ferramentas de obsidiana e basalto na própria pedreira) e transportá-las a seus lugares definitivos. As pedras vermelhas utilizadas para os pukaos eram porosas, retiradas do vulcão Puna Pau, extinto e aberto à visitação.
Membros do Museu Kon Tiki realizaram um experimento, mediante o qual provaram que eram necessários, pelo menos, 20 homens, munidos de cordas e armações de madeira, para poder mover um moai de 9 toneladas! Os caminhos de transporte dos moais também é um mistério: todos tem um forma em V com um profundo sulco central e fileiras de pedras encravadas em solo rochoso. Especula-se que eram parte de algum engenhoso mecanismo que permitia levar as estátuas caminho acima. A teoria mais aceita é a da "geladeira": três grupos de homens os faziam "caminhar" com cordas amarradas na cabeça; um grupo puxava para a esquerda, outro para a direita e um terceiro para trás, evitando que a estátua tombasse para frente.
Até meados do século XX, não havia nenhuma estátua de pé. Todas foram derrubadas no séc. XVIII, durante guerras internas entre os clãs que habitavam a ilha. Acredita-se que pequenas rochas vermelhas de obsidiana ou coral que ficavam nos globos oculares das estátuas foram arrancadas e atiradas no mar durante as lutas tribais (foram encontradas em mergulhos próximas à costa da ilha). Em recentes escavações do Easter Island Statue Project (começaram em 1988, pararam e retornaram em 2011), descobriu-se que alguns dos moais estavam enterrados, ou seja, o que se via da cabeça era só uma parte de toda a escultura. Descobriu-se, então, o entalhe de corpos e hieróglifos da escrita local (rongorongo, ainda não totalmente decifrada)
A Ilha da Páscoa é uma ilha localizada no Oceano Pacífico, anexada ao Chile em 1888. É Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1995, e tanto seu governo como sua administração são regidos por estatutos e leis especiais. A antiga denominação dessas terras era Te Pito O Te Henua (“O Umbigo do Mundo“), por ser o lugar habitado mais isolado do planeta e o centro espiritual de seu mundo na Polinésia. Para o ocidente, a ilha foi descoberta pelo holandês Jakob Roggeveen em 5 de abril de 1722, no feriado da Páscoa. A primeira impressão do holandês, vista de seu navio, era de que se tratava de uma terra de gigantes: pensou que os moais eram pessoas. Após conhecer o povo da ilha, descreveu-o como um povo amistoso de pele clara e cabelos vermelhos com bonitas mulheres e homens amáveis.