A generosa Tefnut (ou Tefnet, que deve vir de tef, "cuspida" ou "úmida") era a deusa da umidade e das nuvens, podendo estar ligada às chuvas e à fertilidade da terra. Também está relacionada às noites úmidas e à névoa. Foi irmã e esposa de Shu, mãe de Geb e Nut, avó de Osíris, Ísis, Seth e outros. Juntos, Tefnut e Shu tornaram-se o primeiro casal divino, os olhos do deus-sol: enquanto seu irmão afastava a fome, ela afastava a sede.
Existem três lendas sobre sua criação. Na mais comum, ela foi criada a partir da saliva de Rá. Em outra, Rá teria espirrado: o ar era Shu e a umidade era Tefnut. E uma terceira lenda ainda diz que Rá se masturbou e seu sémen deu forma a Tefnut e de sua respiração ofegante surgiu Shu.
Certa vez, com raiva de Rá, Tefnut fugiu para Núbia, abandonando o Egito à seca e findando o Antigo reinado dos faraós. Como leoa, iniciou uma matança. O deus Thoth foi convocado a trazer a deusa de volta para restaurar o brilho do Egito.
Tefnut era retratada de muitas formas, inclusive como mulher com cabeça de leoa, usando uma coroa solar com a serpente uraeus e um ankh (sinais de grande poder), ou uma leoa completa. Raramente aparece somente como uma mulher. É associada ao advento da monarquia, sendo por isso representada como uma serpente a surgir do cetro do faraó. Conta-se também que ela teria construído um lago para o faraó, para que ele lavasse os pés. Nefertiti se dizia encarnação de Tefnut.
Heliópolis foi o centro de seu culto, onde era considerada uma enneade, ou seja, uma das nove divindades originais da criação.